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Investimentos

11 de Junho de 2020 as 19:06:37



ÍNDICE DE REABERTURA DA ECONOMIA - BB-BI cria Índice para Medir o Retorno às Atividades Econômicas


Índice de Reabertura da Economia (IRE)
 
Indicador aponta que a economia está com as atividades 28,3% abaixo do normal
 
Indicador aponta que a economia está com as atividades 28,3% abaixo do normal A propagação do novo coronavírus por todo o mundo vem trazendo um impacto significativo e sem precedentes na atividade econômica.
 
Enquanto não são desenvolvidos remédios e/ou vacinas para tratamento da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, o enfrentamento da pandemia vem, na maior parte do mundo, sendo feito por meio de medidas de distanciamento social que incluem o fechamento do comércio e a suspensão de serviços considerados não essenciais.
 
Nesse contexto, entender e acompanhar a forma como os principais setores da economia são impactados, bem como sua trajetória de retorno ao ritmo normal, é um fator-chave para a antecipação de cenários e tendências, levando-se em conta que existe uma considerável defasagem na divulgação dos principais indicadores oficiais de atividade econômica.
 
Desta forma, o mercado vem tentando desenvolver métodos para mensurar o nível de atividade econômica, construindo indicadores com o intuito de suprir essa escassez de informações.
 
O presente estudo apresenta-se como uma dessas ferramentas de mensuração, construída para orientar nossos clientes, de forma que possam tomar decisões a respeito do investimento em determinadas empresas e setores da bolsa, a partir de um cenário mapeado da economia. 
 
Dado que boa parte dos indicadores referente aos últimos 3 meses já absorveram o impacto do choque causado pelas medidas de distanciamento social, o principal objetivo deste indicador é apresentar o estágio que a nossa economia se encontra no processo de retorno à normalidade. Esse nível é observado a partir de uma escala que vai de 0 a 100, sendo que, no nível 0, a economia ainda estaria completamente parada, enquanto no nível 100, já teria retornado ao patamar pré-pandemia.
 
O nosso modelo indica que as atividades no país apresentaram uma queda abrupta a partir da terceira semana de março, atingindo o seu pior momento no dia 29 daquele mês, quando se encontrava cerca de 48,0% abaixo do nível normal, ou seja, no nível de 52,0 em nossa escala. Em seguida, foi observado uma reabertura gradual que, por ora, se encontra 28,3% abaixo da normalidade, com tendência de alta.
 
Considerando a evolução do indicador, percebemos que o retorno à normalidade tende a ocorrer de forma gradual, na medida em que as autoridades flexibilizem as restrições. 
 
No mercado financeiro, no entanto, temos notado uma certa euforia que, apesar dos estímulos monetários por parte do Banco Central, não reflete o real cenário de retomada que estamos observando. O trimestre corrente deve apresentar uma das maiores quedas já registradas no PIB e confirmar, assim, o cenário de recessão técnica neste primeiro semestre. 
 
Vale ressaltar que as diversas revisões baixistas nas perspectivas de crescimento da economia, que observamos desde o início da pandemia, trazem reflexos nas estimativas de lucros das empresas, com o consequentemente impacto na precificação do Ibovespa. 
 
Assim, o fato de o índice estar sendo negociado no mesmo patamar que se observava no início pandemia no país, próximo de romper novamente a barreira dos 100 mil pontos, requer uma maior dose de cautela, em nossa visão, pois a divulgação de dados negativos da atividade econômica pode acabar frustrando as expectativas, levando a uma devolução das recentes altas.
 
Visão Geral.
 
Desde que foi identificado no final do ano passado, o novo coronavírus (Sars-Cov-2) se espalhou rapidamente para além das fronteiras da China, onde o surto teve início, sendo este elevado à categoria de pandemia global pela OMS, no início de março. Hoje, praticamente todos os países do mundo vêm enfrentando surtos da doença, a qual ainda não possui remédio ou tratamento cientificamente comprovados. 
 
Conforme o último relatório divulgado pela OMS [1], já são mais de 7 milhões de casos registrados em todo mundo, com mais de 400 mil óbitos.O Brasil é atualmente o novo epicentro de Covid19 na América Latina, e ocupa a segunda posição mundial em número de casos da doença, atrás apenas dos EUA.
 
Com o intuito de controlar a propagação da epidemia, vários países, como o Brasil, vêm adotando medidas de distanciamento social, que incluem o fechamento de empresas e a suspensão de serviços considerados não essenciais. Tais medidas trazem um impacto significativo na economia, que se reflete no desempenho do mercado financeiro.
 
Em um momento em que mudanças e transformações vêm ocorrendo em uma velocidade extremamente rápida, mensurar o impacto que essa crise terá na economia se mostra tarefa bastante complexada e desafiadora.
 
O elevado de grau de incerteza torna difícil, a partir da abordagem tradicional, projetar como será a recuperação da econômica em cada setor. As projeções para o PIB deste ano, consolidadas pelo Bacen através do boletim Focus, vem se alterando de forma bastante significativa ao longo das últimas semanas, com intervalos de previsão cada vez maiores o que, de certa forma, reduz a confiabilidade de tais estimativas.
 
É preciso levar em conta que há uma defasagem significativa de tempo entre a divulgação de determinado indicador e o período ao qual este se refere. A divulgação dos dados do Produto Interno Bruto trimestral, por exemplo, pode levar até dois meses após o encerramento do respectivo trimestre.
 
Já os indicadores mensais do IBGE, cujas pesquisas permitem acompanhar o comportamento conjuntural da indústria, do comércio varejista, do setor de serviços e da agropecuária no País, levam entre 30 e 45 dias para serem divulgados.
 
Por isso, ter à disposição indicadores que monitorem, com menor defasagem, o funcionamento da economia, representa uma vantagem considerável naconstrução de cenários e na antecipação de tendências que podem contribuir para o processo de tomada de decisão.
 
Desta forma, para que pudéssemos mensurar o estágio atual do fechamento das atividades no país, decidimos construir um indicador de reabertura da economia por meio de dados de alta frequencia disponíveis.
 
Modelo.
 
Para construir o modelo, buscamos variáveis representativas dos principais setores da economia, cuja divulgação é feita em frequência diária ou semanal (dados de alta frequencia1). 
 
Uma dificuldade que enfrentamos no país é que há pouca disponibilidade de dados relevantes de alta frequência assim, ao realizar a coleta de dados, tomamos o cuidado para que essas informações tivessem alguma representatividade na economia nacional, que a fonte da informação fosse confiável e que a sua divulgação fosse consistente para que não houvesse descontinuidade do indicador. 
 
Os dados selecionados consistem em: 
 
(i)     faturamento no comércio varejista; 
(ii)    injeção de carga de energia no Sistema Integrado Nacional (SIN); 
(iii)   índice de mobilidade urbana; 
(iv)   fluxo de veículos nas rodovias; 
(v)    número de decolagens de aeronaves dos principais aeroportos do país; 
(vi)   índice de isolamento social; 
(vii)  mecanismos de busca por assuntos relevantes da economia, em especial no setor de serviços; e 
(viii) corrente de comércio do país.
 
Todos os dados foram arranjados individualmente de forma que a sua sazonalidade fosse tratada e, assim, fosse possível fazer uma comparação correta entre o valor corrente do indicador e o seu valor no período que consideramos ser de normalidade5 das atividades no país.
 
Com os dados selecionados e tratados, estabelecemos uma comparação entre o cenário atual e o nível normal, a fim de se obter uma taxa de desempenho na qual cada indicador se encontra atualmente. Em seguida, essas taxas foram reagrupadas de forma ponderada, considerando a sua relevância na economia, formando assim uma taxa de desempenho agregada dos indicadores (β).
 
Formação do IRE
 
Para formar o Índice de Reabertura da Economia (IRE), consideramos um índice base 100, subtraído da taxa de desempenho agregada (β), no qual o valor 100 indica que a abertura da economia se encontra no mesmo patamar do período anterior ao choque decorrente das medidas de distanciamento social, adotadas na maior parte do país a partir da segunda quinzena do mês de março de 2020.
 
Resultado
 
A fim de apresentar o índice da melhor forma possível, construímos dois gráficos com escalas de cores, no qual apresentarmos o seu estado mais recente em forma de velocímetro (Gráfico 1, no anexo) e outro que apresenta o seu valor histórico em formato de gráfico de linha (Gráfico 2, no anexo).
 
Ambos representam o resultado final do IRE considerando todos os fatores já explicados na seção anterior. A escala dos dois gráficos foram ajustadas para que facilitasse a visualização, assim, o menor valor visualizado é de 50.
 
A fim de apresentar o IRE da melhor forma possível, optamos por construir dois gráficos em escalas de cores. O estágio atual do índice está demonstrado em forma de velocímetro (Gráfico 1) e seu valor histórico em formato de gráfico de linha (Gráfico 2). Ambos representam o resultado final do IRE considerando todos os fatores já explicados na seção anterior. A escala dos dois gráficos foram ajustadas para facilitar a visualização, assim, o menor valor visualizado é de 50.
 
O resultado do nosso modelo indica que a economia no país sofreu uma queda brusca passando de um IRE de 97,7 em 13-mar para 52,0 em apenas 2 semanas (29-mar), ou seja, uma queda de 45,7 pontosbase.
 
Os indicadores que mais apresentaram queda neste período foram o número de decolagens, com IRE de ~10,0, e a buca por atividades de serviços que se encontraram 60 pontos abaixo do normal (IRE de ~40,0). Por outro lado, o índice de isolamento social (~80,0 pontos) e a carga de energia (~85,0 pontos) se mostraram mais resilientes com quedas inferiores a 15 pontos-base.
 
Após o seu pior momento, o índice vem apresentando uma trajetória de retorno gradual para a normalidade, porém, ainda na casa de 71,7, significativamente inferior ao normal (100,0). Para fins de comparação, após a queda de 40 pontos-base, já se passaram 10 semanas e apenas metade dessa perda foi recuperada
 
Atualmente, o indicador que apresenta o melhor patamar é o da carga de energia (IRE de 92,4) enquanto o número de decolagens é o que apresenta o pior desempenho (IRE de 7,2).
 
Confira no anexo a íntegra do estudo a respeito preparado por HENRIQUE TOMAZ,  CFA, analista senior do BB Investimentos

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: HENRIQUE TOMAZ, CFA, analista senior do BB Investimentos





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