BB Investimentos analisa 4T13 de EZTEC
"Bom desempenho operacional", avalia o analista do BB Investimentos Wesley Bernabé
EZTC3 Market Perform
Preço em 19/03/2014 R$ 26,09
Preço para 12/2014 R$ 33,20
Upside 27,3%
Ao longo dos últimos trimestres, a EZTEC tem obtido sucesso em dosar o ritmo de novos projetos com objetivo de manter uma velocidade de vendas satisfatória e, principalmente, preservar a rentabilidade da operação.
No 4T13, a companhia lançou um importante empreendimento na região metropolitana de São Paulo, sem concorrência com os demais lançamentos próprios no ano, com valor médio abaixo dos praticados na capital.
A receptividade do produto foi o destaque positivo, com mais de 40% das unidades vendidas em dezembro, mês de lançamento. O trimestre também foi marcado pela compra de terrenos, o que aumentou o consumo de caixa, mas que avaliamos positivamente em função do posicionamento estratégico da incorporadora em sua principal praça.
Guidance cumprido
Os lançamentos do 4T13 somaram um VGV próprio de R$ 352 milhões, evolução de 28% T/T. Desconsiderando a contribuição do EZ Towers, a companhia cumpriu seu guidance de novos projetos para 2013 com R$ 1,3 bilhão, crescimento de 13,5% A/A – próximo ao centro da meta que previa um VGV entre R$ 1,2 bilhão e R$ 1,4 bilhão.
As vendas contratadas no 4T13 (R$ 272 milhões) tiveram um aumento de 35% T/T, impulsionadas pela comercialização de 40% das três primeiras fases do empreendimento Cidade Maia, lançado em dezembro.
A VSO trimestral foi de 22,3%, crescimento de 4,2 p.p. em relação ao 3T13, voltando ao patamar superior a 20%.
Desempenho financeiro
O salto do top line já era esperado em função do maior ritmo de obras e consequente reconhecimento de receitas.
A margem do segmento comercial continuou superior à do residencial, mas a pressão de custos em função do avanço da construção das lajes corporativas fez com que, no acumulado de 2013, a margem bruta da EZTEC recuasse 1,3 p.p. em relação a 2012.
De forma geral, apesar da oscilação entre os trimestres, as margens da companhia têm se mantido em patamar consistentemente acima do guidance de rentabilidade (margem bruta acima de 40% e margem líquida acima de 30%) e do mercado.
Em função do resultado a apropriar das unidades vendidas, acreditamos que os níveis atuais serão mantidos nos próximos trimestres (MB/ML acima de 50%).
Do caixa líquido à divida líquida: sem preocupações
O consumo de caixa ao final de 2013 foi mais intenso. A EZTEC aproveitou oportunidades para compra de terrenos, uma estratégia oposta aos demais concorrentes, mas que avaliamos como favorável para recomposição do land bank.
O avanço das obras do EZ Towers também contribuiu para o aumento dívida bruta, além do maior ritmo de obras em execução. A companhia saiu de uma posição de caixa líquido de R$ 82 milhões no 3T13 para uma dívida líquida de R$ 94 milhões no 4T13, patamar bastante conservador, ainda mais se considerarmos que
(a) haverá transferência dos compromissos do EZ Towers para a São Carlos e que
(b) o endividamento é composto exclusivamente por linhas do SFH.
Perspectivas
Avaliamos o resultado da EZTEC como positivo em função do bom desempenho operacional, cumprimento do guidance e manutenção da rentabilidade superior ao mercado.
Acreditamos que a companhia tende a se beneficiar da estratégia de recomposição do land bank em São Paulo, uma vez que sua posição mais conservadora de endividamento permite maior flexibilidade e vantagem nas aquisições sem permuta. Importante lembrar, ainda, que movimento de consumo de caixa não deve preocupar, pois é cíclico.
Confira no anexo o relatório de análise do desempenho da EZTEC no 4º trimestre/2013, assinado pelo analista do BB Investimentos Wesley Bernabé.