Em entrevista coletiva concedida em 15.04, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, confirmou que o Banco reduzirá o volume do apoio financeiro em operações de financiamentos para capital de giro.
De fato, desde 31.03.2013, encontra-se expirado o prazo para solicitações de empréstimos na linha PROGEREN. Essa era uma linha extremamente atraente do BNDES, voltada a apoiar micro, pequenas e médias empresas do setor industrial nas regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste, e do setor industrial e de serviços do Norte e Nordeste, com taxas médias de juros entre 9 e 11% ao ano, com prazo de pagamento de 36 meses, 12 dos quais, de carência da parcela de amortização.
Para uma comparação, os bancos privados oferecem empréstimos para capital de giro com pagamento em 6 meses, sem período de carência para o pagamento e com juros entre 1,5% a 3,0% ao ano.
Sempre com caráter temporário, a linha PROGEREN estava sendo operadA pelo BNDES e sua rede de representantes há cerca de 10 anos, com prazo de vigência sempre de um ano, mas renovada anualmente. Não fazia parte do corebusiness do banco, uma vez que sua concessão não se vinculava à nenhum projeto de investimento.
O BNDES continuará concendendo empréstimos para capital de giro, mas vinculados às operações de financimento para capital de investimento, seu âmbito histórico de atuação.
Ao assim proceder, o Banco atende a dois objetivos: (1º) acolhe a demanda do sistema financeiro privado que pleiteia mais espaço para si, ainda que à taxas de juros desinteressantes ao setor produtivo, entre 1,7% até 3,0% ao mês, nas operações de capital de giro; e (2º) exerce menor pressão sobre os recursos do Tesouro Nacional que, no final, é que supre o BNDES com capitais.