Diário do Mercado na 5ª feira, 20.08.2020
Ibovespa sobe, mas tem trajetória volátil com questão fiscal
Comentário.
O índice brasileiro iniciou dando a entender que teria um dia de realizações. Todavia, reverteu o quadro pessimista ao logo do pregão e encerrou em alta.
Novamente, a questão fiscal esteve no cerne da tendência. Inicialmente, em decorrência da derrubada na noite anterior pelo Senado do veto do reajuste de servidores em 2021, que traria mais gastos ao governo, derrubou o mercado doméstico.
Depois, rumores que poderia ser barrado na Câmara dos Deputados, onde foi novamente para ser votado, já trouxe certo alívio. Já na parte final doa sessão, com a perspectiva que o veto seria mantido, o Ibovespa reagiu positivamente.
Externamente, os investidores digeriram a ata do Fed e continuaram a crer na pujança da recuperação da economia norte-americana. Também, foi deixado de lado pelos agentes o não consenso entre republicanos e democratas sobre medidas de estímulo mais robustas. Os índices S&P500 e Dow Jones tiveram pequenas elevações, enquanto o índice de tecnologia Nasdaq tornou a bater recorde histórico de pontuação, ajudando a levantar as demais bolsas pelo mundo.
O dólar comercial operou em alta durante toda a sessão e fechou em R$ 5,5530 (+0,42%). Os juros futuros, exceto o curtíssimo, tiveram alta na ponta curta e baixa na ponta longa.
Ibovespa.
O índice abriu decaindo, mas antes de meia hora de negociação foi reagindo, passando a oscilar ao redor da estabilidade a partir das 13h. Na hora e meia final, subiu rapidamente até o fechamento. De modo ponderado, as ações da B3 e da Vale foram os destaques positivos no dia.
O Ibovespa fechou aos 101.467 pts (+0,61%), acumulando +0,11% na semana, -1,04% no mês, -12,26% no ano e +2,26% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 28,7 bilhões, sendo R$ 25,7 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 18 de agosto, a Bovespa apurou ingresso líquido de R$ 1,072 bilhão em capital estrangeiro, acumulando entrada líquida de R$ 3,019 bilhões no mês (após saída líquida de R$ 8,408 bilhões em julho). ]
Em 2020, o saldo negativo agora está em -R$ 81,893 bilhões (acima da saída líquida anual recorde de -R$ 44,517 bilhões em 2019).
Câmbio e CDS.
O dólar comercial já abriu em alta e oscilou acima de R$ 5,60 (+1,26%) até pouco antes das 14h. Depois, ficou oscilante ao redor da estabilidade, arrefecendo após às 15h30. As preocupações dos agentes com a questão fiscal doméstica deram o tom do comportamento no dia. O Banco Central interveio com R$ 550 milhões no mercado à vista, visando suprir liquidez.
A divisa fechou cotada a R$ 5,5530 (+0,42%), acumulando +2,32% na semana, +6,44% no mês, +38,41% no ano e +37,08% em 12 meses.
Risco-País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) passou a 229 pts ante 227 pts do dia anterior.
Juros.
Os juros futuros denotaram altas nos vencimentos mais curtos, com exceção do curtíssimo, e recuo nos mais longos. A percepção dos investidores esteve voltada para a questão fiscal e a movimentação do dólar. Assim fecharam as taxas em relação a sessão anterior:
DI set/2020 em 1,90% de 1,91%;
DI outubro/2020 estável em 1,91% de 1,90%;
DI Janeiro/2021 em 1,94% de 1,91%;
DI Janeiro/2022 em 2,79% de 2,78%;
DI janeiro/2023 em 3,99% de 4,00%;
DI janeiro/2025 em 5,80% de 5,83%;
DI janeiro/2027 em 6,82% de 6,85%.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 20.08.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RENATO ODO, CNPI-P, ambos integrantes do BB Investimentos.
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