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29 de Fevereiro de 2012 as 20h:59



O EURO, A AJUDA À GRÉCIA E O PROJETO ALEMÃO - Primeira Parte - por Wilson R Correa


 

 

O EURO, A AJUDA À GRÉCIA E O PROJETO ALEMÃO  -  Primeira Parte


Mais que um símbolo nacional, a moeda e seu controle pelos homens de Estado definem a remuneração do capital financeiro, viabilizam a gestão de projetos estratégicos pelo Estado, a administração e o custeio do dia-a-dia do País, determinam o perfil da distribuição de renda entre segmentos sociais e também dos ganhos de comércio entre países.

 

Tal como o pênalti – que teria que ser batido pelo presidente do clube, como alguém já afirmou  –  a gestão da política monetária deve permanecer sob a guarda da mais alta administração do País. Sua submissão à irracionalidade do mercado não teria cabimento, pois não se aplica à moeda o ideário e a política ingênua do ganha-ganha, discurso fácil de marqueteiros, como bem o prova essa crise econômica que já completa quatro anos.

 

             O Euro e a delimitação de espaço econômico vital europeu

 

Nesse sentido, a União Européia somente viabilizou-se, não pela ameaça do "comunismo ateu do estado totalitário soviético". O motivo da criação da CEE não foi a ameaça e o poder da URSS contra o qual foi constituída a OTAN.

 

Caso assim tivesse sido, ao ter a Rússia perdido um terço de sua população e de seu território no desmoronamento da URSS, a Comunidade Econômica Européia (CEE) também teria desmoronado, por conta de cessar aquilo que poderia ser o leitmotive da integração européia. Mas não, mesmo com o desmoronamento da URSS, a CEE aprofundou a integração e transformou-se em UE União Européia.

 

A razão da criação da CEE está em que o grande adversário dos países europeus eram e são os EUA, como já definira Charles De Gaulle, em 1966; como já bem esmiuçara Jean-Jacques Servan-Schreiber, em seu best-seller "Desafio Americano", de 1965. E como revela hoje, nos detalhes, o intelectual norteamericano, Chalmers Johnson (2007) (2002)

 

             Soberania européia e dominação militar americana

 

Com cerca de 400 mil soldados norteamericanos, em centenas bases militares instaladas na Alemanha, Espanha, França, Inglaterra, Itália, Portugal, barreiras de mísseis e poderio atômico, livrar-se do domínio dos EUA é a meta quase impossível de ser atingida pela Europa, hoje aglutinada na União Européia (UE).

 

Ainda hoje dominada política e militarmente, mesmo decorridos 65 anos do término da Segunda Grande Guerra, sabe a Alemanha que poderá recuperar a soberania sobre seu território, somente se unida aos demais países, em uma estratégia de 30 a 50 anos. As lideranças dos demais países europeus sabem disso.

 

Assim, o Euro representa menos a unificação das políticas monetárias dos países europeus, em si, custo doloroso a ser pago em termos de soberania nacional para qualquer dos países integrantes da UE.

 

A moeda única européia, o Euro, representa mais a busca de independência em relação à política monetária norteamericana, enquanto passo inicial da retomada da soberania territorial alemã e européia, em face da ocupação norte americana, territorial e mercadológica.

 

Manter a Libra Esterlina e não aderir ao Euro, instrumentaliza melhor a Inglaterra para enfrentar a crise econômica, pois permite ao Estado Inglês utilizar-se autonomamente dos vários instrumentos de política monetária e de política fiscal que achar convenientes. Isso não é possível aos países que aderiram ao Euro, pois sua política monetária é restrita às regras do Banco Central Europeu; e sua política fiscal deve respeitar limites de endividamento máximo estabelecidos para a UE. 

 

Mas, muito além disso, não aderir ao Euro e, principalmente, fortalecer a parceria com os EUA, viabiliza para a Grã-Bretanha o enfrentamento do poderio econômico alemão.     

 

Essa a grande razão de a Inglaterra não ter aderido ao Euro: permanece em alinhamento político com os EUA na Europa; reconhece também que somente aliada aos EUA poderá enfrentar a hegemonia econômico-financeira alemã. A estratégia inglesa de ressuscitar a City de Londres somente poderá ter sucesso caso se estabeleça a parceria com os EUA. Aderir ao Euro seria abandonar essa estratégia, ocupar posição secundária na Europa e ali perder a condição de defensora dos interesses norteamericanos.

 

A moeda única européia surge como um símbolo de efetiva delimitação de espaço econômico vital, do âmbito de controle estratégico das relações econômicas.

 

Minar o Dolar e o poderio econômico norteamericano na Europa, limitar o uso do Dolar nas negociações entre países europeus e, em um segundo momento, impor o Euro ao resto do mundo, ocupando espaço do Dolar, esse é o grande objetivo da União Européia.

 

Isso significaria garantir o próprio mercado europeu aos países europeus; e, em seguida, conquistar os mercados do Dolar para os países europeus e seus produtos.

 

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.(Continua na edição de 02.03.2012)

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Fonte: Redação do Jornal Franquia

 
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