Fiesp e sindicalistas apontam efeitos negativos da alta dos juros
A oitava alta consecutiva da taxa básica de juros (Selic) foi criticada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Para a entidade, não existem razões para o aumento.
“A atividade econômica está esfriando e, pelo visto, teremos mais um ano de crescimento abaixo da média mundial. Este novo aumento dos juros, embora menor que os anteriores, dificulta ainda mais a retomada”,
disse o presidente da federação, Paulo Skaf, por meio de nota.
O COPOM Comitê de Política Monetária do Banco Central anunciou, nesta 4ª feira, 26.02, a elevação de 0,25 ponto percentual que deixou os juros em 10,75% ao ano.
“Este mero 0,25 ponto percentual, que a princípio parece inofensivo, implicará gastos adicionais de juros de mais de R$ 5 bilhões por ano, valor suficiente para construir 500 escolas e 100 hospitais”,
acrescentou Skaf.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) também destacou como o aumento nos juros impactam a dívida pública.
“Cada um ponto percentual acrescido na Selic representa R$ 6 bilhões que saem do Tesouro Nacional diretamente para o bolso desses rentistas. Isso significa que, somente o aumento dos 3,25 pontos percentuais na taxa básica de juros determinados pelo Copom a partir de abril passado, significou um ganho de R$ 21 bilhões a essa casta, sem nenhum esforço”,
diz o comunicado da confederação.
A Força Sindical convocou os trabalhadores a se mobilizarem para contrapor os efeitos negativos que a alta dos juros pode ter no mercado de trabalho.
“A decisão do Copom de elevar a taxa Selic mostra que nós trabalhadores devemos intensificar as mobilizações para manter nossos empregos e garantir aumentos reais nas negociações das convenções coletivas. A alta irá prejudicar as categorias com datas-base no primeiro semestre”,
diz a nota assinada pelo presidente da central sindical, Miguel Torres.