Diário do Mercado em 1 de agosto de 2014
Mercados Globais.
Fecharam a semana em queda, puxados pela turbulência gerada por crescentes tensões geopolíticas na Ucrânia e na Faixa de Gaza.
Fatores econômicos como o atraso do pagamento de juros da Argentina e a suspensão da negociação dos papéis do banco português Banco Espírito Santo na bolsa de Lisboa também ofuscaram os dados do payroll divugados hoje, que mantém expectativas favoráveis nos mercados quanto ao início da elevação das taxas dos Fed Funds.
Ibovespa.
O Ibovespa ignorou a queda mundo afora, em meio ao cenário de incerteza e à temporada de balanços do segundo trimestre, e fechou em alta de 0,13%, com volume de R$ 4,22 bilhões.
As maiores contribuições de alta hoje foram: BRF FOODS ON (3,15%), BRADESCO PN (+0,98%), JBS ON (+5,27%), BBSEGURIDADE ON (+2,42%) e TIM PART S/A ON(+3,08%). Na parte de baixo, as maiores contribuições foram: VALE PNA (-2,03%), VALE ON (-2,40%), PETROBRAS ON (-0,94%), ITAUUNIBANCO PN (-0,38%) e PETROBRAS PN (-0,47%).
No último dado disponível, a bolsa brasileira registrou ingresso de capital externo de R$ 157,488 milhões no último dia 30, passando a acumular ingresso de R$ 3,481 bilhões em julho. No ano, o superávit é de R$ 15,709 bilhões.
Dólar e Juros futuros.
Curva de juros manteve a trajetória de alta nesta semana e subiu ao longo da estrutura a termo, com os contratos de vencimento a partir de 2016 tendo alta de mais de 1%.
O real valorizou-se hoje, acompanhando o movimento de 12 entre 16 das principais divisas, com os dados do payroll abaixo do consenso de mercado, depois de ultrapassar o patamar de R$ 2,28, para fechar a R$ 2,2569, em queda de 0,45% em relação ao fechamento de ontem.
Indicadores.
EUA. A economia americana adicionou 207.000 postos de trabalho em julho, acima de 200.000 pelo sexto mês consecutivo, o que agradou o mercado, ainda que tenha ficado abaixo do consenso, de 230.000. A taxa de desemprego subiu para 6,2% em junho, ante 6,1% no mês anterior, mas, segundo analistas, a alta reflete o aumento da força de trabalho, sem pressão sobre salários, que se mantiveram constantes na mesma base de comparação.
A folga no mercado de trabalho e a ausência de pressões sobre os salários mesmo em um cenário de aquecimento econômico, além da reiteração do comitê do FOMC (o Copom norteamericano) de que as taxas permanecerão baixas por “tempo considerável” após o término do seu programa de compra de ativos, deverão, ceteris paribus, reduzir a volatilidade observada nas próximas semanas.
Na China, o índice dos gerentes de compras (PMI) de julho aumentou para 51,7, ante 51 em junho, e acima do consenso de mercado, de 51,3, mostrando que a economia continua no passo do crescimento vigoroso.
No Brasil, a produção industrial divulgada pelo IBGE mostrou retração de 1,4% em junho, ante consenso de mercado de queda de 2,3% e recuo de 0,8% no mês anterior.
Dos 24 ramos pesquisados, 18 tiveram queda no período. O indicador anual mostrou retração de 6,9%, contra -7,9% no mês anterior. A atividade que apresentou a maior queda foi a de produção de veículos automotores, reboques e carroceiras, que caiu 12% na comparação mensal.
A balança comercial encerrou julho com superávit de US$ 1,575 bilhão, contra déficit de US$ 1,899 bilhão no mesmo período do ano passado, e acima do consenso de mercado, de US$ 800 milhões. As exportações somaram US$ 23,025 bilhões, enquanto as importações totalizaram US$ 21,450 bilhões.