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Política

05 de Abril de 2014 as 00:04:45



IPEA desculpa-se por erro em pesquisa sobre violência contra a mulher


O diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea pediu sua exoneração assim que o erro foi detectado.
 
O IPEA  Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada comunicou nesta 6ª feira, 04.04, que houve erros na divulgação de resultados da pesquisa Tolerância Social à Violência contra as Mulheres. Foram trocados os gráficos percentuais das perguntas “Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas” e “Mulher que é agredida e continua com o parceiro gosta de apanhar”. 
 
A pesquisa tinha revelado anteriormente na 5ª feira, 27.03, que 65,1% dos entrevistados concordam que mulheres que usam roupas curtas merecem ser atacadas.
 
O dado correto é 26%, conforme divulgado nesta 6ª feira, 27.03. Segundo o levantamento, 70% discordam da afirmação de que a roupa justifica a violência. Após a detecção do erro, o diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, Rafael Guerreiro Osorio, pediu exoneração.
 
Com a correção, constatou-se ainda que 65,1% concordam total ou parcialmente que mulheres que são agredidas pelos parceiros, mas continuam com eles, “gostam de apanhar”.  O dado anterior era 26%.
 
“Vimos a público pedir desculpas e corrigir dois erros nos resultados de nossa pesquisa”, retratou-se a entidade, em nota. “Com a inversão de resultados entre as duas questões, relatamos equivocadamente, na semana passada, resultados extremos para a concordância com a segunda frase, que, justamente por seu valor inesperado, recebeu maior destaque nos meios de comunicação e motivou amplas manifestações e debates na sociedade ao longo dos últimos dias”.
 
O dado anterior, quando a pesquisa foi divulgada com percentuais errados, de que 65,1% dos entrevistados concordam que mulheres que usam roupas curtas merecem ser atacadas, gerou protestos em rede sociais e reverberou na imprensa. Homens e mulheres se posicionaram contra o suposto machismo revelado nas respostas. A frase
 
Eu não mereço ser estuprada”   foi amplamente reproduzida na última semana.
 
A jornalista Nana Queiroz, criadora da frase, chegou a ser ameaçada após o início dos protestos.
 
“Amanheci de uma noite conturbada. Acreditei na pesquisa do Ipea e experimentei na pele sua fúria. Homens me escreveram ameaçando me estuprar se me encontrassem na rua, mulheres escreveram desejando que eu fosse estuprada”,
 
relatou Nana, em sua página em uma rede social. A presidenta Dilma Rousseff chegou a manifestar apoio à campanha e à jornalista.
 
 
Confira, a seguir, a íntegra do comunicado do IPEA a respeito:
 
Errata da pesquisa “Tolerância social à violência contra as mulheres”
 
Vimos a público pedir desculpas e corrigir dois erros nos resultados de nossa pesquisa Tolerância social à violência contra as mulheres, divulgada em 27/03/2014. O erro relevante foi causado pela troca dos gráficos relativos aos percentuais das respostas às frases Mulher que é agredida e continua com o parceiro gosta de apanhar e Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas. Entre os 3.810 entrevistados, os percentuais corretos destas duas questões são os seguintes: 
 
 
Mulher que é agredida e continua com o parceiro gosta de apanhar (Em %)
 
Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas
(Em %)
 
 
Corrigida a troca, constata-se que a concordância parcial ou total foi bem maior com a primeira frase (65%) e bem menor com a segunda (26%). Com a inversão de resultados entre as duas questões, relatamos equivocadamente, na semana passada, resultados extremos para a concordância com a segunda frase, que, justamente por seu valor inesperado, recebeu maior destaque nos meios de comunicação e motivou amplas manifestações e debates na sociedade ao longo dos últimos dias.
 
O outro par de questões cujos resultados foram invertidos refere-se a frases de sentido mais próximo, com percentuais de concordância mais semelhantes e que não geraram tanta surpresa, nem tiveram a mesma repercussão. Desfeita a troca, os resultados corretos são os que seguem. Apresentados à frase O que acontece com o casal em casa não interessa aos outros, 13,1% dos entrevistados discordaram totalmente, 5,9% discordaram parcialmente, 1,9% ficou neutro (não concordou nem discordou), 31,5% concordaram parcialmente e 47,2% concordaram totalmente. Diante da sentença Em briga de marido e mulher, não se mete a colher, 11,1% discordaram totalmente, 5,3% discordaram parcialmente, 1,4% ficaram neutros, 23,5% concordaram parcialmente e 58,4% concordaram totalmente.
 
A correção da inversão dos números entre duas das 41 questões da pesquisa enfatizadas acima reduz a dimensão do problema anteriormente diagnosticado no item que mais despertou a atenção da opinião pública. Contudo, os demais resultados se mantêm, como a concordância de 58,5% dos entrevistados com a ideia de que se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros.
 
As conclusões gerais da pesquisa continuam válidas, ensejando o aprofundamento das reflexões e debates da sociedade sobre seus preconceitos. Pedimos desculpas novamente pelos transtornos causados e registramos nossa solidariedade a todos os que se sensibilizaram contra a violência e o preconceito e em defesa da liberdade e da segurança das mulheres.
 
fonte disponível em 04.04.2014:
 


Fonte: IPEA e Agência Brasil

 
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