Indicadores Bancários.
Os dados de crédito divulgados pelo Banco Central reafirmam a inflexão no ritmo de crescimento do crédito já verificada em setembro.
A ligeira aceleração foi puxada pelos bancos públicos e nos recursos direcionados (BNDES). O spread mantém tendência altista (+10 bps) beneficiado pelo avanço no segmento de pessoas físicas (+40 bps), enquanto a inadimplência nos recursos livres recuou 20 bps, com retração de mesma magnitude tanto no segmento de pessoas físicas quanto no segmento de pessoas jurídicas, com destaques para a queda de 30 bps na linha de crédito pessoal (PF) e também na linha de capital de giro (PJ).
O mix de crédito continua passando por ajustes, com crescimento mais acentuado em linhas de menor risco, como o crédito consignado (+1,4% M/M) e habitacional (+2,2% M/M), enquanto a carteira de crédito a veículos apresentou retração pelo 15º mês consecutivo, e já acumula queda de 5,3% em 12 meses.
Desempenho das ações.
Após a forte volatilidade do período eleitoral, o IFinanceiro manteve o bom desempenho apresentado ao longo do ano, com performance acumulada no mês de novembro 5% superior ao Ibovespa.
Os grandes bancos privados acumulam expressivas altas, com destaque para o desempenho do Santander (SANB11), que sobre 15,5% após a conclusão da OPA de permuta de ações.
Na ponta oposta, o Daycoval apresentou o pior desempenho, reflexo do resultado neutro apresentado no 3T14, apesar do forte crescimento do crédito, o ajuste do mix provocou queda de 2 pontos percentuais no ROE.
Perspectivas.
Continuamos otimistas com o desempenho das ações do setor financeiro, que deverá se beneficiar do inesperado início de um novo ciclo de aumento da Selic.
Segundo o relatório Focus do Banco Central, a expectativa atual do mercado é que este novo ciclo eleve a Selic para 12% ao final de 2015. Este movimento deverá beneficiar os resultados dos próximos trimestres, com impactos positivos no resultado de tesouraria e na concessão de crédito, reprecificados com uma taxa básica mais elevada.
Acreditamos que o setor financeiro será um dos poucos setores com uma dinâmica favorável de resultados em 2015.
Confira no anexo o relatório completo assinado por Carlos Daltoso e Mário Bernardes Júnior, analistas de investimentos do BB INVESTIMENTOS