Diário do Mercado na 6ª feira, 12.06.2020
Ibovespa cai, se ajustando às baixas externas do feriado na véspera
Comentário.
O índice brasileiro teve um pregão de correção para baixo, se adequando tanto às fortes quedas no exterior do dia anterior, quando foi feriado na cidade de São Paulo e a Bovespa não funcionou, como ao repique hoje das bolsas norte-americanas, operando descolado negativamente do S&P500 no dia.
Na 5ª feira, os índices acionários de Nova York caíram com a percepção dos agentes que poderia estar ocorrendo uma segunda onda de coronavírus nos EUA, dado o surgimento de novos casos pelo país. Já nesta sexta-feira, parte dos temores foram amenizados, mas houve comentários de membro do Fed sobre a incerteza que poderá ser ocasionada pelos gastos fiscais.
Em suma, desde as citações do Fed na quarta-feira passada, após sua decisão de política monetária, incluindo “grande incerteza sobre o futuro” e divulgações de projeções nada animadoras de indicadores, os investidores aproveitaram o momento para realizar os ganhos das recentes elevações nos mercados acionários.
Enfim, o cenário ainda parece dúbio no curto prazo, com chance de voltar o comportamento dos agentes de “viver um dia de cada vez”.
O dólar comercial avançou com a alta da aversão ao risco do dia anterior, indo a R$ 5,0420 (+2,17%). Os juros futuros curtos recuaram e os demais tiveram pequenos ajustes divergentes.
Ibovespa.
O índice já abriu declinante e passou a parte da tarde oscilando ao redor dos 91.800 pts (-3,0%), melhorando na meia hora final do pregão. As quedas foram distribuídas, mas Vale, Petrobras e os papéis do setor de bancos recuaram.
O Ibovespa encerrou aos 92.795 pts (-2,00%), acumulando -1,95% na semana, +6,17% no mês, -19,76% ano e -5,62% em 12 meses. O vistoso preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 35,7 bilhões, sendo R$ 31,2 bilhões no mercado à vista.
Capitais Exernos na Bolsa B3
No dia 9 de junho, a Bovespa teve entrada líquida de R$ 223,590 milhões, acumulando R$ 3,397 bilhões no mês. Em 2020, o saldo negativo está em -R$ 73,450 bilhões (acima a saída líquida anual recorde de -R$ 44,517 bilhões em 2019).
Agenda Econômica.
Nos EUA, o índice de confiança da Universidade de Michigan melhorou para 78,9 pts na prévia de junho ante 72,3 pts em maio – consenso em 75 pts.
No Reino Unido, o PIB de abril teve queda recorde de -20,4% ante maio (consenso: -18,7%). A produção industrial desabou -20,3% em abril versus -1,2% em março (consenso: -15,0%).
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) já principiou com “gap de alta”, se conciliando com a elevação da aversão ao risco da véspera, quando foi feriado na cidade de São Paulo, mas com cotações no exterior. A divisa passou o dia variando ao redor de R$ 5,50 (+2,3%), arrefecendo um pouco nos instantes finais da sessão.
A moeda encerrou a R$ 4,0420 (+2,17%), acumulando +1,04% na semana, -5,55% no mês, +25,67% no ano e +30,42% em 12 meses.
Risco-País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) passou a 266 pts versus 276 da quinta-feira e de 223 da quarta-feira.
Juros.
Os juros futuros curtos continuaram a baixar, influenciados pela percepção maior dos agentes que poderá ocorrer corte de 75 pts-base, em detrimento de redução de 50 pts-base, na decisão do Copom, no dia 17 de junho próximo. Os demais tiveram pequenas correções, mas com intermediários e longos divergentes. Assim fecharam as taxas em relação a ontem:
DI julho/2020 em 2,41% de 2,44%;
DI outubro/2020 em 2,18% de 2,20%;
DI janeiro/2021 em 2,16% de 2,18%;
DI janeiro/2022 em 3,07% de 3,08%;
DI janeiro/2023 em 4,14% de 4,12%;
DI janeiro/2025 em 5,68% de 5,66%;
DI janeiro/2027 estável em 6,60%.
Agenda. vide página 3 do relatório anexo.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o comportamento do mercado na 6ª feira, 12.06.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos
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