29/08/2012 20:07
"Brasília – O Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa Selic para 7,50% a.a., sem viés.
"Considerando os efeitos cumulativos e defasados das ações de política implementadas até o momento, que em parte se refletem na recuperação em curso da atividade econômica, o Copom entende que, se o cenário prospectivo vier a comportar um ajuste adicional nas condições monetárias, esse movimento deverá ser conduzido com máxima parcimônia.
"Votaram pela redução da taxa Selic para 7,50% os seguintes membros do Comitê: Alexandre Antonio Tombini, Presidente, Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo, Luiz Awazu Pereira da Silva, Luiz Edson Feltrim e Sidnei Corrêa Marques.
"Brasília, 29 de agosto de 2012
Banco Central do Brasil
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Nota do JORNAL FRANQUIA
A redução da taxa SELIC de 8,0 para 7,5%, na reunião do COPOM deste 29.08.2012, reflete a comprensão do Banco Central de que a economia brasileira ainda não apresentou ativação importante e autosustentada da economia, bem como a elevação dos preços não representa ameça tão importante quanto. Nas palavras do comunicado do Banco Central, elementos para uma prospecção das próximas definições do COPOM nas reuniões de outubro e dezembro próximos:
"... se o cenário prospectivo vier a comportar um ajuste adicional nas condições monetárias, esse movimento deverá ser conduzido com máxima parcimônia. ... "
Essas palavras significam que, caso a economia brasileira não readquira um rítmo expansionista interessante, leia-se 'PIB crescendo a 4% ao ano', o COPOM poderá, ainda neste ano, reduzir a taxa básica da economia brasileira, SELIC, com máxima parcimônia, isto é, em 0,25 pontos percentuais, até 7,25%. Caso a economia venha a se reanimar, a SELIC poderá manter-se estável em 7,5%, ou poderá ser expandida para 7,75% ou 8,0%, caso o comportamento dos preços da economia for ascendente.
Aqui cabe uma explicação para 'rítmo expansionista interessante'. Não é algo vago, mas muito preciso. Significa o rítimo de expansão econômica que permita a geração de empregos em quantidade suficiente para acolher a nova população de jovens que entram no mercado de trabalho a cada ano e também aqueles que ainda estão desempregados; expansão econômica que viabilize a geração de renda que viabilize condições de vida digna à parcela menos favorecida da população e o resgate social dos miseráveis.
Com a redução de 0,5 ponto percentual da taxa SELIC, deste 29.08.2012, completa-se um ano de prática da estratégia reducionista dessa taxa pelo Banco Central, contrariando a ortodoxia econômica até então praticada, comprometida com os interesses dos grandes bancos e dos rentistas, que o governo anterior temeu implementar. Os efeitos dessa nova política são visíveis na rentabilidade menor dos bancos, observável em seus balanços, e em sua busca por títulos privados mais rentáveis e por operações de crédito empresarial.
No presente, o mercado financeiro reune forças para que o Banco Central volte a subir a taxa SELIC, seja pela contundência das críticas das empresas de consultoria "especializadas", -- financiadas por um pool de clientes que pagam pelos cenários econômicos que produzem -- , seja pelo alardeamento de temores de uma "bolha" brasileira, pelos bancos brasileiros e internacionais, seja pelas críticas, nas entrelinhas, feitas pelos membros do FMI.