BB Investimentos analisa 4T13 de Suzano
Avanço nas operações e redução nas despesas
SUZB5 Market Perform
Preço em 13/03/2014 R$ 8,95
Preço para 12/2014 R$ 9,00
Recorde nas vendas de celulose
No 4T13, a Suzano apresentou um volume de vendas de celulose de 535 mil toneladas, montante 6,2% superior ao do mesmo período de 2012 devido à maior participação da Ásia no mix com as novas capacidades de papéis inauguradas em 2013.
Apesar do leve aumento no preço da celulose em dólares A/A, a desvalorização cambial incrementou o preço em reais (+10,9%) e a Suzano conseguiu registrar uma elevação de 17,8% na receita líquida do segmento sobre o 4T12.
Em 2013, o maior volume de vendas acompanhou o aumento na produção (+2,6%), e, como a maior parte desse aumento foi destinada ao mercado externo, o câmbio e a elevação no preço do insumo resultaram em uma receita no mesmo patamar de alta de 17,8% em relação à do ano anterior.
Resultado de papel favorecido por aumento de preço
As vendas de papel avançaram 3,5% A/A em função da alta no volume de papel não revestido no mercado interno (+27,6%) e no de revestido no mercado externo (+1,1%), principalmente. Como houve aumento de 5,6% no preço médio líquido em reais, o faturamento de R$ 912 milhões ficou 9,3% maior A/A.
No acumulado do ano, entretanto, o menor volume produzido em função de paradas administrativas nas fábricas de Rio Verde e Embu, visando melhorar a evolução nas margens por tonelada vendida, resultou no decréscimo das vendas, mas que foram compensadaspelos aumentos de preços anunciados ao longo do ano.
Com isso, a receita líquida de papel encerrou 2013 em R$ 3,1 bilhões, montante 3,6% superior em relação a 2012. No período, 69% das vendas de papel foram destinadas ao mercado interno.
Custos e Despesas Operacionais
A Suzano registrou um aumento de 5,7% A/A no custo caixa de produção de celulose (excluindo paradas para manutenção) e atingiu R$569/ton. O maior gasto com aquisição de madeira de terceiros devido à elevação no raio médio e o menor volume produzido – que acaba resultando na menor diluição de custo fixo – foram os principais motivos para esse incremento.
Já as despesas com vendas, gerais e administrativas recuaram positivamente em 3,1% A/A que, segundo a companhia, é resultado da melhora da eficiência operacional que vem sendo trabalhada nos últimos trimestres, e que resultaram em um EBITDA ajustado de R$ 543 milhões, com margem de 32,7%.
Endividamento e Resultado Financeiro
Diante do final dos investimentos no projeto Maranhão, a companhia elevou a dívida líquida em R$ 843 milhões e, assim, seu nível de alavancagem passou de 5,1x para 5,2x de Dívida Líquida/EBITDA.
Em função da variação na taxa de câmbio, que impacta a marcação das dívidas em moeda estrangeira, o resultado financeiro ficou negativo em R$ 339 milhões e, com isso, a Suzano reportou um prejuízo de R$ 58 milhões, versus lucro de R$ 43 milhões no trimestre anterior e de R$ 34 milhões no 4T12.
Perspectivas
A Suzano encerrou o ano com uma sólida evolução em seu resultado, devido à queda nas despesas operacionais, aumento no volume de produção de celulose, start up de Maranhão e aumento nos preços de papel.
Apesar do alto nível de alavancagem preocupar, a expectativa é que os embarques iniciados na planta de Maranhão incrementem sua geração de caixa já no primeiro trimestre e que, em 2014, a companhia possa exportar em torno de 1,0 milhão de toneladas.
Pelo lado negativo, destacamos a pressão de custos que a empresa ainda deverá sofrer ao longo do primeiro semestre, não só em função do elevado custo caixa no início das operações de Maranhão, mas também pelo aumento no raio médio que continuará a pressionar os gastos com compra de madeira de terceiros.
Com isso, mantemos nosso preço alvo em R$ 9,00 e recomendação em market perform.