Diário de Mercado da 6ª feira, 22.04.2016
Vale cai forte com correção do minério de ferro.
Na sessão que sucedeu o feriado de Tiradentes no Brasil, o Ibovespa ajustou-se aos acontecimentos do mercado internacional e respondeu a dados domésticos divulgados, finalizando em 52.908 pontos, uma queda de 1,35%.
Entre as ações responsáveis pela queda, destacou-se a Vale, que refletiu a forte baixa de 5,95% da cotação do minério de ferro no mercado externo. Na ponta positiva, Petrobras valorizou-se na esteira da apreciação do preço do petróleo.
Indicadores Econômicos
Atividade Econômica - Na agenda doméstica, com números de atividade econômica, o IBC-Br de fevereiro, visto como uma prévia do PIB, mediu variação de -0,29% no acumulado mensal e contração de 4,54% no comparativo anual.
Embora ambos tenham vindo ligeiramente acima de suas estimativas de mercado
respectivamente em -0,50% e -5,00%, a intensidade da mensuração não foi suficiente para dar ânimo aos agentes.
Nível de Emprego - Também, especialmente outro importante dado trouxe desalento: o saldo líquido de empregos formais divulgado pelo CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) veio abaixo do esperado, informando o fechamento de 118.776 vagas no mês de março, sendo este o pior dado da série histórica para este mês, desde sua criação em 1992.
Câmbio e Juros Futuros
No mercado cambial, o Bacen voltou a leiloar contratos de swap cambial reverso (equivalente a uma compra de dólar futuro) e apoiou a valorização do Dólar frente ao Real. A divisa norte-americana subiu 0,99%, e finalizou o pregão cotada a R$ 3,5660.
O CDS, medida de Risco-Brasil, elevou-se ontem e hoje, e atinge o patamar de 359 pontos. Ao término da negociação regular, o contrato de DI para abril de 2017 fechou em 12,89%, de 12,86% no ajuste anterior (0,23%). O DI para janeiro de 2018 terminou em 12,78%, de 12,73% no ajuste anterior (0,39%). O DI para janeiro de 2022 fechou em 13,06%, de 13,07% (-0,08%).
Bolsas no Exterior
Na Ásia, mercados em baixa refletindo dúvidas quanto à desaceleração e novos estímulos à economia chinesa, bem como influenciados por balanços corporativos mais fracos na bolsa de Nova Iorque na véspera.
O Índice Xangai Composto na China teve alta de 0,22% nesta sexta-feira, porém, acumulou na semana perda de 3,9% - a maior queda semanal desde o final de janeiro.
Em Hong Kong, o índice Hang Seng caiu 0,72% e o índice Kospi perdeu 0,33%, em Seul. O noticiário corporativo foi o principal catalisador também na Europa, onde a maioria das bolsas registrou queda.
Em Londres o FTSE recuou 1,11%, em Frankfurt o DAX caiu 0,60%, com destaque para a Volkswagen, que deve apresentar prejuízo em 2015 com impacto causado pelos custos com problemas relacionados a falha nos testes de emissão de poluentes, e em Paris, o CAC retraiu 0,29%, com balanços aquém das expectativas, como Keringer.
Petróleo
O contrato futuro para junho do Brent na ICE em Londres valorizou-se 1,30% e finalizou cotado a US$ 45,11/ barril, por conta das incertezas quanto a negociações entre produtores para o congelamento da produção, e também com a produção nos EUA em ritmo menor, em dado divulgado nesta semana.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o comportamento do mercado na 6a feira, 22.04.2016, elaborado por RAFAEL FREDA REIS, CNPI, analista de investimentos do BB INVESTIMENTOS