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Investimentos

14 de Novembro de 2020 as 13:11:10



NATURA&CO Resultado no 3º trimestre/2020: POSITIVO


NATURA&Co - Resultado no 3º Trimestre/2020 e Revisão de Preço
 
Positivo; Forte Crescimento de Vendas acompanhado de ganho de margens
  
O resultado referente ao 3T20 do Grupo Natura&Co foi positivo, em nossa opinião. O destaque do trimestre ficou no expressivo crescimento de vendas em moeda constante em três das quatro divisões de negócios.
 
Apesar da Avon International ainda não acompanhar esse movimento, merece destaque também a amenização da queda de receita dessa divisão frente os trimestres anteriores.
 
Desempenho das Ações.
 
Os papéis de NTCO3 vêm performando bem em 2020. Apesar da pandemia do Covid-19 ter impactado os seus negócios em todos os países em que atua, mitigando uma de suas  vantagens competitivas, que é justamente a abrangência geográfica, o Grupo tem conseguido migrar seus clientes para canais alternativos de vendas, bem como aumentar a digitalização das suas consultoras, tudo isso aliado a um rígido controle de despesas.
 
Por essas razões, a NTCO3 acumula um ganho de 51,9% os últimos 12 meses, e +27,4% em 2020.
 
No entanto, após revisarmos nosso preço-alvo para o final de 2021 para R$ 58,20 (antes R$ 43,90), ainda enxergamos espaço para a continuidade dessa alta, motivo pelo qual elevamos nossa recomendação para Compra.
 
Desempenho econômico-financeiro. 
 
A receita líquida consolidada do Grupo Natura&Co foi de R$ 10,4 bilhões, 31,7% superior a/a e 4,2% r/e. Esse desempenho deveu-se tanto pelo crescimento em moeda constante das receitas nas divisões Natura&Co Latam (+20,1% a/a), Aesop (+19,9% a/a) e The Body Shop (+8,2% a/a), bem como pelo impacto positivo da variação cambial em decorrência da desvalorização do real no período.
 
Vale observar que a divisão Avon Internacional segue apresentando queda de receita em moeda constante (-7,3% a/a), apesar de ser em menor escala frente ao observado nos trimestres anteriores.
 
A margem bruta consolidada atingiu 64,5% neste trimestre, +0,6 p.p. a/a e -0,7 p.p. r/e. O crescimento da margem bruta decorre, principalmente, de uma expressiva melhoria de margem bruta na divisão The Body Shop em função da redução dos descontos e maior volume nos canais de vendas online e diretas.
 
Já a margem EBITDA Ajustada consolidada foi de 15,8%, um acréscimo de 4,0 p.p. a/a e 2,7 p.p. acima das nossas estimativas, como resultado da margem bruta superior e de um rígido controle das despesas.
 
A despeito da melhoria das margens operacionais, a margem líquida não acompanhou o mesmo movimento e atingiu 3,7% neste trimestre. Vale observar que, apesar da queda de 1,1 p.p. na comparação anual, esse resultado é bastante positivo, pois marca o retorno do resultado líquido da companhia para o positivo.
 
Além disso, a margem líquida veio 3,1 p.p. superior às nossas expectativas em razão de um resultado financeiro líquido melhor do que o estimado, bem como de uma alíquota efetiva de IR&CSLL inferior às projeções.
 
Revisão de Preço
 
Não obstante os desafios vividos no primeiro semestre deste ano por ocasião do Covid-19, consideramos que os resultados apresentados pelo Grupo Natura&Co têm sido muito positivos. Ao nosso ver, dado que a pandemia tem escala global, a diversidade geográfica do Grupo não deveria contribuir para minimizar os danos decorrentes das restrições impostas em função do Covid-19. Apesar disso, a estratégia do Grupo, calcada em um modelo multimarcas e multicanal, mostrou-se muito acertada.
 
Com efeito, fatores como a capacidade da companhia de implementar ferramentas de social selling (vendas via plataformas sociais) na Natura&Co Latam, a expressiva migração de vendas de lojas físicas para os canais digitais nas marcas Aesop e The Body Shop, bem como a bem sucedida implantação das vendas diretas no Reino Unido para esta última marca, comprovam o forte posicionamento das marcas e dos canais que o Grupo Natura&Co atualmente opera, e que devem se consolidar ainda mais à medida que a integração e transformação da Avon avançam.
 
Em nossa última revisão de preço, incluímos o novo modelo de segmentação de negócios implementado após a incorporação da Avon, o aumento das sinergias decorrentes da integração da Avon e o aumento de capital, mediante subscrição privada, ocorrido em junho deste ano.
 
Nesta revisão, incorporamos os resultados referentes aos 9M20, o aumento de capital no montante de R$ 5,6 bilhões, concluído em outubro, e a redução do endividamento em função do pré-pagamento de títulos de dívida no montante de US$ 900 milhões. Com isso, alteramos nosso preço-alvo para o fim de 2021 para R$ 58,20 (antes R$ 43,90) com elevação da recomendação para Compra.
 
Dentre as alterações em nossas estimativas, destacamos: 
 
(i)   aumento no crescimento de receita em 2020, dada a capacidade do Grupo em manter fortes vendas mesmo com as lojas físicas fechadas, além do impacto positivo decorrente da desvalorização do real frente ao dólar; 
(ii)  margem bruta maior em função de uma redução da concessão de promoções; e 
(iii)  forte controle de despesas com vendas e administrativas, levando a margens EBITDA Ajustada e líquida superiores ao anteriormente esperado.
 
Tese de Investimentos. 
 
A tese de investimentos da Natura&Co baseia-se na 
 
(i)    diversificação dos canais de vendas, com robusta expertise em cada um deles; 
(ii)  forte base de consultoras na América Latina, com histórico de aumento de produtividade; 
(iii) diversificação geográfica em escala global, permitindo que o Grupo minimize impactos negativos decorrentes de cenários macroeconômicos desafiadores; 
(iv)  relevante atividade em inovação focada principalmente em produtos naturais e/ou não testados em animais; e 
(v)  captura das sinergias em decorrência da aquisição e integração da Avon ao Grupo. 
 
Riscos. 
 
Os riscos relacionados à tese de investimentos da Natura&Co são: 
 
(i)  incapacidade de integrar suas plataformas físicas (vendas diretas e lojas) ao comércio eletrônico, perdendo espaço para os concorrentes; 
(ii)  incapacidade de criar produtos inovadores e bem-sucedidos, além de atrair e reter consultores independentes;
(iii)  incapacidade de integrar as divisões de negócios resultantes de fusões e aquisições; e, finalmente, 
(iv)  incapacidade de acessar o mercado chinês devido aos testes obrigatórios em animais para a venda de determinados produtos. 
 
ESG.
 
Assumimos o compromisso de integrar aspectos ambientais, sociais e de governança corporativa (“ESG”, na sigla em inglês) nas análises das empresas de nosso universo de cobertura, a fim de atender ao interesse cada vez maior dos investidores nesse assunto. Para mais informações, acesso nosso relatório Seleção BB ESG.
 
O Grupo Natura&Co foi uma das companhias selecionadas para integrar nossa primeira seleção ESG, dado seu longo histórico de integração da sustentabilidade ao seu modelo de negócios. Em junho deste ano, o Grupo lançou sua ‘Visão 2030 – Compromisso com a Vida’, documento que estabelece os compromissos e ações em um horizonte de 10 anos com foco na crise climática, proteção da Amazônia, garantia de igualdade e inclusão de grupos sub-representados e no direcionamento do negócio para a circularidade e regeneração.
 
O rating ESG de Natura&Co, atribuído pela Refinitiv, é A- (B+ no pilar ambiental, A- no pilar social e A- no pilar Governança), sem quaisquer apontamentos de controvérsias. Dado que o rating atual não comporta as diversas alterações ocorridas ao longo de 2019, acreditamos que, quando da revisão do rating pela Refinitiv, este deva vir superior ao ora reportado.
 
Apesar se encontrarem em diferentes estágios, todas as companhias do Grupo Natura&Co estão focadas em reduzir seu impacto ambiental e aumentar o impacto social. Em 2014, a Natura Cosméticos divulgou sua Visão de Sustentabilidade 2050, por meio da qual assumiu o compromisso de ser uma marca que gere impacto positivo no meio ambiente e na sociedade, traçando metas a serem atingidas já em 2020.
 
No mesmo ano, a companhia foi reconhecida pela primeira vez como uma B Corp, certificação essa concedida por uma organização independente a empresas que valorizam seus resultados econômicos, sociais e ambientais. 
 
A Avon ampliou sua estratégia de sustentabilidade em 2019, com vistas a abranger o impacto ambiental em todas as suas operações, além de definir metas com o objetivo de melhorar a sustentabilidade de suas embalagens e reduzir ainda mais as emissões de carbono e o uso de água. Ainda em 2019, a encerrou os testes em animais em todos os produtos em todos os países em que opera. 
 
A The Body Shop conquistou sua certificação B Corp em 2019 e se prepara para lançar um novo plano de sustentabilidade em 2021, com foco em criar um negócio regenerativo e sustentável até 2030. A companhia conta atualmente com um programa de Comércio Comunitário, que tem o compromisso de trabalhar com fornecedores em todo o mundo e garantir que recebam um salário justo por ingredientes acessórios naturais de alta qualidade.
 
Já a Aesop passará a agregar metas de sustentabilidade em 2020, com o objetivo de garantir que sua operação seja sustentável em toda a cadeia de valor até 2030. Além disso, a companhia já apoia as comunidades em que opera por meio da Fundação Aesop, doando anualmente 2,5% do EBITDA para apoio ao desenvolvimento da alfabetização e contação de histórias em comunidades marginalizadas.
 
Quanto ao aspecto de governança corporativa do Grupo Natura&Co, destacamos que o Conselho de Administração do Grupo é formado por doze membros, sendo oito membros independentes, e possui regimento interno próprio aprovado em 2019. Além disso, o Grupo possui três mulheres ocupando o cargo de conselheiros.
 
O Conselho de Administração é apoiado pelo 
 
(i)   Comitê Estatutário de Auditoria, Gestão de Risco e Finanças, com regimento interno próprio; 
(ii)   Comitê de Pessoas e Desenvolvimento Organizacional; 
(iii)  Comitê Estratégico; 
(iv)  Comitê de Governança Corporativa; e um 
(v)   Comitê Operacional do Grupo. 
 
Além disso, o grupo conta com um Conselho Fiscal não permanente com regimento interno próprio.
 
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise a respeito, elaborado por GEORGIA JORGE, do BB INVESTIMENTOS

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: GEORGIA JORGE, do BB INVESTIMENTOS.





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