Relatório FOCUS (Bacen)
18 de julho de 2016
Destaque para mais um avanço na projeção do crescimento do PIB; Inflação recua apenas para 2017.
No relatório semanal Focus, do Banco Central, as projeções de mercado (mediana) destacaram:
(i) a interrupção pontual do movimento visto nas últimas duas semanas, de arrefecimento nas estimativas da inflação para 2016;
(ii) a retração do câmbio pela terceira semana consecutiva;
(iii) mais uma manutenção da Selic (meta), e o grande destaque;
(iv) o avanço da projeção para crescimento do PIB, tanto para 2016 quanto para 2017. Em nossa análise, a gradual melhora de praticamente todas as projeções corrobora com a nossa visão de que o 1T16 representou o vale deste ciclo econômico.
O grande destaque deste relatório ficou por conta das projeções para o crescimento do PIB. Para 2016 voltou a elevar-se, atingindo agora patamar inclusive mais otimista que a projeção oficial do governo, revista há 3 semanas atrás no Relatório Trimestral de Inflação. Para 2017, a melhora foi retomada após 5 semanas estacionada, e caminha para um número próximo ao que estimamos, entre 1,5% e 2%.
Já a inflação (IPCA), após duas semanas em retração, ainda que modesta, nesta semana interrompeu a sequência, mantendo-se inalterada. Para 2017, no entanto, houve continuidade no movimento de arrefecimento, refletindo uma tendência futura de retração baseada na política monetária hawkish do Bacen e no menor impacto do câmbio, que oscila em novos patamares pós eventos do Brexit.
Na semana passada, nem mesmo a atuação diária do Bacen nos leilões de swap cambial reverso foi capaz de dar impulso ao dólar, que subiu fechando um gap a R$ 3,30, e tornou a ser negociado abaixo desse patamar. As projeções do mercado retraíram-se pela terceira semana consecutiva, buscando ajustarem-se ao que indica ser o patamar confortável da nova
gestão do Bacen.
Apenas a Selic permanece em compasso de espera, e não alterou-se nos dois horizontes de projeção. O mercado ainda aposta em um corte de 100 bps para esse ano, e deve ficar de olho para o dado do IPCA-15, a ser divulgado na quinta-feira próxima, que pode corroborar a desaceleração da inflação vista no IPCA de junho, e dar mais cor no que tange a datas e intensidade do cenário de redução de juros traçado pelo Banco central.
Síntese
- O PIB para 2016 manteve o movimento de alta (-3,25% contra -3,30% na semana anterior). Para 2017, elevou-se de +1% para +1,10%;
- O IPCA estacionou em 7,26% para 2016, interrompendo o movimento de retração. Para 2017, no entanto, cedeu de 5,40% para 5,30%;
- A Selic, tanto para 2016 como para 2017, ficou estável em 13,25% e 11%, respectivamente;
- A taxa de câmbio (dólar) sofreu correção embora em menor grau, cedendo de R$ 3,40 para R$ 3,39 em 2016, e de R$ 3,55 para R$ 3,50 em 2017;
- O CDS (Credit Default Swap - risco-país - fonte: CBIN) de 5 anos do Brasil fechou aos 295 pts na sexta-feira, 15 de julho, e orbita agora abaixo do importante patamar de 300 pontos.
Confira no anexo a íntegra do relatóro de análise do BOLETIM FOCUS, elaborada por RAFAEL FREDA REIS, CNPI, analista de investimentos do BB INVESTIMENTOS