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Investimentos


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10 de Setembro de 2024
as 15:09:18



PETROBRAS - Resultado no 2º Trimestre de 2024: ROBUSTO


 
PETROBRAS
Resultado no 2º Trimestre de 2024
 
Números do trimestre impactados por eventos não recorrentes,
mas operacional e financeiro seguem robustos.
Por Daniel Cobucci, CNPI
09.10.2024
 
A Petrobras divulgou seu resultado do 2º Trimestre/2024 em 08.08.2024, com um prejuízo líquido de R$ 2,6 bilhões e um EBITDA ajustado 12,3% menor ante o trimestre anterior, em R$ 49,7 bilhões.
 
No entanto, ainda que pareça inicialmente um resultado ruim, olhando para os detalhes que compõe esses números, vimos que o resultado veio alinhado com as expectativas de mercado, e segue refletindo uma empresa em trajetória de produção ascendente, custos competitivos e boas perspectivas de geração de caixa. 
 
Os itens não recorrentes mais relevantes foram: acordo tributário (que entendemos como positivo por mitigar riscos relevantes) em US$ 2,3 bilhões, variação cambial (sem efeito caixa/patrimonial) em US$ 2,1 bilhões e outros US$ 1,3 bilhão. Olhando para cada segmento, os dados vieram favoráveis em Exploração & Produção, com impactos limitados dos itens não recorrentes. Já em refino (RTC), houve uma redução de margens e maior custo unitário, parcialmente compensados por maiores volumes.
 
Dividendos
 
Consideramos positivo o anúncio de distribuição de dividendos, mesmo com o prejuízo do trimestre, graças à conta criada para retenção de reservas de lucros. Se fosse aplicada a fórmula pré-definida, o total de pagamento de proventos seria de R$ 27,0 bilhões, patamar superior ao resultado acumulado disponível do semestre (R$ 20,6 bilhões) em função dos itens não recorrentes deste trimestre. 
 
Assim, mesmo diante do prejuízo apresentado, foi definido um montante a ser distribuído de R$ 13,6 bilhões, resultando em um pagamento de ~R$ 1,05 por ação, divididos em duas parcelas, a serem pagas em 21/11 e 20/12, com data de corte para 21/08/24.
 
Resultado por segmento
 
Em Exploração & Produção, houve uma aumento de 5% t/t (15% a/a) no lucro bruto, como consequência de uma combinação de uma menor produção no período, mas com maior cotação do Brent e real desvalorizado.
 
O lifting cost (custo de extração) ficou estável, sendo então nos itens não recorrentes (acordo tributário) que vemos a explicação para a redução de 5,6% no EBITDA do segmento, que atingiu em R$ 52,3 bilhões (+7% a/a). 
 
Já em Refino (RTC), apesar de um aumento de 4,6% t/t e de 10,2% a/a na receita, houve uma redução de -28% t/t e -9,2% a/a no lucro bruto, dado o efeito das menores margens e de variação nos estoques. 
 
Com isso, o EBITDA do segmento ficou em R$ 7 bilhões, -11% t/t e -29% a/a, com destaque negativo para o aumento de 6,4% t/t no custo unitário de refino, parcialmente compensado pela redução nas despesas operacionais (-11% a/a) e manutenção da taxa de utilização do parque de refino acima dos 90% (+2 p.p. a/a). 
 
O resultado é negativo para o segmento [de Refino], mas é parte de um contexto global de menor crackspread de diesel (diferença entre preço de venda dos óleo versus custos de refino), ao passo em que a competição com produtos importados (diesel de origem russa) dificulta a retomada de margens. 
 
Por fim, no segmento de Gás & Energia, houve uma redução de 6,9% t/t no lucro bruto, como consequência do menor volume comercializado de gás para o segmento não termelétrico. Assim, com as despesas 2,8% superiores t/t , o EBITDA do segmento atingiu R$ 1,9 bilhões, redução de 21% t/t. 
 
O segmento de G&E, mais sujeito a volatilidade e efeitos climáticos, tem tido resultados mais fracos nos últimos trimestres, e não vemos uma mudança significativa nessa tendência no curto prazo.
 
A Petrobras anunciou uma redução no seu Capex para o ano, o que entendemos como mais condizente com a realidade que vinha se apresentando. A previsão de investimentos para 2024 agora é de um montante entre US$ 13,5 bilhões e US$ 14,5 bilhões (antes em US$ 18,5 bilhões). 
 
Apesar de uma necessidade de incremento dos investimentos em exploração, para repor suas reservas, a companhia enfrenta dificuldades com licenciamento de sua principal aposta, que é a margem equatorial, ao passo em que também encontra dificuldade nas licitações para frentes como SEAP e Barracuda/Caatinga, como comentamos em nosso último relatório setorial. A mudança no capex não afeta a curva prevista de produção.
 
PETR3, PETR4 vs IBOV
 
Após a forte queda apresentada em março, ocorrida após a não distribuição dos dividendos extraordinários, o papel voltou a subir e atingir novas máximas, reforçando nossa posição inicial de que o assunto seria um ruído de curto prazo. 
 
Na sequência, o papel passou a reagir negativamente com a redução nos preços de petróleo, mas entendemos que o petróleo parece ter encontrado um piso na faixa dos US$ 75/barril, com a combinação de oferta atual (limitada pelos cortes da OPEP+) ponderada com riscos geopolíticos, compensando a demanda mais fraca, e deixando um maior risco de perda desse patamar para o lado da demanda, principalmente em caso de recessão de alguma das grandes economias globais. 
 
Assim, vemos as boas perspectivas de geração de caixa, baixo custo de extração e pagamento de dividendos como fundamentos para manter nossa recomendação compra e o preço-alvo de R$ 47,00 para 2024.
 
CONFIRA no anexo a íntegra do relatório a respeito,
elaborado por DANIEL COBUCCI, analista senior do BB INVESTIMENTOS 

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: DANIEL COBUCCI, CNPI, analista senior do BB INVESTIMENTOS





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