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Economia e Finanças

12 de Dezembro de 2024 as 11:12:54



EDITORIAL - COPOM exorbita: SELIC a 12,25%, legado nefasto do heroi da Faria Lima


 
EDITORIAL
Copom exorbita: SELIC a 12,25%,
mais 1 pp em cada uma das duas próximas reuniões.
Legado nefasto do heroi da Faria Lima
por Wilson R. Correa
 
Por unanimidade, o COPOM Comitê de Política Monetária aumentou a taxa Selic, os juros básicos da economia, em 1 ponto percentual, para 12,25% ao ano. A decisão surpreendeu o mercado financeiro, que esperava elevação de 0,75 ponto.
 
Acompanhando a retórica de longa data pessimista sobre a economia brasileira e altista dos juros, retórica alardeada pelo próprio presidente do BC, Roberto Campos Neto, o comunicado do Copom atribuiu a elevação acima do previsto às incertezas externas e aos ruídos provocados pelo pacote fiscal do governo.
 
O setor produtivo por sua vez, tem considerado que os riscos alegados para a elevação da Selic têm sido criados pelo próprio BC.
 
O eufemismo da retórica do BC mascara uma tremenda armação: a elite financeira luta ferozmente para que (1) não lhe seja imposto IR de 10% sobre seus rendimentos acima de R$50.000,00 mensais e, também, (2)  para que não sejam isentadas de IR as rendas de trabalhadores até R$ 5.000,00.
 
A serviço do topo da pirâmide social, há quem diga que a reação negativa dos farialimers se trate da Luta do Bem contra o Mal. A falta de senso de ridículo está em alguem imaginar que a Faria Lima poderia em algum momento estar do lado do Bem. 
 
Como é de conhecimento público, a armação pessimista sobre a economia brasileira por parte do presidente do BC -- autoridade monetária que deveria imbuir-se de responsabilidade pública  --  cerra os olhos para o que está evidente a todos: o crescimento do PIB, da massa salarial e do nível de emprego, já próximo de pleno emprego, a elevação da Receita Tributária, as seguidas medidas de contenção de gastos públicos, a ativação inusitada da indústria e do setor de serviços, as perspectivas favoráveis ensejadas, já no curto e médio prazo, pelas negociações bilaterais e multilaterais brasileiras com outros países e pela elevação das exportações, além do clima geral extremamente positivo do setor produtivo.
 
“O comitê tem acompanhado com atenção como os desenvolvimentos recentes da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. A percepção dos agentes econômicos sobre o recente anúncio fiscal afetou, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio. Avaliou-se que tais impactos contribuem para uma dinâmica inflacionária mais adversa”,
 
comunica o Comitê a justificar o injustificável: o desastre que consuma por meio de sua política monetária do BC, evidência ululante do boicote que comanda contra a economia do País.
 
O que o comunicado do Copom denomina de 'agentes econômicos' é composto tão exclusivamente pelo setor financeiro, bancos e corretoras de valores, que armaram artificiamente a elevação do câmbio e a subida dos juros futuros, ambas por meio de negociações entre si no mercado futuro.
 
En passant, para avivar a memória, anos atrás Guido Mantega e Dilma Rousseff impuseram IOF de 6% sobre esse tipo de negociata promovida por bancos e corretoras. Diante disso a Febraban articulou-se com segmentos mais abjetos da elite brasileira para a deposição da presidenta e defenestração de seu ministro da Fazenda. E deu no que deu: abriram deliberadamente espaço para a extrema direita levar a cabo seu projeto de destruição do País. Entregaram em 2016 o poder a um vice-presidente traidor, que manteve índice de 3% de confiança do Povo Brasileira e para levar a cabo seu projeto abominável de completa destruição de direitos trabalhistas e civis da Povo; e iludiram-se na confiança de que conseguiriram "domar" o Mefisto que, na sequência, foi eleito presidente da República em 2018, para desgraça do Povo Brasileiro.  
 
A Selic tem sido o único instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo IPCA Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, do IBGE.
 
Mas, é bom que se saiba que, durante muitos anos o BC fez uso de um instrumento tradicional do controle da oferta monetária e da inflação: os depósitos compulsórios dos bancos no BC, o chamado Compulsório dos Bancos, por meio do qual o BC podia controlar a quantidade de moeda na economia brasileira e debelar em seu início processos inflacionários.
 
O funcionamento era o seguinte: o BC acompanhava a cada momento a quandidade de moeda no mercado observando quatro modalidades de agregados monetários: os chamados M1, M2, M3 e M4. Esses agregados de moeda que comportam as emissões de papel moeda pela Casa da Moeda e aquelas criadas pelos bancos por meio do mecanismo de depósitos a vista e depósitos a prazo do público, as diversas modalides de empréstimos à pessoas físicas e jurídicas. letras de câmbio, títulos públicos e privados, cartões de créditos etc.
 
Quando um ou outro dentre esses agregados ou todos expandiam-se para além do julgado adequado pela Autoridade Monetária, os preços das mercadorias passavam ou ameaçavam elevar-se além do adequado, o BC determinava a elevação do Compulsório dos Bancos junto ao próprio BC. Isso reduzia de imediato na velocidade de criação de moeda pelos bancos e devolvia os preços dos bens e serviços a patamares inferiores, de modo a deter o processo inflacionário. 
 
O inverso tambem é verdadeiro: quando a economia demandava moeda para as trocas e negócios, estabilizado o nível de preços, o BC reduzia o percentual dos depósitos compulsórios do bancos junto ao BC. Isso elevava a quantidade de moeda em circulaão para que a economia poder se expandir. Sempre o BC acompanhando o comportamento donível dos preços e daqueles três agregados de moedas M1, M2, M3 e M4.
 
A medida que tem aumentado o poder político do sistema financeiro sobre o Estado Brasileiro, esse mecanismo foi sendo abandonado e atualmente não mais é utilizado, sob a argumentação de que "não é moderno".
 
Mas, a razão para seu abandono é bem outra: diferentemente da gestão dos Juros Selic pelo BC, que gera receitas para os bancos, o recolhimento do Compulsório dos Bancos no BC, que é um congelamento de moedas, não gerava receita aos bancos. Ao contrário, limita a quantidade de empréstimos que os bancos poderiam fazer com os valores que diariamente recolhiam ao BC e reduzia a possibilidade de receitas por empréstimos bancários.
 
Ademais, a ciranda do endividamento público promovida no giro da dívida pública lastreada na Selic, proporciona ao BC Autônomo e Independente o poder de multiplicar ilimitadamente a dívida pública federal, multiplicar os ganhos de bancos, corretoras e rentistas, nacionais e estrangeiros, por meio da captura de recursos fiscais para seu pagamento.
 
Na farra da Selic, o Orçamento Fiscal do País transformou-se em um "saco pretensamente sem fundos", onde os bancos privados sacam ilimitadamente valores para alimentar a expropriação que fazem bancos e corretoras de valores, no próprio benefício e de rentistas, o 0,1% da população brasileira, no mais perverso e desavergonhado mecanismo de concentração de renda do País. E vem um economista liberaloide classificar como "luta do Bem contra o Mal" o presente movimento safado do mercado financeiro, contra o pacote fiscal do ministério da Fazenda. Não, coleguinha, isso é luta de classes. Já ouviu falar ?
 
É estarrecedor que no Brasil inexiste controle sobre a evolução da dívida pública. Não há lei que limite a ação endividatória conduzida malandramente pelo BC para favorecer rentistas, bancos e corretoras de valores. A ciranda dos juros Selic e o endividamente público, que remuneram exorbitantemente os bancos, não têm qualquer limite aprovado em lei pelo Congresso Nacional, nem qualquer discussão na Academia ou pelos especialistas funcionários do BC que sempre realizam estudos técnicos e os divulgam em mailing aos inscritos neste serviço do BC.
 
Por essa razão, o mercado exige sempre, aos governo eleitos, que a diretoria do BC seja composta por diretores de bancos privados, para que estes mantenham esse mecanismo de favorecimento de bancos e corretoras, em detrimento do Orçamento Fiscal do Governo Federal.
 
Tais diretores do BC, provenientes dos bancos privados, sempre retornam ao setor privado em cargos elevados e regiamente remunerados. Aliás, mesmo aqueles que acidentalmente compuseram a diretoria do BC, provenientes do próprio grupo de funcionários do BC, do BB, da Caixa, do Tesouro Nacional ou do Ministério da Fazenda, ou da Academia, como, por exemplo, os provenientes do Instituto Casa das Garças da PUC-Rio, ao final de seu mandato no BC deixam a diretoria do BC e vão ocupar cargos de diretores de grandes bancos privados e posições em seus conselhos de administração, caso tenham se mantido respeitosos aos princípios preconizados pelo liberalismo econômico, pelo livre cambismo. Inúmeros são os exemplos.    
 
No presente momento, o presidente do BC há meses tem lançado através da grande imprensa suas perspectivas negativas a respeito de inflação e juros; seguindo essa voz e essa orientação, os farialimers espelham sua perspectiva (de Campos Neto) desdobrada no comportamento de juros e de câmbio e de outros indicadores. Cumpre esse papel de desdobramento à pesquisa realizada pelo BC, colhida semanalmente dos agentes do mercado financeiro, a cada 6ª feira; e divulgada na 2ª feira seguinte.
 
Assim, as expectativas do comportamento da economia têm sido ditadas pelo atual presidente do BC, incorporadas pelo mercado financeiro e materializadas na Selic ascendente a cada reunião do Copom, neste governo Lula-3, onde o ciclo de alta teve início nesses dois primeiros anos de mandato. Pois, no mandato de Bolsonaro, Campos Neto deixou de elevar a Selic e lançou mão varias vezes de Operações Swap para deter escalada ascencional do câmbio.
 
No mandato Lula-3, Campos Neto não tem realizado Operações Swapp para estabilizar o câmbio, o que têm criados expectativas de impacto inflacionário. Essa inoperância deliberada do BC têm sido avaliada com forte indicio e tem alimentado suspeitas graves de conflito de interesses contra o atual presidente do BC.
 
E essa foi a direção tomada pelo deputado federal Guilherme Boulous ao ajuizar, na Segunda Vara Cívil da Justiça Federal, em Brasília, uma Ação Popular em que aponta e descreve minuciosamente as aplicações financeiras de Campos Neto em fundos de investimento no exterior, vinculados ao câmbio e à Selic, indicadores sobre os quais Campos Neto exerce forte poder em seu cargo na presidência do BC. 
 
Alem disso, a ação judicializada por Boulos aponta também a denúncia de tentativa, por Campos Neto, reconhecido bolsonarista, de sabotagem da economia brasileira, em favor da candidatura, à Presidência da República, pelo atual governador de São Paulo, capitão Tarcísio de Frentas, a quem Campos Neto teria alegadamente se apresentado como interessado em exercer o cargo de Ministro da Fazenda. 
 
A ação popular de Guilherme Boulos levanta e apresenta fortes indícios de motivação torpe e ausência de espírito público de Campos Neto na construção do fracasso da economia brasileira, por exclusivos interesses políticos pessoais, de bancos, corretoras de valores e rentistas; e contra o Povo Brasileiro.
 
De qualquer modo, independentemente de quaisquer ações judiciais, a Selic a 12,25% e o compromisso do Copom em aumentá-la em mais 1 ponto percentual em cada uma das duas próximas reuniões do Comitê, têm caráter bastante recessivo; e serve à construção de uma debacle da economia do País.
 
Serve à comprovação de que o País não pode ter um banco central independente. Um grande erro do Congresso Nacional a concessão desse benefício aos homens do mercado, a bandidagem anti-nacional e anti-povo da Faria Lima.


Fonte: Da REDAÇÃO JF





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