Diário do Mercado, na 4ª feira, 01.06;2016
Ibovespa alternou altas e quedas, mas firmou -se positivo, em dia recheado de indicadores econômicos O Ibovespa encerrou a primeira sessão do mês de junho nesta 4ª feira em alta, aos 49.012 pts (+1,12%).
Na semana, o índice está "de lado", em -0,08%, acumulando variação positiva de 13,0 6% no ano, mas, variação negativa de 7,59% em 12 meses. O giro financeiro da Bovespa foi de R$ 5,70 bilhões, sendo R$ 5,45 bilhões no mercado à vista.
No dia 30.05 (último dado disponível), houve saída de capital externo da ordem de R$ 10,65 milhões da bolsa, que acumula agora saldo negativo de R$ 1,46 bilhão em maio, mas, ingresso líquido de R$ 11,83 bilhões no ano.
Esta 4ª feira, 01.06.2016, foi marcada pela alternância do índice nos campos positivo e negativo, mas, na parte da tarde reagiu positivamente, na esteira da recuperação das ações do setor financeiro, que reverteram parte das perdas da sessão anterior, assim como foram amenizados alguns ingredientes de incerteza trazidos pelo exterior, como a aversão ao risco e a volatilidade do petróleo, além dos vários indicadores divulgados.
Na agenda econômica (pg.3 do anexo), internamente, o grande destaque ficou porconta da divulgação do PIB do 1T16, que revelou queda de 4,7% no acumulado em quatro trimestres até o primeiro trimestre de 2016, na comparação com período imediatamente anterior, sendo a maior baixa da série histórica do IBGE, iniciada em 1996.
Indicadores: PIB
O quadro piorou em relação ao ano fechado de 2015, quando o recuo no PIB foi de 3,8% - o mais fraco desde 1990. Levando em conta o acumulado em quatro trimestres, o consumo das famílias, em -5,2%; a formação bruta de capital fixo (FBCF), em -15,9%; além das importações de bens e serviços, em -18,3%, também registraram os piores desempenhos da série.
Em um comparativo trimestre contra trimestre imediatamente anterior, no entanto, a retração foi de tão somente 0,3% e surpreendeu positivamente o mercado, cuja mediana das projeções estimava uma baixa de 0,8%, reforçando nossa visão que o pior momento deste ciclo econômico deve ter sido atingido ao longo do primeiro trimestre deste ano.
No momento, vislumbra-se que existe uma probabilidade maior da tendência do consumo das famílias (indicador de maior peso no PIB) ir recuperando-se gradualmente ao longo do ano, respondendo inicialmente ao arrefecimento da inflação e, em um segundo momento, ao ciclo de queda da taxa Selic, estimado agora para ter início em julho.
Notável também foi a desaceleração no ritmo da contração trimestral dos macro setores da economia: indústria saiu de queda de 1,6% no 4T15 para recuo de 1,2% no 1T16; comércio passou de -2,6% no 4T15 para -1,0% no 1T16; e serviços, saiu de -1,5% no 4T15 para -0,2% no 1T16.
Além deste, outros indicadores vieram favoráveis, como o superávit da balança comercial - que foi recorde para o mês de maio desde a criação da série histórica, e o IPC -FIPE, embora com relevância menos significativa.
O Fed e os juros norte americanos
No cenário externo, em destaque nos EUA, o Livro Bege (condições atuais da economia norte-americana), que antecede em 15 dias a reunião do Fed, e compila uma gama de informações econômicas dos distritos do país visando subsidiar a autoridade monetária norte -americana para sua definição da taxa de juros, trouxe em seu teor um conteúdo considerado neutro.
De maneira geral, o Fed observou crescimento econômico "modesto" em seis dos 12 distritos do país, com várias localidadesapontando a perspectiva como otimista, com empresas projetando crescimento no mesmo ritmo do atual ou mais forte.
O documento, considerado como sem maiores novidades pelo mercado, não foi capaz de ditar alteração nas visões dos investidores quanto ao posicionamento do Fed no que tange à política monetária, cujas apostas dos agentes agora sinalizam para uma possível, mas, ainda não provável, elevação nos juros apenas para julho.
Câmbio e Juros Futuros
No mercado de câmbio, o dólar norte-americano encerrou a sessão cotado no interbancário a R$ 3,5989 (-0,33%), em uma sessão também marcada por oscilações transitando entre o positivo e o negativo, refletindo incertezas dos investidores.
No mercado de juros futuros na BM&F, o dia foi de recuo ao longo de toda extensão da estrutura a termo da curva, reversão estabelecida ao longo da tarde, já que na abertura dos negócios esta apresentava avanço na maioria dos vencimentos.
Já o CDS de 5 anos do Brasil (medida de risco -país) recuou marginalmente, e fechou o dia em 361 pts, ante 363 pts na véspera, aparentemente já firmando um novo patamar, e abandonando as recentes oscilações em torno dos 330 pontos, denotando um incremento de risco na percepção dos agentes quanto a Brasil.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 01.06.2016, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, RAFAEL FREDA REIS, CNPI, analistas de investimento do BB INVESTIMENTOS