Portugal lamenta incômodo a Evo Morales, mas não esclarece se pedirá desculpas
O MNE Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal reiterou, em 05.07, que "lamenta qualquer incômodo" causado ao presidente da Bolívia, mas não esclareceu se haverá um pedido de desculpas formal por causa do incidente com o avião de Evo Morales.
Os presidentes dos seis países-membros da UNASUL União de Nações Sul-Americanas exigiram na 5ª feira, 04.07, que Espanha, Portugal, França e Itália peçam desculpas públicas pela recusa em autorizar o sobrevoo e/ou a aterissagem do avião do presidente Evo Morales na 3ª feira, 03.07.
O presidente boliviano, que regressava para casa após uma viagem à Rússia, foi obrigado à uma escala forçada de 13 horas em Viena, tendo partido na quarta-feira rumo à capital boliviana, com escalas nas ilhas espanholas das Canárias e no Brasil.
"Portugal sempre manteve a autorização de sobrevoo do seu território e, como foi referido desde o início, lamenta qualquer incômodo junto do presidente Evo Morales",
disse em uma declaração escrita enviada à agência Lusa, o porta-voz do MNE, Miguel Guedes, evitando esclarecer se tal significa que Portugal irá pedir desculpas formais às autoridades bolivianas como exige a Unasul.
Miguel Guedes sublinhou ainda que
"Portugal tem uma política de comprovada e reforçada amizade"
com a América Latina e com os países da Unasul.
Em comunicado anterior, o MNE adiantava que o avião do presidente Evo Morales tinha sido autorizado a aterrizar e reabastecer em Lisboa, no dia 30 de junho, quando se dirigia de La Paz para Moscou e que em 1º de julho, às 16h28, Portugal comunicou às autoridades da Bolívia que a autorização de sobrevoo e aterissagem, solicitada para o percurso de regresso Moscou/La Paz, "estava cancelada por considerações técnicas".
Perante o pedido de esclarecimento das autoridades bolivianas, foi concedida autorização de sobrevoo depois das 21h10, mantendo-se a proibição de aterissagem, ainda segundo o mesmo comunicado.
Na 3ª feira, Portugal, França, Espanha e Itália recusaram o sobrevoo ou aterissagem nos seus territórios do avião presidencial boliviano, que regressava de Moscou a La Paz, devido às suspeitas de que o ex-consultor da CIA (agência de inteligência dos EUA) Edward Snowden, acusado de espionagem pelos EUA, estaria a bordo.