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Editorial

24 de Fevereiro de 2021 as 23:02:06



EDITORIAL - Bolsonaro ficou Fraco ? Quem viver verá.


 
Após ajoelhar-se frente ao mercado financeiro, na 3ª feira, 23.02, no caso da Petrobras -- indo correndo ao Congresso Nacional levar a MP que deflagra a privatização do sistema Eletrobras --, B-17 arrega uma vez mais, nesta 4ª feira, 24.02, ao sancionar a Lei que concede Autonomia e entrega plenos poderes ao Banco Central, para a gestão do câmbio, da dívida externa, das reservas internacionais, dos juros, da liquidez da economia, de forma totalmente autônoma do Ministério da Economia e do comando do Planalto, sem qualquer possibilidade administrativa ou legal de contestação, mimimí e xororô, inclusive no que respeita aos favores e  benefícios trilionários aos bancos.  
 
Exceto se por crime comprovado, o presidente do BC e demais diretores desde já têm direito, sob a nova lei, a 4 anos de mandato. Isso significa que cumprirão seus mandatos durante a estadia de B-17 no Palácio do Planalto, até 2022, e por mais 2 anos, durante o mandato do novo presidente, que igualmente não poderá demití-lo antes de cumprido esse período. 
 
Isto é, assistiremos todos a inexorável confluência nas alturas dos vários índices de preços, por meio dos quais acompanhamos a inflação. A inflação verdadeira está em um nível cerca de cinco vezes superior ao da inflação oficial. Neste exato momento, (1º) o célebre IGP-DI, o mais antigo, importante e respeitado índice de acompanhamento da inflação do País, elaborado pela FGV desde os anos 40, está em 23,08%  nos últimos 12 meses, até janeiro/2021; (2º) o IGP-M, também da FGV, o índice de reajuste dos alugueis, está em 25,7%(3º) o IGP-10, da FGV, está em 28,17%(4º)  o IPP índice de Preços ao Produtor, calculado pelo IBGE, está em 19,4%(5º) o dólar comercial acumula valorização de 27,68% nos doze meses entre jan/2020 a jan/2021. E, também, (6º) o índice do Custo da Cesta Básica, medido pelo DIEESE, subiu 26,4% nos últimos 12 meses.
 
São seis índicadores de evolução dos preços que revelam que o verdadeiro nível da taxa de inflação brasileira supera 20% nos últimos 12 meses.
 
Por outro lado, a inflação reconhecida como oficial, parâmetro para reajustes salariais e de aposentadorias e pensões, é dada pelo IPCA calculado pelo IBGE, que está em apenas 4,56% nos mesmos últimos 12 meses até janeiro.
 
Mas, ninguem comenta a respeito. Toda mídia hegemônica poupa de estresse Paulo Guedes e Roberto Campos Neto, para viabilizar o cumprimento da agenda liberalizante, a entrega do patrimônio público às empresas privadas, estrangeiras e nada constroi..
 
Os índices de inflação acompanham a evolução de preços nos diversos setores da economia e podem ser discrepantes entre si, durante um periodo, uma vez que refletem relações econômicas que são distintas de setor para setor. Todavia, passado um certo período, os vários índices começam a convergir para um nível em que se equiparam.
 
No Brasil, todos esses índices de inflação poderão estar já equiparados no horizonte de seis meses até o final deste ano. Contudo, desde já, os índices anunciam que estão sendo solapados os salários de trabalhadores e da classe média, por meio da perda de valor aquisitivo de seus rendimentos, significando isso que pagarão o ajuste das contas do Estado e a recuperação das empresas.
 
Mas, a diretoria do BC, guardiã da moeda, de seu poder aquisitivo, não pode mais ser demitida por incompetência no controle da inflação. Aliás, a promessa de Campos Neto aos congressistas, em novembro último,  foi a de que, se o Congresso aprovasse a lei de Autonomia do BC, o controle da inflação seria aprimorado. Blefe, mas Senado e Câmara engoliram.
 
Além desse aspecto, Roberto Campos Neto poderá realizar, sob a nova lei, o velho sonho da banca; agora terá as mãos livres para forjar no Brasil o regime de total liberalismo cambial, que Meirelles não conseguiu implantar com Armírio Fraga: o livre fluxo de divisas estrangeiras no País e contas bancárias de brasileiros em dólares, escorados nas reservas internacionais brasileiras e zero de controle cambial, a dolarização da economia brasileira, sem quaisquer compromissos com o desenvolvimento do País e na contramão de tudo que já deu certo no planeta. E, pior, em um panorama de redução das Reservas Internacionais brasileiras e de fuga de capitais em favor dos países centrais, em busca de aplicações mais seguras.
 
Somente poderá deter Campos Neto na implantação dessa política favorável aos interesses dos bancos --  ainda que talvez não a tempo de conter o esvaziamento dos cofres federais e esgotamento das reservas internacionais  --  a crise do capitalismo em que a riqueza financeira poderá transformar-se em pó, talvez em breve, de modo ainda mais intenso e grave do que na crise de 2007-2008.
 
Quanto a B-17, esperto, pôde manter em suas mãos o trunfo de sancionar ou não a Lei de Autonomia do BC, para utilizar como meio de troca na obtenção de imunidade legal para si e de seus filhos, alguns envolvidos com a lei. Da mesma forma, os trunfos da privatização ou não da Eletrobras, o desmantelamento da Petrobras e outros.
 
Mas, esgotados esses trunfos, B-17 tem outros menos expressivos e despertou a desconfiança dos abutres do mercado financeiro. Poderá ser por eles dispensado por um motivo qualquer, sob uma comoção popular em razão da fome que aflige a população -- que pode estar atingindo cerca de 30 milhões de brasileiros, em números conservadores --, ou em razão das 250 mil mortes sob sua responsabilidade e de seu ministro fantoche da Saúde, pela insuficiência de vacinas.
 
Tira-se o bode fedorento da sala e substitui-se por um cabrito "não-político", "cara-de-quem-saiu-do-banho", que irá prosseguir com o projeto liberal canalha que destroi o País.
 
Tudo resolvido ? Não. Ledo engano de quem acha que B-17 entregará os pontos sem luta. A Constituição de 1988 está em frangalhos, as instituições brigam entre si, o projeto golpista jamais cessou e B-17 tem em suas mãos as policias militares de todo o País, todo "baixo-clero" do Exército e inúmeros batalhões, além do generalato submisso que ocupa estatais e a Esplanada, todos prontos para acudí-lo em uma crise institucional, aludida ou concreta ... sabe lá que motivo será alegado.
 
Zagalo já disse no passado: "Vocês terão de me engolir !".
B-17 poderá estar dizendo o mesmo no presente. 
Quem viver verá.


Fonte: da Redação JF





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