Diário de Mercado na 2ª feira, 17.08.2020
Ibovespa se descola do exterior e cai em dia de vencimento de opções
Comentário.
O índice brasileiro, em dia de vencimento de opções sobre ações, oscilou tão somente próximo da estabilidade na primeira hora de negócios. A partir daí, foi gradativamente sucumbindo e se descolando negativamente do índice S&P500.
Internamente, as preocupações dos agentes com a questão fiscal permanecem dando o tom aos negócios. No dia, mais uma vez – já deve ser a milésima desde o início do governo do Presidente Jair Bolsonaro, houve boatos no mercado sobre uma possível saída do Ministro da Economia Paulo Guedes, que terminou refutada após estarem fechados os mercados.
Enfim, foi mais um motivo para realizações. Em verdade, o Ibovespa vinha navegando desde o recente dia 30 de julho em gradual tendência declinante, basicamente, oscilando dentro do intervalo entre 100.000 pts e 104.500 pts desde o princípio de agosto. Após ter tido variação negativa acumulada na semana passada, terminou agora abaixo dos 100 mil pts, mas, tocando um suporte de pontuação e resistindo.
Externamente, nos EUA, prossegue o impasse entre republicanos e democratas sobre medidas de auxílio econômico. Os índices S&P500 (+0,27%) e Dow Jones (-0,31%) encerraram divergentes, mas, com pequenas variações. Já o índice de tecnologia Nasdaq (+1,00%), que tem sido o preferido dos investidores, terminou em novo recorde histórico de pontuação.
O dólar comercial avançou novamente e encerrou cotado a R$ 5,4950 (+1,25%). Os juros futuros subiram influenciados pelo dólar, com exceção do curtíssimo prazo, levantando a inclinação da curva de estrutura a termo – destaque de alta para a ponta longa.
Ibovespa.
O índice abriu oscilante, mas logo seguiu cadente em campo negativo, mas operando em movimento lateral nas duas horas finais de negócios. Os setores de alimentos (proteína animal), de papel e celulose e de siderurgia e mineração tiveram desempenho positivo, se contrapondo à performance negativa dos papéis de instituições financeiras.
O Ibovespa fechou aos 99.595 pts (-1,73%), acumulando -3,22% no mês, -13,88% no ano e -0,21% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 45,6 bilhões, incluindo R$ 12,8 bilhões do exercício do vencimento de opções sobre ações, sendo R$ 29,4 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 13 de agosto, a Bovespa registrou saída líquida de R$ 193,404 milhões em capital estrangeiro, mas acumulando ingresso líquido de R$ 1,690 bilhão no mês (após saída líquida de R$ 8,408 bilhões em julho). Em 2020, o saldo negativo agora está em -R$ 83,222 bilhões (acima a saída líquida anual recorde de -R$ 44,517 bilhões em 2019).
Câmbio e CDS.
O dólar comercial foi influenciado pela elevação da aversão ao risco doméstico e terminou em alta. A divisa fechou cotada a R$ 5,4950 (+1,25%), acumulando +5,33% no mês, +36,96% no ano e +37,27% em 12 meses.
Risco-País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) passou a 2,30 pts frente a 228 pts da 6ª feira passada.
Juros.
Os juros futuros Os Juros futuros avançaram como um todo, exceto o inalterado vencimento de curtíssimo prazo, ascendendo paulatinamente da ponta curta para a ponta longa (que foi destaque de alta), levantando a inclinação de sua curva de estrutura a termo.
O comportamento do dólar foi determinante para a tendência das taxas no dia. Assim fecharam as taxas em relação a sessão anterior:
DI set/2020 estável em 1,90%;
DI outubro/2020 estável em de 1,90%;
DI Janeiro/2021 em 1,92% de 1,91%;
DI Janeiro/2022 em 2,83% de 2,80%;
DI janeiro/2023 em 4,06% de 4,01%;
DI janeiro/2025 em 5,95% de 5,81%;
DI janeiro/2027 em 6,99% de 6,83%.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 17.08.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RENATO ODO, CNPI-P, ambos integrantes do BB investimentos.
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