ITAÚ - Resultados no 3º trimestre de 2014
Ajustando a recomendação
O Itaú reportou mais um impressionante resultado, com lucro líquido trimestral rompendo a barreira dos R$ 5 bilhões e ficando 7,8% acima de nossas estimativas, com o ROAE alcançando 24,7%.
Os pontos positivos do resultado foram:
a) forte resultado financeiro (NII), beneficiado pelo resultado de tesouraria;
b) aceleração do crescimento de crédito, puxado novamente pelo avanço de linhas de menor risco; e
c) nova queda de 10 bps T/T na inadimplência (NPL 90).
O ponto negativo do resultado foi o crescimento das despesas de previsões, que avançaram 6,2% T/T.
Estimado versus realizado.
O resultado financeiro (NII) veio em linha com nossas estimativas (-0,3) enquanto o avanço de 6,2% T/T nas despesas de PDD foi superior em R$ 208 milhões à nossa expectativa.
A receita de tarifas, serviços e seguros apresentou forte avanço trimestral, ficando 187% acima de nossas projeções, enquanto as despesas de não juros cresceram apenas 1,8% T/T, ficando 0,9% abaixo do estimado.
Com isso, o lucro foi de R$ 5,45 bilhões, ficando R$ 395 milhões, ou 7,9%, acima de nossas estimativas.
Forte crescimento no consignado.
A carteira de crédito, excluindo avais e fianças, inverteu a trajetória e apresentou aceleração, beneficiada pelo forte avanço de consignado, no qual foi adquirido cerca de R$ 4 bilhões do estoque do BMG, originado antes da JV.
A linha de crédito a veículos continua passando por ajustes, chegando a R$ 31 bilhões, 48% menor que seu maior valor atingido no 2T11.
Outra linha que mantém tendência de queda, movida por uma maior seletividade na concessão motivada pela aversão ao risco, é de crédito para MPEs. Esta carteira apresentou retração pelo 9º trimestre consecutivo.
O banco anunciou que o crescimento de crédito para 2014 deverá ficar mais próximo de 8% e em nosso modelo, estimamos crescimento de crédito de 8,3% em 2014.
Perspectivas.
O Itaú apresentou, mais uma vez, um excelente resultado trimestral, com lucro líquido avançando 35,7% A/A, apesar do arrefecimento do crescimento da carteira de crédito.
Isto demonstra a resiliência do modelo de negócios do banco, e o novo ciclo de alta da Selic, iniciado na última reunião do Copom, beneficiará ainda mais o resultado de tesouraria dos bancos e reduzirá a pressão do mix da carteira sobre a NIM.
Por estes motivos, estamos alterando novamente nossa recomendação para Outperform (de Market Perform), apesar do pequeno upside para nosso preço potencial.