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Internacional

11 de Outubro de 2013 as 22:10:19



ARTIGO - EUA - Republicanos apresentam plano rédea-curta a Obama. por Wilson R Correa


Minar é preciso, governar não é preciso
 
Hábil político, Obama declarou que teve uma boa reunião com os líderes republicanos da Câmara dos Representantes, mas nada foi resolvido. Continua o impasse sobre o aumento da dívida pública norteamericana. A data limite é 17 de outubro.
 
“Depois de uma discussão sobre caminhos possíveis para avançar, não se tomou uma decisão específica. O presidente espera continuar a fazer progressos continuados com membros dos dois partidos”,
 
declarou a Presidência norte-americana, em comunicado, ao final de uma reunião com negociadores republicanos.
 
Cenoura na varinha ...
 
Os líderes apresentaram um plano para elevar temporariamente, durante seis semanas, a partir de 17 de outubro, o limite da dívida, período durante o qual será negociada a reabertura dos serviços federais e a redução do déficite.
 
Essa contribuição do Partido Republicano à solução do impasse soma um item a mais ao histórico de desserviço público prestado pelo partido. Embora se possa ler em seu ideário as bases do pensamento liberal mais ortodoxo, a sustentação do complexo industrial militar e a política imperial coordenada pelo Pentagono permanecem intocadas, não atingidas pelos cortes já em curso.  Mas, nada indica que possa permanecer assim ad infinitum se agravadas a paralização do Estado e as condições econômico financeiras do país.
 
Cerca de 750 bases militares norteamericanas espalhadas pelos continentes e cerca de 1,5 milhão de soldados por elas distribuidos, não são sequer mencionados pelos republicanos em seu elenco de cortes, que concentram-se unicamente no Obama-Care, como acabou sendo chamado o atendimento médico a cerca de 30 milhões de norteamericanos carentes, que reduz o mercado potencial ao avanço de planos privados de atendimento médico.
 
Bill Clynton, o último presidente democrata, anterior a Bush Jr., passou os três últimos anos de seu mandado sob ameaça de impeachment. Chantageado pelo partido Republicano, só se manteve no cargo após um acordo que elevou em alguns bilhões de dólares o orçamento de guerra do Pentágono. Em seus oito anos de governo cortou como pôde os gastos militares e despertou a ira do complexo industrial militar, o mesmo responsável pelo assassinato de Kennedy. Seu esforço obteve êxito por ter convencido países como Japão e Alemanha a arcarem com os parcela majoritária dos custos financeiros das aventuras militares norteamericanas. Com isso, Clinton obteve superavites orçamentários e conteve o crescimento da dívida pública norteamericana. Claro que obteve também ódios e rancores da banca, pois todo o sistema funciona como um negócio em que são essenciais os títulos públicos do governo dos EUA e o crescente endividamento do Estado. No final, para escapar do impeachment, Clinton autorizou novos gastos militares e manteve seu mandato, ainda que tenha deixado as contas do governo em dia e superavitárias.
 
O governo Bush Jr, por sua vez, não obteve o mesmo êxito e deixou o país quebrado ao seu suscessor. Suas aventuras militares no Iraque e Afeganistão estima-se que levaram US$8 trilhões e elevaram o endividamento público, para alegria do sistema financeiro e dos rentistas.
 
No presente momento, os membros do Tea Party, ignorantes de como funciona a economia, estão brincando contra os interesses dos banqueiros (aos quais é de extremo interesse a expansão da dívida pública norteamericana)  e também do complexo industrial militar. Sua chantagem é bravata sem poder de fogo. Terão logo que abrir o bico e, quanto mas demorarem, mais afetados os interesses da banca.
 
Tão vaidoso quanto, mas mais esperto que Clinton porque aprendeu com a história, Obama, por sua vez,  sabe que não se pode mexer com o Pentágono e jamais irá cortar gastos militares para manter seu Obama-Care: vai tocá-lo com com o endividamento público. E as bases militares norteamericanas vão permanecer onde sempre estiveram. Seu milhão e meio de soldados em bases e em campos de batalha, quando muito, serão realocados, como no caso do potencial conflito com a Síria. Nem Guantânamo conseguiu Obama fechar, mesmo com todo o apoio interno e internacional.
 
Diante da radicalização assumida pelos Republicanos, o complexo industrial-militar e os banqueiros tendem a estar ao lado de Obama nessa luta contra os republicanos. E os pressionarão para um acordo com Obama, ainda que honroso. E cada vez mais intensamente, conforme os prazos forem ficando apertados.
 
Canhão ou Manteiga ? os dois
 
Nesse caso, não tem materialidade o dilema canhão ou manteiga, apresentado nos manuais de economia. O canhão (os gastos militares) será garantido pelo Pentágono e a manteiga (os exames de sangue, tratamento médico, cirurgias, medicamentos etc) será garantido pelo charme pessoal do presidente e pelo apelo de sua mensagem política junto aos eleitores norteamericanos, que nesse início de século experimentam mais de perto a miséria.
 
O Partido Republicano, por sua vez, segue atolando-se nos charcos do radicalismo e do distanciamento dos interesses do povo americano, caminho certo para a desimportância e extinção no médio prazo, caso não se livre de seus próprios xiitas. 

 
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