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Editorial

03 de Setembro de 2024 as 04:09:46



EDITORIAL - Nem um Tostão Furado


 
EDITORIAL
Nem um tostão furado
por Wilson R. Correa
 
O jornal Valor, em sua edição on line de domingo, 01.09, publicou excelente matéria da jornalista Maria Fernanda Salinete, que relata que o bilionário Bill Ackman, da gestora Pershing Square, criticou a suspensão da plataforma X por ordem judicial de Alexandre de Moraes, o heroico ministro do STF.
 
Desinformado e desinteressado pela legislação brasileira, o bilionário erroneamente classifica o ato como ilegal, prenuncia e emite o veredito de que o Brasil estaria em “caminho rápido para tornar-se mercado não-investível”.
 
A jornalista nos traz as palavras do bilionário: “O fechamento ilegal do X e o congelamento de contas na Starlink colocam o Brasil em um caminho rápido para se tornar um mercado não investível. ... A China cometeu atos semelhantes, levando à fuga de capitais e ao colapso das avaliações. O mesmo acontecerá com o Brasil a menos que recuem rapidamente desses atos ilegais”.
 
O ‘colapso das avaliações’ ?!!!?  Ora, veja só!  As avaliações a que ele se refere são realizadas pelos homens do mercado financeiro, por agências de risco como Standard & Poors, Ficht Ratings e Mood's Investors Services, cuja função é atribuir notas de desempenho a títulos do setor privado e títulos públicos da dívida de países, bem como aos mercados de nações, para que investidores avaliem oportunidades de investimentos financeiros.
 
Esse mecanismo tem forte poder de direcionamento de investimentos e os governos nacionais tendem a serem levados a adequar suas economias de modo a viabilizarem a internalização de investimentos, frequentemente de modo contrário aos interesses nacionais desenvolvimentistas e à soberania nacional. A atribuição de notas pelas agêcias de risco acaba funcionando como mecanismo de chantagem para que os governos tomem medidas favoraveis ao liberalismo cambial e ao apossamento de ativos públicos das nações pelo mercado financeiro. Assim, por natureza, essas avaliações são tendenciosas e não são meritórias de todo crédito.
 
Veja-se o caso da economia chinesa, que as pitonizas do mercado mal avaliam há décadas e prenunciam o desmoronamento da economia e, subsequentemente, do regime político e do estado chinês. Ao contrário, a China acaba de concluir seu projeto de retirar da miséria 300 milhões de pessoas,  a se somarem aos 600 milhões de pessoas que já integram a classe média, formando um gigantesco mercado consumidor  interno, capaz de dar sustentação ao ciclo expansivo da economia.
 
Sim, a China tem superado todas as limitações e vai muito bem, obrigado, ao contrário das previsões do mercado financeiro, cujos babalorixás foram, por sua vez, incapazes de prever e de se precaver contra e de superar a crise de 2007/2008, sem forte apoio dos Estados Nacionais, crise que devastou o sistema financeiro internacional e arruinou economias europeias e dos EUA, levou ao suicídio dezenas de investidores e aos presídios, outras dezenas de diretores e de gerentes trambiqueiros de investimentos.
 
Diante de incapacidade mental de tal dimensão desse tipo de personagem do mercado financeiro, é de se concluir que não somente a elite do Brasil, reconhecidamente, mas também as elites mundiais têm apresentado graves problemas de desidratação cerebral, sopa grossa a fluir pesadamente nas artérias, oxigenação e nutrição deficientes de neurônios. Enfim, fatores que aliados a uma dose expressiva de arrogância pessoal, têm promovido a grande irracionalidade sistêmica de nossos dias. Se não vejamos: 
 
incentivam e destroem a Ucrânia em sua guerra por procuração contra a Rússia, em busca de levar às últimas consequências seu projeto miserável de fracionar o grande país da imperatriz Catarina I e de Pedro, o Grande, em cerca de meia dúzia de pequenos países ricos em minérios, metais nobres e terras raras, facilmente controláveis pelas grandes potências;
 
apóiam e financiam o massacre de cidadãos palestinos pelo estado israelense e sua expulsão para a península do Sinai, planejam o uso de bombas nucleares táticas em solo europeu e no Oriente Médio ! ... mesmo cientes de que se faz sentir na Europa, até os dias atuais, a radiação liberada pela explosão da usina nuclear ucraniana de Chernobyl, ocorrida em 1.986, há 38 anos;
 
> confiando estupidamente na impunidade, tomam posse de cerca de US$ 300 bilhões em ativos das reservas internacionais da Rússia em bancos europeus e estadunidenses; e também da Venezuela, em cerca de US$ 7 bilhões, depositados no Banco da Inglaterra; medidas que deflagraram forte movimento de aglutinação de dezenas de países em torno do BRICS para a constituição de novos sistemas de pagamentos internacionais, movimentação de capitais e compensação de valores internacionais, além de uma nova moeda internacional em substituição ao meritoriamente desacreditado dólar americano.
 
Desavisados poderiam atribuir tanta estupidez à predominância de genes neanderthais; mas, não; genes daqueles hominídeos extintos não são responsáveis por estupidez tão grandiloquente. Esse é um problema cultural histórico e macabro europeu; e também norte-americano, o império das guerras sem fim: as saudades da devastação promovida nas duas Grandes Guerras Mundiais, bem como de outras inúmeras guerras europeias ocorridas desde o fim da Idade Média; e, principalmente, o movimento defensivo do imperialismo norte-americano e britânico contra a ascensão da gigantesca força econômica emergente no Extremo Oriente, que debilita a hegemonia atlanticista. 
 
Os resultados, hoje ? Europa em queda livre; submersão da OTAN no fracasso contra a Rússia, cuja economia cresceu 3,6% em 2023, malgrado infrutíferas sanções europeias e de EUA;  a extrema direita primacista branca ganhando a cada dia mais espaço nos EUA e nos países europeus, trazendo o renascimento de ideário fascista, racista, colonialista e hostil a imigração ... além do besteirol da terra plana ... não nos esqueçamos do nível a que chegou tamanha estupidez.
 
Bill Ackman integra esse império senil, moribundo, decadente, que moralmente não poderá substir, mas, em termos econômicos, somente poderá ainda ter algum fôlego a partir de investimentos em países como o Brasil, que já começa a decolar, além de Índia, Indonésia e alguns poucos outros.
 
Chantagista pretencioso, medíocre, suas avaliações sobre a legislação brasileira e suas orientações sobre investimentos não valem tostão furado e devem ser desprezadas pelos cidadãos de boa vontade.
 
 
CONFIRA no VALOR a valiosa matéria da jornalista Maria Fernanda Salinet
Para acessá-la, CLIQUE AQUI
 
CONFIRA a preciosa matéria do INFOMONEY.
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Fonte: DA REDAÇÃO JF





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