AES Brasil - Resultado no 2º Trimestre/2023
Forte geração de caixa fechando o atual ciclo de expansão, positivo
Por Rafael Dias, CNPI
04.08.2023
A AES Brasil apresentou em 03.08, seu resultado referente ao 2T23, impulsionado mais uma vez pelo atual ciclo de expansão, já em fase de conclusão, e pela redução do custo com compra de energia beneficiada pela melhor hidrologia, compensando a alta de despesas operacionais também decorrentes da expansão recente.
A receita líquida no 2T23 veio em R$ 763 milhões, em alta de 22,9% na comparação anual e R$ 1.549 milhões no 6M23 (+19,4% a/a), em seu terceiro ano consecutivo de forte crescimento.
O destaque foi o aumento da geração eólica (+116% a/a no 2T23 e +125% a/a no 6M23), principalmente pela aquisição dos parques já operacionais Ventos do Araripe, Caetés e Cassino em novembro de 2022, pelo início operacional parcial dos Complexos Tucano e Cajuína que estão em fase de final de construção e não devem mais consumir investimentos mas ainda adicionarão receita nos próximos trimestres, e por melhores condições de vento na comparação anual.
A receita também foi favorecida pelo reajuste anual dos preços de venda de energia.
A melhor hidrologia reduziu a necessidade de compra de energia e, mais ainda os preços, beneficiando a linha de custos com compra de energia no trimestre e no semestre, reduzindo os custos não gerenciáveis em aproximadamente 7% a/a nos dois períodos.
Essa economia compensou o aumento das despesas operacionais ex-depreciação que apresentaram forte alta de 46,5% a/a no 2T23 e de 34,1% a/a no 6M23, sofrendo maior pressão nas linhas de pessoal (+36,8% a/a no 2T23 e +30,4% a/a no 6M23) e de serviços de terceiros (+22,1% a/a no 2T23 e +10,1% a/a no 6M23) decorrentes da expansão mas também prejudicada pela base comparativa forte, que contou com reversão de PCLD e créditos de PIS/Cofins no 2T22.
Excluindo esses efeitos, o aumento das despesas operacionais no 6M23 seria em linha com o crescimento da receita.
A redução de custos não gerenciáveis somada ao impacto do crescimento da receita dos parques eólicos permitiu crescimento do EBITDA em ritmo superior ao da receita, vindo em R$ 347 milhões (+45,2% a/a), bem como ganho de margem EBITDA (+7 p.p. a/a) que ficou em 45,5% no 2T23. No 6M23 o EBITDA foi R$ 745,8 milhões, em alta de 38,1% a/a e margem EBITDA de 48,1% (+6,7 p.p.).
O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 144 milhões no 2T23 (+34% a/a) e R$ 288 milhões no 6M23 (+43% a/a) com forte impacto do maior CDI, que ainda é o principal indexador da dívida da AES (56%) devido a empréstimos ponte ligados aos novos ativos.
A forte expansão recente trouxe também alta no endividamento líquido consolidado, que encerrou o 2T23 em R$ 7,9 bilhões, montante 75% superior ao apresentado um ano antes. A alavancagem medida pela relação entre dívida líquida e EBITDA dos últimos 12 meses também subiu na comparação anual, encerrando o 2T23 em 5,8x, porém já representou um recuo em comparação ao último trimestre (1T23 de 6,3x).
O lucro líquido veio em R$ 35 milhões no 2T23, em forte alta de 286% na comparação anual devido a fraca base comparativa e somou R$ 96,3 milhões no 6M23 em alta de 20% na comparação anual, em linha com o aumento da receita no período.
CONFIRA no anexo a integra do relatório elaborado por
RAFAEL DIAS, CNPI, analista do BB Investimentos