Secretária de Enfrentamento à Covid-19 afirmou que o Ministério da Saúde pretende usar a vacina Coronavac em crianças, caso aprovada pela ANVISA
Rosana Leite, secretária de Enfrentamento à Covid-19, afirmou ao jornal Poder360, nesta 3ª feira, 18.01, que o Ministério da Saúde pretende usar a CoronaVac em crianças caso o imunizante seja aprovado pela Anvisa.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária deve decidir nos próximos dias se libera a CoronaVac para a faixa etária de 3 a 17 anos. A Anvisa analisa pedido do Instituto Butantan. A vacina poderia acelerar a imunização de crianças contra a covid-19.
Em dezembro último, a agência liberou a aplicação da vacina da Pfizer na faixa etária de 5 a 11 anos, que é, até este momento, o único imunizante aprovado em menores de idade. A imunização de crianças de 5 a 11 anos começou na 6ª feira, 14.01.2022.
Na 2ª feira, 17.01, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que sua pasta iria analisar a possibilidade de incluir a CoronaVac para o grupo em caso de aprovação da Anvisa.
“Uma vez havendo a aprovação da Anvisa, como de costume, o ministério vai analisar o inteiro teor dessa aprovação para que essa ou qualquer outra vacina que seja aprovada para qualquer faixa etária seja disponibilizada para população brasileira”,
disse Queiroga. Segundo ele, esse é o procedimento padrão.
A vacina para crianças da CoronaVac é a mesma usada em adultos. Já a Pfizer tem 2 imunizantes diferentes: uma para crianças de 5 a 11 anos e outra para pessoas a partir de 12 anos.
A inclusão da CoronaVac poderia acelerar a vacinação infantil, já que ainda há doses de CoronaVac nos municípios. As vacinas da Pfizer dependem de entregas internacionais da empresa farmacêutica multinacional.
O Brasil já recebeu 2,4 milhões de doses pediátricas da Pfizer. A previsão é que sejam entregues 4,3 milhões de unidades ao todo neste mês de janeiro. O ministro da saúde, Marcelo Queiroga, confirmou a entrega de 30 milhões de doses infantis da farmacêutica até março.
Público Infantil e demanda do segmento
O Brasil tem 20,5 milhões de pessoas de 5 a 11 anos, segundo o IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e são necessárias 41 milhões de doses para vacinar com 2 aplicações todas as crianças dessa faixa etária.
Consideradas as crianças de 3 e 4 anos, grupamento estimado em 5,9 milhões, o segmento infantil alcança 26,4 milhões. Nesse caso seriam necessárias 52,7 milhões de doses para imunizar com duas aplicações todos os brasileirinhos de 3 a 11 anos.
O Instituto Butantan possui desde já cerca de 15 milhões de doses da CoronaVac, disponíveis para negociação e o ministério da Saúde teria que fechar novo contrato com o Instituto para ter acesso a elas. Em setemtro de 2021, a entrega anterior da Vacina totalizou 100 milhões de doses.
Análise da CoronaVac pela Anvisa
Em agosto, a Anvisa rejeitou o 1º pedido de uso das CoronaVac em menores de idade por considerar insuficientes os dados clínicos apresentados pelo Butantan. Mas, em dezembro, o Instituto novamente solicitou sua liberação.
Novas informações foram apresentadas e desde dezembro último a ANVISA e o Butantan têm realizado reuniões sobre os dados. E na última reunião realizada na 2ª feira, 18.01, a Anvisa apresentou parte da sua análise do material fornecido pelo Butantan.
A decisão da agência será tomada pela Diretoria Colegiada, por ser um pedido para uso emergencial. A data da votação ainda não foi divulgada.
O ministro Queiroga comentou na 2ª feira que a CoronaVac já é aplicada em crianças em países como o Chile e a China. Disse que a Anvisa “faz parte de um rol de agências com mais exigência de segurança nas suas análises”.
O ministro declarou que a avaliação da Agência é mais qualificada e segue o nível da EMA (Agência Europeia de Medicamentos) e do FDA (Food and Drug Administration) – que só aprovaram a Pfizer para crianças.
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