Home   |   Expediente   |   Publicidade   |   Cadastre-se   |   Fale Conosco             

Internacional

01 de Março de 2024 as 21:03:36



CELAC - LULA propõe moção à ONU pelo Fim do Genocídio em Gaza


Presidente Lula da Silva e presidentes de países integrantes da CELAC, em San Vicente e Granadina, em 01.03.2024
 
Lula propõe moção da Celac à ONU pelo fim do genocídio em Gaza
Presidente considera chocante indiferença da comunidade internacional
 
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs, nesta 6ª feira, 1º.03, que a CELAC Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos faça uma moção à ONU Organização das Nações Unidas pelo fim imediato do genocídio de palestinos na Faixa de Gaza, imposto pelo governo de Israel.
 
Lula discursou durante a reunião de cúpula da Celac, em Kingstown, em São Vicente de Granadinas.
 
“A tragédia humanitária em Gaza requer de todos nós a capacidade de dizer um basta para a punição coletiva que o governo de Israel impõe ao povo palestino. As pessoas estão morrendo na fila para obter comida. A indiferença da comunidade internacional é chocante”,
 
disse Lula.
 
Autoridades de saúde de Gaza informaram nesta 5ª feira, 29.02, que soldados israelenses atiraram contra pessoas que aguardavam ajuda humanitária e mataram 104 palestinos. O governo brasileiro repudiou a ação e afirmou que trata-se de uma “situação intolerável”.
 
O presidente Lula sugeriu ao secretário-geral da ONU, António Guterres, também presente no encontro da Celac, que ele invoque o Artigo 99 da Carta da ONU, que confere ao secretário-geral levar ao Conselho de Segurança assuntos que ameacem a paz e a segurança internacional.
 
A partir desta sexta-feira, o Japão assume a presidência rotativa do conselho das Nações Unidas, e Lula fez um apelo para que o tema seja pautado “com toda a urgência”.
 
“Peço aos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU que deixem de lados suas diferenças e ponham fim a essa matança”,
apelou Lula.
 
“A nossa dignidade e humanidade estão em jogo. Por isso é preciso parar a carnificina em nome da sobrevivência da humanidade, que precisa de muito humanismo”,
acrescentou.
 
O Conselho de Segurança tem como membros permanentes os EUA, Rússia, China, França e Reino Unido, países que podem vetar decisões da maioria. Outros países também participam como membros rotativos, mas sem poder de veto.
 
Ainda nesta 6ª feira, Lula se reunirá com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro; com o ministro das Relações Exteriores do Chile, Alberto van Klaveren, e com a secretária de Relações Exteriores do México, Alicia Bárcena, para tratar da situação em Gaza.
 
Na 5ª feira, 29.02, Petro anunciou que a Colômbia suspenderá todas as compras de armas de Israel, e afirmou que “o mundo deve bloquear” o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
 
“Pedindo comida, mais de 100 palestinos foram mortos por Netanyahu. Isto chama-se genocídio e faz lembrar o Holocausto, mesmo que as potências mundiais não gostem de o reconhecer”,
 
escreveu, em publicação nas redes sociais.
 
Durante seu discurso na Celac, Lula lembrou ainda do conflito em curso na Ucrânia e da crise no Haiti.
 
“No Haiti, precisamos agir com rapidez para aliviar o sofrimento de uma população dilacerada pelo caos social. Há anos o Brasil vem dizendo que o problema do Haiti não é só de segurança, mas, sobretudo, de desenvolvimento”,
 
afirmou o presidente Lula.
 
Integração
 
O presidente brasileiro voltou a defender a reforma das organizações internacionais, incluindo as financeiras que, segundo ele, devem embutir “a demanda por mecanismos inovadores de financiamento”. Para Lula, essas reformas são necessárias para combater o caráter estrutural do subdesenvolvimento.
 
“Economistas como Raul Prebisch e Celso Furtado explicitaram os riscos associados a uma inserção internacional baseada unicamente em vantagens comparativas. Com a integração, podemos atuar para que as ferramentas de inteligência artificial sejam uma aliada dos nossos projetos de reindustrialização, mitigando seus efeitos nefastos no mercado de trabalho”,
 
disse Lula.
 
“Os bancos multilaterais de desenvolvimento devem destinar mais recursos, e de forma mais ágil e sem condicionalidades, para iniciativas que realmente façam a diferença. Com isso, será mais fácil enfrentar nossa deficiente conexão física e investir na construção de estradas, ferrovias, pontes, portos e conexões aéreas que permitam uma efetiva circulação de pessoas e de mercadorias”,
 
defendeu o presidente.
 
Para Lula, nos últimos anos a América Latina e o Caribe voltaram a ser uma região “balcanizada e dividida, mais voltada para fora do que para si própria”. Nesse sentido, ele defende que a Celac seja um foro de construção de consensos, “que cultiva a via do entendimento e que não se deixa tentar por soluções impositivas”
 
“A Celac nos proporciona essa possibilidade de pensar nossa inserção no mundo a partir de nossas agendas e interesses”,
 
afirmou, destacando os potenciais econômicos e riquezas dos países da região.
 
“Num contexto de difusão do poder global e de reforço constante da multipolaridade, a questão que volta a se colocar é se os países da América Latina e do Caribe querem se integrar ao mundo unidos ou separados”,
 
questionou.
 
“Se falamos como região, temos mais chances de influenciar os grandes debates da atualidade. Se atuamos juntos, criamos sinergias que fortalecem nossos projetos individuais de desenvolvimento”,
 
completou o presidente.
 
Agenda regional
 
Lula chegou a Kingstown nesta quinta-feira, para a cúpula da Celac, após visita a Georgetown, na Guiana, onde participou do encerramento da cúpula da Comunidade do Caribe (Caricom) e teve reuniões bilaterais. Durante sua passagem, ele destacou as agendas em comum do Brasil com os países da região e prometeu abrir rotas de conexão e ampliar a parceria. O presidente brasileiro ainda defendeu a manutenção da América do Sul como uma zona de paz.
 
Nesta 6ª feira, entre outros compromissos, Lula tem agendas bilaterais com os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Bolívia, Luis Arce, e com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres. Lula também participará da cerimônia de assinatura de um acordo de serviços aéreos entre o Brasil e a Antígua e Barbuda, além dos eventos finais da cúpula da Celac.
 
A previsão é que a comitiva presidencial deixe São Vicente e Granadinas ainda nesta 6ª feira, com desembarque em Brasília no início da madrugada deste sábado, 02.03.


Fonte: AGENCIA BRASIL. Imagem: Ricardo Stuckert da Presidência da República





Indique a um amigo     Imprimir     Comentar notícia

>> Últimos comentários

NOTÍCIAS DA FRANQUEADORA E EMPRESAS DO SEGMENTO


  Outras notícias.
IRÃ obtém 15/04/2024
IRÃ obtém "Mapa Completo" das Capacidades de Defesa Israelenses
 
ATAQUE DIRETO do IRÃ a ISRAEL muda conflito no Oriente Médio 14/04/2024
ATAQUE DIRETO do IRÃ a ISRAEL muda conflito no Oriente Médio
 
IRÃ lança Mísseis e Dezenas de Drones Kamikaze em direção a ISRAEL 13/04/2024
IRÃ lança Mísseis e Dezenas de Drones Kamikaze em direção a ISRAEL
 
CONSELHO leva à ONU alerta sobre Avanço do NEONAZISMO no Brasil 09/04/2024
CONSELHO leva à ONU alerta sobre Avanço do NEONAZISMO no Brasil
 
COPA SHE BELIEVES - Brasil derrota Japão nos Pênaltis e garante 3º lugar 09/04/2024
COPA SHE BELIEVES - Brasil derrota Japão nos Pênaltis e garante 3º lugar
 
Brasil condena invasão do Equador à embaixada do México em Quito 07/04/2024
Brasil condena invasão do Equador à embaixada do México em Quito
 
ITAMARATI elogia Corte Internacional por exigir medidas de ISRAEL em GAZA 30/03/2024
ITAMARATI elogia Corte Internacional por exigir medidas de ISRAEL em GAZA
 
MACRON no Palácio do Planalto nesta 5ª feira 28/03/2024
MACRON no Palácio do Planalto nesta 5ª feira
 
A Política Externa dos EUA põe o Mundo em Perigo, com Trump ou Biden 26/03/2024
A Política Externa dos EUA põe o Mundo em Perigo, com Trump ou Biden
 
ONU - Conselho de Segurança aprova Cessar-Fogo Temporário em GAZA 25/03/2024
ONU - Conselho de Segurança aprova Cessar-Fogo Temporário em GAZA
 
Escolha do Editor
Curtas & Palpites