Paulo Skaf declara que Banco Central está errado em manter a taxa Selic em nível absurdo e promete dar início a campanha de mobilização social
Após protagonizar a mobilização do empresariado e da população contra o governo petista de Dilma Rousseff, de braços com a FEBRABAN, a FIESP se insurge contra a política monetária imposta pelo Banco Central, captaneada por alto funcionário do Bradesco, o atual ocupante da presidência dessa autoridade monetária.
Inequivocamente, esse movimento da FIESP evidencia a estratégia de acuar o Palácio do Planalto, pois demandas da indústria não tem sido atendidas.
Ao contrário, tem sido garantido o atendimento de interesses da FEBRABAN, antagônicos aos da FIESP: além dos elevados juros em momento recessivo da vida nacional e de queda vertiginosa da inflação, o governo fez ouvidos moucos ao pedido da FIESP de não efetivar a devolução prometida de R$ 100 bilhões do BNDES ao Tesouro Nacional, os quais poderiam ser destinados à indústria. Com isso, o governo atendeu antiga demanda de bancos de investimento privados, por parcela maior do mercado, e a voz forte ouvida foi a de Armírio Fraga.
Alem disso, neste duro momento de negociação da Reforma da Previdência, esse movimento da FIESP ocorre no sentido de serem assegurados com firmeza e aprovados pela Câmara dos Deputados os termos originais propostos pelo Planalto; e, com isso, viabilizar a inexigência tributária futura ao empresariado, notadamente da contribuição do FINSOCIAL, para os fundos da Previdência Social; e permitir, em um segundo momento, o mais próximo possível, a redução ou mesmo extinção dessa contribuição, categorizada desde há muito como "Custo Brasil".
Articulador notável e com pretensões políticas, Paulo Skaf promete buscar diálogo e atuação com sindicatos e centrais de trabalhadores, a quem tenta conquistar fazendo uso de discurso inédito de luta para queda dos juros siderais de cartões de crédito e cheque especial, não somente dos empréstimos às empresas, como seria de se esperar.
Todavia, a agenda dos trabalhadores concentra-se na luta contra a Reforma da Previdência proposta pelo Planalto, do lado contrário ao da FIESP, e na manutenção do emprego, para o que não há perspectivas visíveis de convergência desses interesses contrapostos, um teste duro à habilidade da direção da FIESP.
E, assim, prossegue a luta por nacos das receitas declinentes do Estado Brasileiro, nada disso mudou com o novo titular do Planalto. A batalha até o momento tem sido vencida pela FEBRABAN, cuja filosofia apresenta afinidades com o modus operandi do ministério da Fazenda, do Banco Central e do Conselho Monetário Nacional; e, ao que parece, da secretaria de Previdência.