Na reta final para as eleições do próximo domingo no Chile, 07 candidatos presidenciais realizaram o último debate na TV. Dentre os candidatos mais cotados, o candidato de esquerda, Gabriel Boric, propõe o desmantelamento do modelo econômico neoliberal imposto por Pinochet; enquanto o candidato José Antonio Kast, da direita neoliberal abjeta, propõe corte de impostos das empresas, política anti-imigração e manutenção do modelo econômico atual.
No próximo domingo, os chilenos irão às urnas para eleger seu próximo presidente entre sete candidatos: os dois favoritos vêm de extremos opostos do espectro político. Serão também eleitos 155 deputados e 27 senadores.
Na reta final para as eleições do próximo domingo no Chile, os sete candidatos presidenciais realizaram o último debate pela TV. Os dois favoritos das pesquisas, o esquerdista Gabriel Boric e o direitista José Antonio Kast, declararam-se abertos a negociar partes de seus programas econômicos.
"Estamos disponíveis para discutir os elementos de nosso programa",
disse Gabrie Boric no debate de 15.11, 2ª feira à noite, observando que seus planos de reforma tributária criam incerteza entre os investidores.
"Vamos discutir com todos os setores os detalhes de nossas propostas."
“Se o Congresso não autorizar a redução do imposto sobre as sociedades de 27% para 17%, faremos isso gradativamente, passo a passo”,
disse José Antonio Kast, acrescentando que seu programa “não é definitivo” e que alguns pontos podem ser modificados. .
BORIC, pelo Approve Dignidad, de esquerda
Aos 35 anos de idade, Boric propõe desmantelamento do modelo neo-econômico imposto pelo ditador Augusto Pinochet, e substituição para um modelo econômico baseado no estado de bem-estar social dos países europeus. Apresenta como objetivo de seu governo a garantia de direitos sociais universais ao povo chileno. Seu projeto inclui a implantação de um modelo de seguradade social com aposentadoria mínima de 250 mil pesos, o que equivale a cerca de US$ 300.
Boric, que está competindo pelo conglomerado de esquerda Approve Dignidad, prometeu:
► desmantelar o modelo econômico "neoliberal" do Chile
► aumentar o salário mínimo
► aumentar os impostos corporativos
► substituir o atual sistema de previdência privada por um estatal
José Antonio KAST, ultra-liberal de extrema direita
Kast, que concorre pelo Partido Republicano do Chile, garantiu que:
► corte de impostos corporativos e imobiliários
► reduzir gastos fiscais
► aplicar políticas de imigração mais rígidas
Boric e Kast têm as melhores chances de chegar ao segundo turno agendado para 19.12.2021, com as alternativas mais moderadas ficando para trás.
Outros candidatos menos cotados
Tanto a senadora Yasna Provoste, que concorre pela coalizão de centro-esquerda do Partido Democrata Cristão, quanto Sebastián Sichel pelo Chile Vamos, que representa a continuidade do governo de Sebastián Piñera, são apoiados pelos partidos tradicionais que governaram o Chile no últimas três décadas.
Os candidatos Marco Enríquez-Ominami, do Partido Progressista de centro-esquerda do Chile, e Eduardo Artés, da Unión Patriótica, também participaram do debate, enquanto Franco Parisi, do Partido do Povo, não participou por estar infectado com o coronavírus.
Excertos do Debate pela televisão, em 16.11.2021
► de Gabriel Boric
• “A estabilidade de hoje implica mudanças graduais, passo a passo, para não sair do caminho”
• “Temos interesse em crescer, mas não dá para crescer em um país socialmente fragmentado”
• Sobre a Nicarágua e a Venezuela: "A democracia sempre se defende, não dependendo da cor política de quem governa"
► de José Antonio Kast
• “O investimento atrai-se, sobretudo, com regras claras e ordem pública”
• Sobre os protestos em massa: “Se quem se aglomera não cumpre a lei e não pede autorização, não pode sair”
• Quando o anfitrião do debate lhe perguntou se ele conhecia o cálculo de longo prazo da tendência do PIB do Chile, ele respondeu: "Não sei".
► de Sebastián Sichel
• Sobre o sistema previdenciário: "Não concordo que o Estado assuma o sistema, expropriando a futura poupança do povo";
• "Os chilenos poderão escolher quem administrará suas economias para aposentadoria";
• “Terei coragem de prender quem não cumpre a lei, quem ateia fogo, saqueia”
► de Yana Provost
• “Nosso programa é sério, responsável e financiado”
• Promover sindicatos no Chile é a proposta econômica de seu programa que mais assusta os investidores.
• Sobre as barricadas durante os protestos: “Não haverá espaço para endossar situações de violência em nosso país”
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