Diário de Mercado na 5ª feira, 19.08. 2020
Ibovespa e bolsas pelo mundo decaem após ata do Fed
Comentário.
O índice brasileiro, depois da recuperação da véspera, não teve forças para se sobressair perante à elevação da aversão no mercado internacional. Internamente, persiste o monitoramento de perto pelos agentes da questão fiscal.
O governo quer implementar algumas medidas para melhorar o panorama futuro doméstico, mas ainda não existe um consenso no Congresso Nacional, onde diversos pontos estão sendo discutidos.
Já não bastasse isto, externamente, o Fed divulgou uma ata considera pesada pelo Mercado. O órgão citou que a recuperação econômica dos EUA não deverá ser rápida quanto antes se esperava – o que tenderá a afetar o crescimento mundial, ao menos no curto prazo – bem como citou que houve desaceleração na celeridade de reação do mercado de trabalho local.
Enfim, foi uma “ducha de água fria” nos investidores, que rapidamente se desfizeram de posicionamentos em mercados de renda variável. Neste panorama, os índices acionários de Nova York sofreram realizações e caíram, impactando negativamente os demais mercados bursáteis pelo mundo.
O dólar comercial avançou, com maior aversão ao risco externo, indo a R$ 5,53 (+1,17%). Os juros futuros subiram, na esteira do panorama internacional e da alta do dólar.
Ibovespa.
O índice cedeu pouco depois de sua abertura e passou a variar ao redor de -0,5% até às 15h (comunicado do Fed), decaindo rapidamente em seguida. Os papéis de proteína animal e de siderurgia performaram positivamente. Todavia, ponderadamente, B3, Vale, Petrobras e o setor de bancos pesaram no dia.
O Ibovespa fechou aos 102.853 pts (-1,19%), acumulando -0,49% na semana, -2,00% no mês, -12,79% no ano e +1,39% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 28,3 bilhões, sendo R$ 25,7 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 17 de agosto, a Bovespa apurou ingresso líquido de R$ 115,111 milhões em capital estrangeiro, acumulando entrada líquida de R$ 1,946 bilhão no mês (após saída líquida de R$ 8,408 bilhões em julho).
Em 2020, o saldo negativo agora está em -R$ 82,966 bilhões (acima da saída líquida anual recorde de -R$ 44,517 bilhões em 2019).
Câmbio e CDS.
O dólar comercial oscilou depois da sua abertura, mas, ainda pela manhã, entrou em tendência ascendente que perdurou ao longo de toda a sessão. A maior aversão externa ao risco contaminou o cenário doméstico. O Banco Central interveio com leilão de US$ 500 milhões em contratos de swap cambial, para suprir liquidez ao mercado.
A divisa fechou cotada a R$ 5,5300 (+1,17%), acumulando +1,90% na semana, +6,00% no mês, +37,84% no ano e +36,01% em 12 meses. O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) passou a 227 pts frente a 226 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros subiram. A maior aversão ao risco no cenário internacional e a elevação do dólar foram determinantes para o comportamento no dia. Destaque de alta para os vencimentos intermediários. Assim fecharam as taxas em relação a sessão anterior:
DI set/2020 estável em 1,90%;
DI outubro/2020 estável em 1,91% de 1,90%;
DI Janeiro/2021 em 1,91% de 1,90%;
DI Janeiro/2022 em 2,78% de 2,69%;
DI janeiro/2023 em 4,00% de 3,88%;
DI janeiro/2025 em 5,83% de 5,68%;
DI janeiro/2027 em 6,85% de 6,70%.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RENATO ODO, CNPI-P, integrantes do BB Investimentos
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