Home   |   Expediente   |   Publicidade   |   Cadastre-se   |   Fale Conosco             

Política

21 de Agosto de 2024 as 00:08:07



G20 SOCIAL reune 1.000 pessoas no Rio de Janeiro


 
Evento preparatório do G20 Social reuniu mil pessoas no Rio de Janeiro
Ministro defende que G20 garanta orçamento para demandas sociais
 
Os países que compõem o G20 (Grupo dos 20, que reúne as principais economias do mundo) têm que garantir espaço nos orçamentos para executarem políticas públicas propostas pela sociedade civil.
 
A afirmação do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, foi feita nesta 3ª feira, 20.08, durante evento preparatório para o G20 Social, na Fundição Progresso, espaço cultural independente no centro do Rio de Janeiro.
 
O G20 Social é um espaço de discussões e participação da sociedade civil criado pelo Brasil, que assumiu a presidência do grupo de países em dezembro do ano passado. Ao longo dos últimos meses, grupos de engajamento e setores da sociedade articulam iniciativas para que sejam tornadas políticas públicas.
 
Mais de mil representantes populares participaram do encontro, primeira tribuna aberta à participação ativa da população no G20. 
 
As conclusões do evento preparatório servirão de base para as reuniões do G20 Social, que acontecerão de 14 a 16 de novembro, no Rio de Janeiro. O que for acolhido pelo fórum será entregue aos chefes de Estado e de governo que participarão da reunião de líderes do G20, em 18 e 19 de novembro, também no Rio.
 
“Esse debate precisa ser livre e soberano”, disse o ministro a jornalistas. “Nós vamos transformar isso em um documento. É óbvio que esses documentos são propostas. Continua o processo de diálogo com os governos, de pressão, de conversa, para que isso se transforme em políticas públicas”,
 
completou.
 
Macêdo apontou que assuntos como taxação de super-ricos, nova governança mundial e os desafios das mudanças climáticas são temas que permeiam discussões tanto nos governos quanto no G20 Social.
 
“Não só o Brasil como os países têm que estar abertos para garantir o orçamento para que isso possa acontecer, não só no Brasil como nas economias do mundo inteiro”,
 
disse.
 
O governo brasileiro escolheu três temas prioritários para discussões no G20: combate à fome, pobreza e desigualdades; sustentabilidade, mudanças climáticas e transição justa; e reforma da governança global.
 
Macêdo destacou que a presidência brasileira do G20 será marcada pelo ineditismo da participação social.
 
“A fotografia que vem à minha cabeça, sempre que fala do G20, é um retrato de homens engravatados em uma sala, definindo as políticas que vão atingir as populações no mundo inteiro, e o povo a 5 quilômetros de distância, alguns representados com cartazes, fazendo manifestação”,
 
narrou.
 
“Nós queremos, agora, que a fotografia seja o povo poder estar participando desse processo de construção das políticas públicas que vão atingir as populações das 20 economias e do mundo inteiro,”
 
explicou.
 
Transição energética
 
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, enfatizou que a transição energética para uma economia menos dependente de combustíveis fósseis, causadores do aquecimento global, deve ser feita de uma forma justa.
 
“Existem aquelas [economias] que emitiram mais historicamente, existem aqueles [países] que ganharam mais transformando natureza em dinheiro e existem aqueles que emitiram menos e que ainda têm problemas sociais gravíssimos para serem enfrentados”,
 
elencou.
 
Para a ministra, os países mais ricos devem fazer a transição primeiro e, em seguida, ajudar os mais pobres. “Países de renda média-baixa têm que ser ajudados”. Seriam necessário cerca de US$ 100 bilhões (cerca de R$ 550 bilhões) mundialmente, segundo ela.
 
Marina Silva defendeu que a transição energética conte com parte de recursos obtidos com a taxação de super-ricos e com dinheiro de empresas.
 
“O setor privado não pode continuar mais, e tem muita gente que já entendeu isso, fazendo os mesmos investimentos em atividades de altíssimo potencial de destruir o planeta”,
 
criticou.
 
A ministra destacou que o Brasil tem a vantagem comparativa de possuir energia solar, eólica, da biomassa e de produzir hidrogênio verde, o que pode ser produto de exportação para ajudar a transição de outros países.
 
Questionada por jornalistas se a exploração de petróleo na Margem Equatorial compromete a liderança mundial do Brasil na área ambiental, ela afirmou que a decisão será tomada de forma técnica.
 
“Se disser sim, vai ser técnica; se disser não, vai ser uma decisão técnica, porque em um governo republicano não há a interferência que se tentou fazer no governo anterior na decisão do Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis]”,
 
afirmou.
 
A Margem Equatorial, apontada como o novo “pré-sal”, por causa do potencial de produção de petróleo, é uma área que vai da costa do Rio Grande do Norte à do Amapá. A potencial exploração de óleo na região, que inclui a foz do Rio Amazonas, é criticada por ambientalistas, preocupados com possíveis danos ambientais.
 
A Petrobras tem interesse em perfurar o leito marinho, mas depende de receber autorização do Ibama.
 
Combate à fome
 
Terceiro ministro presente no encontro com as lideranças sociais, Wellington Dias, do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, lembrou do protagonismo do Brasil no combate à fome, ressaltando a criação da Aliança Global, endossada pelo G20 há menos de um mês.
 
“Não tem nenhuma tarefa social tão potente e tão importante quanto essa”,
 
disse o ministro, que citou avanços do país no combate à fome reconhecidos pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
 
Sociedade civil
 
O presidente da Central Única das Favelas (Cufa) no Rio de Janeiro, Preto Zezé, destacou a participação popular no G20 Social, citando que 20 milhões de pessoas moram em comunidades.
 
“É fundamental que as pessoas que vivem os dilemas e os desafios do Brasil, da desigualdade, dos direitos humanos, da questão ambiental possam participar, ser ouvidas, e as suas ideias chegarem até as mãos dos gestores”,
 
ressaltou. Zezé pediu ainda que a prática se torne permanente mesmo sob outras presidências do G20.
 
Ao lembrar que apenas três países latino-americanos fazem parte do G20 (Argentina e México, além do Brasil), o representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Antonio Lisboa, relatou que recebe pedidos de trabalhadores de outros países da região para que as decisões tomadas beneficiem também populações fora do G20.
 
“A nossa responsabilidade tem que ser além de nossos países, além de nossos problemas, para o mundo todo”,
 
disse.
 
A integrante da diretoria executiva da Associação Brasileira de ONGs (Abong), Débora Rodrigues, explica que o momento é de articulação entre as comunidades de base e o G20.
 
“Esse é o momento em que a gente pensa como a gente segue, mas a gente volta para os nossos territórios, organiza a turma para que a gente volte em novembro”,
 
explicou.
 
Plataforma online
 
Nesta terça-feira foi lançada a plataforma online G20 Social Participativo. Por meio da internet, pessoas de qualquer parte do Brasil e do mundo poderão participar de enquetes, enviar propostas, cadastrar propostas autogestionadas e consultas públicas.
 
Pessoas, movimentos sociais, organizações da sociedade civil e governos de todo o mundo podem enviar propostas até o dia 9 de setembro.
 
“O objetivo é que até 9 de setembro, a gente agregue as propostas das organizações da sociedade civil e também as propostas de atividades para a Cúpula Social”,
 
detalha o secretário de Participação Social da Presidência da República, Renato Simões.
 
A Secretaria de Comunicação do governo federal (Secom) anunciou também que o canal de comunicação do G20, que fornece informações, notícias e serviços sobre os eventos, terá conteúdo disponível em linguagem indígena, como o guarani. A iniciativa faz parte da estratégia de convocar “uma grande comunicação colaborativa.”
 
“Para que a narrativa do G20 seja potencializava pela narrativa dos movimentos sociais”,
 
disse Marcelo Branco, representante da Secom.
 
Participaram também da abertura do encontro representantes da Marcha Mundial das Mulheres, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da organização do movimento negro UneAfro.
 
Mesas de debate abordaram os temas tratados como prioritários pelo Brasil no G20. 
 
O G20
 
A presidência brasileira do G20 vai até a reunião de cúpula de novembro. O G20 é composto por 19 países: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia, e dois órgãos regionais: a União Africana e a União Europeia.
 
Os integrantes do grupo representam cerca de 85% da economia mundial, mais de 75% do comércio global e cerca de dois terços da população do planeta. A próxima presidência o grupo caberá à África do Sul.


Fonte: AGENCIA BRASIL. Chamada de Capa da Redação JF





Indique a um amigo     Imprimir     Comentar notícia

>> Últimos comentários

NOTÍCIAS DA FRANQUEADORA E EMPRESAS DO SEGMENTO


  Outras notícias.
COMISSÃO anistia a filho de perseguido político pela ditadura 22/08/2024
COMISSÃO anistia a filho de perseguido político pela ditadura
 
LUIS TURIBA - Jornalista recebe Anistia Política e Pedido de Desculpas do Estado Brasileiro 22/08/2024
LUIS TURIBA - Jornalista recebe Anistia Política e Pedido de Desculpas do Estado Brasileiro
 
EMENDAS PIX - Poderes da República anunciam Consenso 20/08/2024
EMENDAS PIX - Poderes da República anunciam Consenso
 
Senado aprova Reoneração da Folha de Pagamento a partir de 2025 21/08/2024
Senado aprova Reoneração da Folha de Pagamento a partir de 2025
 
TRANSFORMAÇÃO ECOLÓGICA - Chefes de Poderes assinam pacto 21/08/2024
TRANSFORMAÇÃO ECOLÓGICA - Chefes de Poderes assinam pacto
 
G20 SOCIAL reune 1.000 pessoas no Rio de Janeiro 21/08/2024
G20 SOCIAL reune 1.000 pessoas no Rio de Janeiro
 
FLÁVIO DINO afirma que MORAES pediu legalmente relatórios ao TSE 14/08/2024
FLÁVIO DINO afirma que MORAES pediu legalmente relatórios ao TSE
 
CAMPOS NETO afirma  que Taxa de Juros a 10,5% não é 14/08/2024
CAMPOS NETO afirma que Taxa de Juros a 10,5% não é "exorbitante" !!!
 
CRISTIANO ZANIN toma posse no cargo de Ministro Substituto do TSE 13/08/2024
CRISTIANO ZANIN toma posse no cargo de Ministro Substituto do TSE
 
DELFIM NETO - Morreu o ex-ministro e ex-deputado federal nesta 2ª feira 12/08/2024
DELFIM NETO - Morreu o ex-ministro e ex-deputado federal nesta 2ª feira
 
Escolha do Editor
Curtas & Palpites