Diário de Mercado em 19 de julho de 2016
O Ibovespa, resistindo à piora do humor externo encerrou em alta de 0,38%, aos 56.698 pts. A décima alta consecutiva representa uma sequência de ganhos não observada desde agosto de 2010, e o índice acumula agora +10,04% no mês, e +30,79% no ano.
Capitais Externos na Bolsa
O giro financeiro da Bovespa foi de R$ 7,20 bilhões. No dia 15 (último dado disponível), houve ingresso de capital externo da ordem de R$ 359 milhões na Bolsa, elevando o acumulado líquido do mês a R$ 3,4 bilhões e do ano a R$ 16,08 bi.
Indicadores
Na agenda econômica (pg.3 do anexo), poucos indicadores de peso. Internamente, a segunda prévia do IGP-M foi considerada positiva dado o avanço de 0,32% ante a expectativa do mercado de 0,46%.
O dia ganhou destaque também por ser o primeiro dos dois da reunião do Copom, que definirá amanhã após o fechamento do mercado a nova taxa de juros pelos próximos 45 dias.
Embora surpresas não possam ser descartadas, o mercado aguarda, unanimemente a definição pela manutenção do atual patamar a 14,25%, entendendo que a autoridade monetária será parcimoniosa e preferirá aguardar sinais mais claros de arrefecimento da inflação antes de iniciar um ciclo de cortes.
Externamente, dados de inflação no Reino Unido não trouxeram surpresas, enquanto a pesquisa ZEW de expectativas na Alemanha e na Zona do Euro mostrou acentuada queda, com os agentes temerosos quanto à magnitude de desaceleração econômica na região oriunda do Brexit.
Câmbio e Juros Futuros
No mercado de câmbio, mesmo com mais uma atuação do Bacen nas ofertas de leilões de swap cambial reverso de dólar, somado a um ligeiro aumento na aversão ao risco nos mercados externos, a divisa norte-americana finalizou a sessão próxima à estabilidade perante o Real, a R$ 3,2521 (-0,06%).
Em movimento de posicionamento antecipatório a uma possível surpresa por parte do Copom, no mercado de juros futuros da BM&F o dia foi marcado pela retração dos contratos com vencimentos curtos e avanço nos longos.
Já o CDS brasileiro de 5 anos permaneceu oscilando em torno dos seus novos patamares, fechando a 289 pontos ante 291 na sessão anterior.
Bolsas no Exterior
Nos mercados estrangeiros, as principais bolsas da Ásia fecharam em baixa, cedendo a um movimento de realização, tendo como exceção o mercado em Tóquio, que continua impulsionado pela expectativa de novas medidas de estímulos no Japão.
Na Europa os mercados operaram cautelosos, e as bolsas, com exceção de Londres e Lisboa retraíram-se.
Nos EUA, as bolsas operaram sem direção definida, e próximas à estabilidade.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado em 19.07.2016, elaborado por RAFAEL FREDA REIS, CNPI, analista de investimentos do BB INVESTIMENTOS