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Economia e Finanças

30 de Novembro de 2024 as 13:19:40



EDITORIAL - Farialimers reagem ao Pacote Fiscal com Forte Especulação no Dólar e na Bolsa


No almoço na Febraban, Fernando Haddad ao lado André Esteves, do BTG, (esq) e Maluli, do Itaú (dir).
 
EDITORIAL
Farialimers reagem ao Pacote Fiscal com
Forte Especulação no Dólar e na Bolsa 
sábado, 30.11.2024
 
Esta 6ª feira transformou-se em mais um dia de intensa turbulência no mercado financeiro sob a inoperância do Banco Central de Roberto Campos Neto. De modo inédito, o dólar alcançou R$ 6,11, ainda refletindo o anúncio do pacote de corte de gastos pelo Ministério da Fazenda; de aumento do limite de isenção do Imposto de Renda para a faixa de renda mensal de até R$ 5.000,00, bem como de tributação, a 10%, das rendas a partir de R$ 50.000,00 mensais, medidas divulgadas por Fernando Haddad na 5ª feira, 28.11.
 
O mercado financeiro veladamente não aceita em absoluto qualquer tributação para seus executivos. Sua retórica explicita somente sua contrariedade em relação à isenção de IR para rendas de até R$ 5.000,00 e para as demais medidas de contenção de gastos anunciadas, que aponta como insuficientes para obtenção do equilíbrio fiscal.
 
A informação relevante, contudo, é a de que cerca de 80% dos trabalhadores do País têm renda de até R$ 5.000,00, autônomos e assalariados, público de classe média, eleitorado preponderante em 2026 que poderá reeleger Lula. 
 
Assim, tiveram continuidade, na manhã desta 6ª feira, os movimentos especulativos com o dólar e com a bolsa de valores conduzidos pelos farialimers, que continuaram sua articulação iniciada na 5ª feira, em um movimento contra o pacote fiscal de Haddad. Esse pacote consolida um importante objetivo de campanha do presidente Lula, de sua maior aproximação com a classe média a partir da menor tributação de sua renda, aproximação já iniciada com a melhoria do nível de emprego e com a expansão da atividade economica, do comércio e da indústria. 
 
O boicote do mercado financeiro ao governo Lula apresenta sua visão de médio prazo em uma escalada do dólar e da inflação, na menor expansão possível do PIB e do nível de emprego da população, bem como na perda de confiança no governo, de modo a tornar improvável a reeleição de Lula ou de um governo progressista. 
 
Para o curto prazo, seu evidente propósito é criar turbulência política suficiente  para lastrear tecnicamente aumento da taxa Selic pelo COPOM, na última reunião de 2024, que deverá acontecer em 10 e 11.12.2024, 3ª e 4ª feira da outra semana.
 
Nesse panorama, tal como têm ocorrido desde o início do governo Lula, o Banco Central de Roberto de Oliveria Campos Neto não interveio no câmbio; ao contrário do que seria recomendável. Manteve-se inerte. Com isso ofereceu sua chancela ao movimento deliberadamente especulativo e altista do mercado. Isso é exatamente o oposto do que o BC fez ao longo de todo o governo Bolsonaro, quando realizou inúmeras intervenções cambiais por meio de operações swaps cambiais, que objetivaram, naquela ocasião, estabilizar o câmbio ao nível em que não impulsionasse a inflação. Exatamente o oposto do que parece o Banco Central hoje buscar.
 
Nessa 6ª feira o movimento especulativo começou a refrear a partir da declaração de Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, por volta das 10h15 da manhã. Em nota à imprensa, Pacheco sinalizou que a isenção de IR para a faixa de renda até R$ 5.000,00 poderá ficar para 2025. Congresso deverá apoiar desde já as medidas de cortes de gastos propostas pelo governo, mas que iniciativas de renúncia de receitas dependem da capacidade do Brasil crescer e gerar riquezas, sem aumentar impostos. Esse último item, "sem aumentar impostos" revela ao mercado financeiro a explicita indisposição política de Pacheco, momentânea ou não, de taxação, a 10%, das rendas mensais a partir de R$ 50.000,00.
 
A atuação de Pacheco pode ter sido articulada com o Planalto a partir da forte rejeição e do movimento especulativo promovido em resposta pelo mercado financeiro na 5ª feira. Corre nessa mesma direção a rápida movimentação de Fernando Haddad e de Simone Tebet, em sua participação no almoço festivo de fim-de-ano dos diretores e executivos de bancos, promovido pela Febraban Federação Brasileira de Bancos em São Paulo, na mesma 6ª feira. Nesse encontro Haddad declarou que o pacote fiscal será ainda discutido no Congresso Nacional, estará sujeito a aprimoramentos e poderá sempre se adaptado às circunstâncias evolutivas da situação fiscal e econômica do País. Simone Tebet, ministra do Planejamento, por sua vez, reafirmou a máxima de que gastos governamentais devem  sempre ser realizados a partir da disponibilidade de recursos fiscais.
 
A partir dessa operação de esfriamento, a  bolsa de valores, que havia iniciado a 6ª feira em queda, reverteu o movimento e encerrou em alta de 0,85%,  fechando aos 125.668 pontos. E o dólar comercial, que pela manhã atingira R$ 6,11, encerrou a 6ª feira, 29.11, vendido a R$ 6,001, com alta de apenas 0,19%.
 
O Banco Central de Roberto de Oliveira Campos Neto não mexeu uma pestana para a tranquilização do mercado. E deverá divulgar seu Boletim Focus, nesta 2ª feira, 02.12, com sinalização dos farialimers de expansão da Selic, para alinhar os juros básicos da economia com a expectativa dos agentes que deliberadamente articularam a expansão da taxa de câmbio para aumento da expectavia de inflação. 


Fonte: DA REDAÇÃO JF.





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