Relatório de Mercado, em 12.12.2014
O Ibovespa, em dia de zeragem do vencimento de opções sobre ações, cujo exercício do último vencimento do ano findará na próxima 2ª feira, 15.12, abriu cedendo e manteve uma tendência de baixa ao longo de todo o pregão.
A quantidade de papéis em baixa e o volume indicam que houve saída de capital estrangeiro e vendas de carteiras no dia. Também, vale lembrar que ocorrerão vencimentos de índice futuro e opções sobre o índice no próximo dia 17 de dezembro.
Obs.: hoje, após os mercados estarem encerrados, esta agendada a divulgação do balanço 3T14 não auditado da Petrobras.
A elevação do risco global, com dados mais fracos de produção industrial da China e os temores em relação à decisão de política monetária do Fed, em sua reunião do próximo dia 17 de dezembro, onde poderá dar alguma indicação sobre o fim do período prolongado de taxa de juros baixa (considerable time), incrementaram pressões vendedoras nos mercados acionários pelo mundo e contaminaram ainda mais o mercado brasileiro.
Enfim, foi o 11º dia negativo do Ibovespa nos últimos quinze pregões, em uma tendência declinante que teve início em 24 de novembro último. A saída de capital estrangeiro tem sido determinante para esta trajetória cadente. Os papéis de maiores pesos no índice, como Petrobras, Vale e do setor de bancos, tem se destacado neste cenário baixista.
O índice doméstico fechou aos 48.001 pts (-3,73%), acumulando -7,67% na semana, -12,28% no mês, -6,80% no ano e -4,23% em 12 meses. O giro da Bovespa foi de R$6,50 bilhões (R$6,03 bi no mercado à vista) e o volume do Ibovespa foi de R$6,03 bi.
No último dado disponível, a bolsa brasileira registrou retirada de capital externo de R$268,517 milhões no último dia 8 de dezembro e saldo negativo de R$742,394 no mês (-R$967,101 milhões em outubro; +R$4,225 bi em setembro; +R$1,917 bi em agosto; +R$3,482 bi em julho; +R$1,374 bi em junho; +R$5,321 bi em maio; +R$1,936 bi em abril; e +R$2,944 bilhões em março), bem como, acumulando R$21,822 bilhões em 2014.
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$2,6590 (+0,30%), acumulando +2,43% na semana, +3,58 no mês, +12,86% no ano e +13,49% em 12 meses. Nos juros futuros (DI), mais um dia em que a taxas subiram, com os agentes continuando a ajustar percepções após a ata do Copom de ontem de manhã, com a curva da estrutura a termo da taxa de juros avançou como um todo.
Indicadores.
No Brasil, as vendas a varejo tiveram alta de 1,0% em outubro, versus +0,4% em setembro – consenso de mercado em +0,5%. Já em relação a outubro de 2013, o indicador avançou 1,8%, ante +0,5% em setembro-14 / setembro-13 – consenso de mercado em +1,0%. As vendas passaram a acumular +2,5% no ano e +3,1% em 12 meses.
As vendas ampliadas do comércio varejista, que inclui veículos e material de construção, aumentaram 1,7% em outubro, contra +0,5% em setembro – consenso de mercado em +1,3%. Já em comparação a outubro de 2013, o indicador variou -2,6%, frente a -1,2% em setembro-14 / setembro-13 – consenso de mercado em -3,2%.
Nos EUA, a confiança do consumidor subiu a 93,8 em novembro, versus 88,8 em outubro – consenso de mercado em 89,5.
Na China, a produção industrial (A/A) decaiu a 7,2% em novembro, versus 7,7% em outubro-14 / outubro-13, abaixo do consenso de mercado, em 7,5%. Já as vendas a varejo (A/A) subiram a 11,7% em novembro, frente a 11,5% outubro-14 / outubro-13 – dado que também era o consenso de mercado.
Agenda da semana (12.12).
No Brasil, vendas no varejo;
nos EUA, IPP e confiança do consumidor da Univ. de Michigan;
no Japão, produção industrial;
e na China, vendas no varejo e produção industrial.
Confira no anexo o relatório na íntegra sobre o movimento do mercado, assinado por NATANIEL CEZIMBRA e HAMILTON MOREIRA ALVES, do BB INVESTIMENTOS.