O Brasil exportou 17,1 milhões de ton. de soja à China, no período  jan-jul-2012, e tornou-se lider dentre os fornecedores do produto àquele país, superando os EUA, conforme dados divulgados pelo serviço governamental chinês divulgados em 21.08. Os desembarques da soja brasileira na China totalizaram 3,8 milhões de ton. em julho-2012, revelando elevação de 10,5% relativamente a julho/2011.

O avanço da soja brasileira é mais expressivo quando se considera o montante acumulado no período janeiro-julho/2012. A expansão foi de 57,8% em relação ao mesmo período de 2011. Por outro lado, a soja norteamericana totalizou 15 milhões de ton, nesse mesmo período, mas revelou queda de 1,8%, comparativamente a igual período de 2011.

O movimento chinês em direção à soja brasileira teve por objetivo garantir a oferta de soja no mercado chinês, considerados os efeitos da seca nas lavouras do sul do Brasil e na Argentina.

 

Ainda que a lavoura de soja norteamericana também venha enfrentando problemas climáticos e perspectivas de quebra, a supremacia brasileira poderá ter fôlego curto, pois a produção norteamericana encontra-se no período de entresafra e a produção brasileira vem de concluir a safra. Mas é fato que estão em nível baixo os estoques de soja dos EUA.

A China, por sua vez, adquiriu montante de 34,9 milhões de ton. de soja no período jan-jul/2012, aumentando em 20% seu desempenho verificado em igual período de 2011. Diante de um quadro de incerteza climática da produção mundial de grãos, a China garantiu o suprimento alimentar de seu gado e a produção de centenas de produtos industriais e do agronegócio que são derivados da soja. 

 

No Brasil, por outro lado, a soja é destinada à produção industrial variada e de ração, bem como à produção de biodiesel. O suprimento poderá não estar garantido, tal como a produção de cana-de-açúcar não tem sido suficiente para atender satisfatoriamente  o mercado de combustíveis com etanol, provocando a expansão do preço, uma vez que as elevadas cotações internacionais do açúcar têm dirigido a commodity brasileira prioritariamente à exportação.