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Investimentos

Segunda-Feira, Dia 18 de Maio de 2020 as 00:05:00



AZUL - Resultado no 1º Trimestre/2020: NEGATIVO.


AZUL -  Resultado no 1º Trimestre/2020
 
Estratégia de sobrevivência, flexibilização e redução de frota
 
A Azul apresentou um resultado negativo no 1T20. Houve impacto marginal na demanda a partir da segunda quinzena de março em função do COVID-19. Ainda assim, a Azul entregou mais um trimestre de crescimento na receita líquida atingindo R$ 2,8 bilhões (+10,3% a/a), com destaque para a alta de 38,7% a/a nas receitas de cargas e outras receitas.
 
Por outro lado, despesa de variação cambial e operações de hedge consumiram R$ 5,5 bilhões do resultado operacional no 1T20.
 
A receita de cargas e outros foi de R$ 149,3 milhões, contra R$ 107,6 milhões no 1T19, enquanto a receita de passageiros cresceu 9% a/a e foi de R$ 2,6 bilhões. Com isso, a receita operacional líquida atingiu R$ 2,8 bilhões no 1T20.
 
Os custos operacionais no 1T20 aumentaram 19,8% a/a, impactados principalmente por
 
(i)   materiais de manutenção e reparo, com impacto da valorização cambial,
(ii)  prestação de serviços de tráfego, em função do aumento de capacidade e
(iii) maior custo de depreciação, devido a adição líquida de 20 aeronaves nos últimos 12 meses.
 
Como efeito, o resultado operacional (EBIT) foi de R$ 173,6 milhões, queda de 50% a/a. As despesas financeiras no 1T20 foram de R$ 425 milhões (+53% a/a), enquanto a despesa de variação cambial atingiu R$ 4,2 bilhões e operações de hedge R$ 1,2 bilhão negativo.
 
No 1T20, ainda foi contabilizada uma perda de R$ 618,5 milhões relacionada com a redução no valor justo da participação da Azul na TAP. Com isso, o resultado líquido no 1T20 foi um prejuízo de R$ 6,1 bilhões.
 
Estratégia de sobrevivência.
 
A reação da Azul em reduzir sua capacidade desde a segunda quinzena de março contribuiu para a redução de custos variáveis, que representam aproximadamente 60% do total dos custos operacionais. Os custos fixos são compostos principalmente por arrendamentos de aeronaves e salários.
 
Com relação aos arrendamentos, a Azul está negociando postergar os pagamentos de forma gradual, de modo que acompanhe o ritmo de retomada na demanda esperada para os próximos 24 meses.
 
Quanto às despesas de salários, mais de 10 mil tripulantes aderiram ao programa de licença não remunerada, o que representa 78% do total de funcionários da Azul em 31 de março de 2020.
 
Ainda, com relação a folha de pagamento, a Azul vai utilizar a Medida Provisória de preservação do trabalho lançada pelo governo, que permite redução de jornada de trabalho e salários em até 70%, e suspensão de contratos em troca da assistência do governo por até 90 dias.
 
Adicionalmente, os membros do comitê executivo (diretores e diretores estatutários) tiveram redução salarial entre 50% e 100% e, para os gerentes, a redução salarial foi de 25%. A companhia também adiou o pagamento de PLR e cancelou o pagamento de bônus relativo a 2019.
 
A Azul negocia também com as instituições financeiras a prorrogação nos cronogramas de vencimento de dívidas, bem como uma nova captação junto ao mercado com o suporte do BNDES. Além disso, está na pauta na empresa novas condições de pagamento das tarifas governamentais, incluindo tarifas de pouso e de navegação.
 
A flexibilidade de frota da Azul deverá contribuir para atender a mudança de demanda nos próximos trimestres. A frota da Azul conta com quatro modelos diferentes de aeronaves com capacidades que variam de nove a 214 assentos, o que permite adaptar a malha operacional de acordo com a demanda de passageiros.
 
A estratégia de frota da Azul vai mudar substancialmente. Antes da crise, a Azul estava em um processo de acelerar a substituição dos aviões menores pelos novos modelos da família A320neo da Airbus, com maior capacidade e menor consumo de combustível. A partir de agora, a estratégia de frota deverá privilegiar a redução de capacidade para equalizar um novo patamar de demanda e, ainda, reduzir despesas, em especial as relacionadas a leasing e manutenção de motores.
 
A Azul anunciou o acordo com a Embraer para adiar a entrega de 59 aeronaves previstas para 2020 e 2023, agora a partir de 2024. Adicionalmente, no cronograma atual, deverão sair 51 aeronaves da frota até 2023, o que permitirá maior flexibilidade da frota nos próximos anos.
 
Perspectiva.
 
Serão trimestres difíceis pela frente. No entanto, a crise do setor aéreo é mundial e as soluções serão construídas de acordo com a características específicas de cada país.
 
No caso do Brasil, a solução já está configurada através do suporte de dívida híbrida com opção de conversibilidade em equity (participação no capital), no caso específico do BNDES e demais detentores das novas emissões das companhias aéreas.
 
Acreditamos nas medidas de proteção de caixa adotadas pela Azul, e consideramos que a emissão de novas dívidas contribuirá para a solvência da empresa nos próximos anos. Ainda sem previsibilidade da retomada na demanda, mantivemos nossa recomendação em Market Perform e preço alvo para o final de 2020 para AZUL4 em R$ 30,0.
 
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o desempenho da AZUL no 1º trimestre/2020, elaborado por  RENATO HALLGREN, CNPI, Analista do BB Investimentos.

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: RENATO HALLGREN, CNPI, Analista do BB Investimentos.





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