Além de mandado de prisão pela Corte Internacional de Justiça, Benjamin Netanyahu, primeiro ministro de Israel, tem contra si processo judicial por corrupção em Israel.
Netanyahu prepara terreno para adiar depoimento à Justiça sobre corrupção
Julgamento está em curso e depoimento de Bibi está programado para 02.12.2024
6ª feira, 01.11.2024
Na noite de domingo, 27.10, o repórter da Broadcasting Corporation, Michael Shemesh, transmitiu citações de uma conversa privada, em que Benjamin Netanyahu alertou sobre um ataque de drones ao Knesset (o parlamento unicameral de Israel) e reclamou que as sessões estão sendo realizadas normalmente.
Naquela manhã, a reunião do gabinete de Bibi havia sido transferida, por razões de segurança, do escritório dele ao porão no 4º subsolo de um prédio em Jerusalém. Isso pode ser visto como sinal da integração de Israel na região, onde os líderes dos países atacados por Israel, que temem ser assassinados, vão para o chão e tomam precauções radicais para evitar serem encontrados pelo inimigo.
Na última campanha eleitoral, Netanyahu viajou pelo país em um ônibus reforçado, por medo de uma emboscada de algum franco-atirador. Nos dias do protesto contra o regime político, ele e seus auxiliares acusaram repetidamente de leniência o sistema de aplicação da lei e o Shin Bet (serviço de segurança interna de Israel) em relação ao "incitamento desenfreado" contra ele. O drone lançado do Líbano a sua casa, na Cesaréia, transformou o medo em pavor real. Agora, Bibi afirma que ele precisa em constante movimento para fugir daqueles que querem matá-lo.
Como parte do esforço para garantir sua segurança, as autoridades dessa área estão examinando a existência legislação ou alguma decisão anterior do gabinete do ministro sobre a proibir divulgar a localização de Netayahu e, também, a de outros altos funcionários; e, talvez, sobre impor sanções criminais aos meios de comunicação ou pessoas que divulguem essas localizações.
Nesse contexto de insegurana, Netanyahu até agora não pediu ao tribunal um novo adiamento de seu depoimento sobre a suspeita de corrupção; e não há sinais de que ele esteja se preparando para depor. Normalmente, os réus dedicam semanas a essa preparação, por meio da leitura das muitas páginas de processo judicial e de simulações de respostas às perguntas dos promotores e de juiz. Netanyahu, não. Seus advogados já tiveram que dar meia-volta quando uma dessas reuniões foi cancelada no último momento devido a um imprevisto. E, nesta semana, um dos assessores de Bibi afirmou:
"O depoimento não pode ocorrer no início de dezembro, por duas razões - administrar a guerra não permite que ele se prepare para seu testemunho, e, neste momento, comparecer no Tribunal Distrital de Jerusalém põe em risco sua vida e a vida de todos os que estão na sala de audiência judicial."
"Há sérias ameaças a Netanyahu, sem dúvida. Todos viram o que aconteceu com a janela da casa em Cesaréia. Após os assassinatos em Gaza, Líbano e Irã, há uma motivação especial para ferir israelenses."
disse uma pessoa familiarizada com o assunto.
No entanto, "O primeiro-ministro tem a proteção da Força Aérea e do [Shin Bet], cujo dever é garantir que ele esteja em um espaço seguro dentro de um tempo muito curto após o alerta. Não queremos viver em um estado em que o primeiro-ministro vive em um bunker 24 horas por dia, 7 dias por semana, como Nasrallah, e não administra as coisas - inclusive testemunhar em seu julgamento em um lugar seguro,"
declarou a fonte.
Um pedido para adiar o depoimento de Netanyahu fortaleceria a conclusão já óbvia de que um réu criminal não pode servir como primeiro-ministro. Mesmo sem isso, Netanyahu está constantemente sob suspeita de que o processo criminal contra ele está afetando as decisões que toma.
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