Franquias se adaptam para atender 30 milhões de brasileiros que não consomem mais carne
Sociedade Vegetariana Brasileira presta consultoria gratuita a estabelecimentos; Sucão é exemplo de franquia que implementou opções veganas com o apoio da organização.
30 milhões de brasileiros já se declaram vegetarianos (IBOPE Inteligência, 2018) e 63% da população quer reduzir o consumo de carnes (Datafolha, 2017). Para essas pessoas, até pouco tempo atrás, era muito difícil comer em lugares como shopping centers - tradicionalmente ocupados por redes de fast food com lanches e pratos à base de carnes ou queijo.
Hoje, o cenário ainda não é o ideal, mas as marcas mais antenadas – inclusive franquias – têm se adaptado para ser mais inclusivas e conquistar esses clientes.
Também há mais interesse da população pelo veganismo (escolha de não consumir produtos de origem animal). Mais da metade (55%) dos entrevistados pelo IBOPE disse que consumiria mais produtos veganos se eles estivessem melhor indicados nas embalagens.
O Sucão, franquia nascida em Campinas (SP) e presente nos principais shoppings da cidade e da região, propôs mudanças nesse sentido. Mesmo sendo uma rede de alimentação saudável que já tem um menu composto essencialmente por frutas, folhas e vegetais, o cardápio foi revisto com o auxílio da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), através do programa Opção Vegana, para incluir mais opções sem nada de origem animal.
Foram implementadas, então, alternativas como shimeji e quibe de girassol, que podem vir acompanhadas de quinoa, arroz, batata doce, mix de legumes e saladas.
“Juntamente com a SVB, fizemos uma revisão no cardápio, mudamos processos e excluímos a manteiga e leite de alguns de nossos preparos. Já oferecíamos opções vegetarianas e, agora, oficializamos também as veganas para nos tornarmos ainda mais inclusivos”,
explica Filipe Falcão, diretor de Marketing do Sucão.
Desde o início de outubro, o novo cardápio está disponível em todas as 20 lojas da rede, presentes em várias cidades do interior de São Paulo, além de Petrópolis (RJ) e Porto Alegre (RS). Nele, é possível visualizar facilmente ao lado de cada item correspondente o ícone “opção vegana” – identificação que traz segurança e clareza aos clientes.
Como o tema ainda gera dúvidas, a SVB Sociedade Vegetariana Brasileira oferece gratuitamente essa consultoria para estabelecimentos que queiram se tornar veg-friendly.
Programa Opção Vegana
Assim, por meio do programa Opção Vegana, oportunidades de substituições, sugere fornecedores, desenvolve receitas por meio de parcerias e auxilia na comunicação.
Segundo Elton Bastos, campaigner do programa, as pessoas costumam se surpreender como tudo é muito mais simples do que parece.
“As mudanças são simples e valem a pena porque alimentos à base de vegetais costumam ser fáceis de manipular e mais baratos que os de origem animal. Além disso, empresas que oferecem produtos veganos tornam-se mais atraentes”,
ele diz.
“Se há um vegano num grupo de amigos, este grupo certamente vai buscar um lugar mais democrático, que atenda a todos”,
completa.
Vale lembrar que o comportamento do brasileiro é reflexo do que acontece no mundo. O mercado global de proteínas vegetais - que representava US$ 7,8 bilhões (R$ 25 bilhões) em 2013 - poderá superar os US$ 11 bilhões (R$ 35 bilhões) em 2018, o que significaria um aumento de 40% em cinco anos. Os dados são da Nutrikéo, empresa francesa de consultoria em estratégias alimentares.
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