No ano de 2010, o PIB nacional encerrou o período com alta de 7,8%, conforme cálculos do Banco Central. Muitos segmentos da economia brasileira cresceram, entre eles, o setor de turismo interno, cuja receita chegou a US$ 33 bilhões. A ocupação dos hotéis em 2010 também cresceu. A alta foi de 11,7% em relação a 2009. Estranhamente, no Estado de São Paulo, o setor de transporte coletivo privado, que deveria acompanhar a tendência positiva, fechou o ano com faturamento semelhante a 2009.

Com uma frota de 15 mil veículos operando no serviço de transporte profissional de pessoas por fretamento, o faturamento anual das empresas paulistas está estimado em R$ 2,90 bi. Para o economista Jorge Miguel dos Santos, diretor executivo do Transfretur - Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros e Turismo de São Paulo e assessor da FRESP - Federação das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento do Estado de São Paulo, “2010 foi um ano de acomodação do setor, principalmente, em função das novas regras para a operação do serviço de transporte por fretamento em nosso Estado. As limitações impostas por várias cidades frearam as expectativas de investimento e crescimento da atividade”.

Santos explica que a perspectiva em 2009 era repetir o bom desempenho de 2008, quando o setor apresentou crescimento de 10% provocado pelo aquecimento da economia como um todo. “Entretanto, tivemos perdas de 12%. Em 2010, o setor apresentou estagnação já que as projeções de investimentos no setor foram descartadas por conta da limitação da idade da frota, que inibiram novas possibilidades e fizeram as empresas frearem seus planos de crescimento”, avalia.

De acordo com o diretor, a idade média da frota é de 12 anos e por força da limitação da idade dos veículos, a aquisição de veículos novos em 2011 é estimada em cerca de 20% da frota. Além dessa imposição, os principais fatores apontados pelos empresários, que contribuíram para o pequeno desempenho da categoria, foram as restrições ao serviço, a atividade clandestina e a retração do mercado contratante.

Segundo Jorge Miguel, “a limitação da idade da frota traz aumentos imediatos no custo de operação sem a alteração no preço do serviço”. Ele lembra que o setor de transporte profissional de passageiros por fretamento é essencialmente privado: “o segmento tem investimentos privados e atua em plena concorrência. Portanto está sujeito às regras de mercado, que exigem serviços de qualidade a preços extremamente competitivos. Mexer na estrutura de custos de um ramo de atividade, nessas condições, é agregar custos adicionais sem a garantia de reposição dos investimentos”, sentencia o economista.

Jorge Miguel dos Santos acredita que as limitações tendem a reduzir o tamanho do setor em 2011. “Entretanto, retirando-se mais veículos da operação, a oferta do serviço tende a se limitar e, numa situação de demanda de, no mínimo igual a 2010, pode haver uma elevação dos preços do serviço”, completa.

No Brasil existem 4.900 empresas cadastradas na ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres, operando nas modalidades de transporte contínuo e eventual. Dessas, 700 empresas estão em São Paulo gerando 30 mil empregos diretos e 60 mil indiretos. O número de empresas tem se mantido, mas segundo previsões econômicas, existe uma tendência de diminuição do número das empresas em função de desativação e até de fusão entre elas.

Particularmente no segmento turismo, o transporte fretamento eventual foi o mais afetado na atividade. “Hoje, esse serviço representa apenas 10% de nosso faturamento. Em 2010 não houve crescimento”, revela.

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FRESP (www.fresp.org.br)
Federação das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento do Estado de São Paulo.

Entidade sindical de grau superior, a FRESP foi criada em 1994, com o objetivo de agrupar, representar, coordenar, proteger e estimular o aprimoramento das atividades de transporte profissional de passageiros por fretamento.

A FRESP congrega 7 sindicatos regionais, que por sua vez têm 380 empresas associadas. São eles: SETFRET - Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento de Sorocaba e Região; SINFRECAR - Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento de Campinas e Região; SINFREPASS - Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento de Ribeirão Preto; SINFRESAN - Sindicato das Empresas de Passageiros por Fretamento de Santos; SINFRET - Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado de São Paulo; SINFREVALE - Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento da Região do Vale do Paraíba e TRANSFRETUR - Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros e Turismo de São Paulo.

No Estado de São Paulo existem 15 mil veículos de transporte profissional de pessoas fretamento e a modalidade gera 30 mil empregos diretos e 60 mil indiretos. O setor movimentou cerca de R$ 2,90 bilhões em 2010. No Brasil 4.900 empresas de fretamento são cadastradas junto à ANTT para viagens interestaduais e internacionais.

Fevereiro 2011- Jornalista responsável: Clarice Pereira (MTb 15.778)