Por *Luiz Sallé Karen

 
 A partir do processo de convergência das práticas contábeis internacionais e nacionais, iniciado a partir do Projeto de Lei 11.638/2007, foi introduzido relevantes alterações nos conceitos contábeis. Com isso, alguns órgãos reguladores brasileiros emitiram diversos atos normativos para regulamentar e complementar as alterações instituídas a partir da Lei promulgada. 
 
A convergência das práticas contábeis brasileiras tornou-se um processo inevitável, pois havia uma exigência muito grande dos investidores e instituições financeiras internacionais que precisavam acompanhar o desempenho das empresas, nas quais seus recursos foram aplicados, com base em práticas contábeis uniformes e compatíveis com as adotadas no cenário econômico mundial.
                                                               
Com uma visão mais ampla, em tempos de globalização, podemos identificar um cenário internacional que sofre aceleradas e complexas modificações no plano econômico e que, consequentemente, isso acaba atingindo o mercado econômico brasileiro.
 
E essa complexidade nas transações econômicas é decorrente de inúmeros fatores, entre eles: a facilidade do fluxo de capitais entre empresas e instituições financeiras de diversos países; intensificação do aporte de capitais estrangeiros em empresas sediadas no Brasil, na busca de melhores retornos para seus investimentos; crescente participação de empresas em processos de captação de recursos no mercado financeiro internacional, por meio de instrumentos de patrimônio e de dívida; e a intensificação de processos de aquisições, fusões, incorporações , criação de “joint ventures” etc, com participação relevante de investidores estrangeiros.
 
Tendo em vista esse cenário, é possível perceber que as transações econômicas tornaram-se complexas e como conseqüência disso, a contabilidade precisou apresentar respostas eficientes e ágeis para estabelecer procedimentos contábeis. Esse contexto proporciona uma transformação significativa na área de contabilidade brasileira de modo que surge uma necessidade imperiosa de permanente atualização por parte dos profissionais da área para atender com qualidade, não só as demandas das empresas, mas também dos investidores, das autoridades e do público em geral.
 
Em um momento como esse, é necessário perceber tanto os desafios quantos as oportunidades de expansão. Como exemplo, cito a atuação dos escritórios de prestação de serviços profissionais de contabilidade para pequenas e médias empresas, que a partir do processo de convergências das práticas contábeis, permite aos profissionais passarem por um processo de reciclagem para se manterem atualizados.
 
Além disso, as faculdades e universidade de ciências contábeis necessitam de professores responsáveis por disciplinas ligados à contabilidade e se manterem atualizados com as novas práticas. Deve ser feita uma reformulação no conteúdo programático das disciplinas que envolvem contabilidade nos cursos para adaptar os alunos à nova realidade. Assim, é uma maneira de assegurar a futura formação dos profissionais da área para a qualificação no atendimento das demandas do ambiente corporativo e dos meios profissionais brasileiros.
 
Em síntese, acredito que estamos vivendo um momento importante de transição na área de contabilidade. Essa transição traz desafios a serem enfrentados e vencidos, e oportunidades a serem aproveitadas. Essa convergência das práticas contábeis brasileiras às práticas contábeis internacionais, mais do que uma necessidade ditada por leis e regulamentos, é fundamental para assegurar a crescente inserção das empresas brasileiras no cenário econômico globalizado e nos mercados financeiros e de capitais internacionais.
 
* Luiz Sallé Karen: é diretor da Moore Stephens Auditores e Consultores e atua há mais de 40 anos na área de auditoria
 
Sobre a Moore Stephens Auditores e Consultores
 
Empresa de auditoria, consultoria e outsourcing, integra, como firma membro, a Associação Mundial Moore Stephens International Limited, considerada uma das oito principais organizações mais atuantes na área de auditoria e consultoria no Brasil. A empresa está presente no país desde 1997. Atualmente são oito escritórios nas cidades de Porto Alegre, Curitiba, São Paulo (três escritórios), Joinville, Fortaleza e Ribeirão Preto. Outras unidades estão sendo inauguradas agora no Rio de Janeiro, São José do Rio Preto e Belo Horizonte. O próximo passo será abrir unidades em Campinas e Salvador.  A Moore Stephens Auditores e Consultores presta serviços em auditoria, consultoria tributária e empresarial, tecnologia de informação, outsourcing de serviços contábeis, tributários e administrativos, e corporate finance. Há ainda determinadas divisões, com estruturas próprias, criadas para atendimento de interesses específicos, como a Divisão de Auditoria Interna e a Divisão de Small Business, entre outras.