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Investimentos

Quinta-Feira, Dia 02 de Março de 2023 as 18:03:55



PETROBRAS - Resultado no 4º Trimestre/2022: Bom trimestre em ano excepcional


 
PETROBRAS - Resultado no 4º Trimestre/2022
 
Um bom trimestre em um ano excepcional; mantendo recomendação compra e preço-alvo de R$ 43,00 para 2023
 
Por Daniel Cobucci, CNPI
02.03.2023
 
A Petrobras reportou ontem, 01.03, seus resultados do 4T22, com números que entendemos como positivos. A receita líquida atingiu R$ 159 bilhões, 3% acima do consenso de mercado. No ano, a receita atingiu R$ 641 bilhões, em linha com o consenso (+0,7%) e 3,8% acima de nossas estimativas. Apesar de um resultado abaixo do esperado no segmento de gás e energia, o trimestre trouxe ótimos números tanto em E&P quanto em refino. 
 
No consolidado anual, a Empresa demonstrou navegar habilmente por um cenário complexo, ainda sob efeitos da competitividade e desafios logísticos relacionados à guerra na Ucrânia, tendo apresentado EBITDA e lucro líquido recordes, além de importantes entregas no âmbito da produção, como as duas novas plataformas nos campos de Mero e Itapu, além de ramp up de FPSOs e aprimoramento do parque de refino, tendo atingido 88% de fator de utilização no ano.
 
A Companhia também anunciou o pagamento de dividendos, no valor de R$ 2,75 por ação, mas com a sugestão de criar uma reserva estatutária com parte desse valor (R$ 0,50), conforme detalhamos a seguir.
 
Assim, considerando o excelente resultado financeiro, uma alavancagem baixa e boas perspectivas operacionais, seguimos otimistas com a Petrobras, a despeito de recentes ruídos relacionados às expectativas do mercado sobre as mudanças que a nova gestão deve promover, notadamente em alocação de capital (aumento dos investimentos), política de preços (alteração do PPI) e política de dividendos. 
 
Nossa perspectiva ainda é de uma relação risco-retorno favorável, dado que a Companhia pretende seguir com foco no pré-sal, está sendo negociada com múltiplos descontados (EV/EBITDA em 2,1x, ante pares em 3,6x), e ainda tem possíveis oportunidades de crescimento com a entrada no segmento de energias renováveis, cujo avanços tecnológicos devem possibilitar um aumento dos retornos ao longo dos próximos anos, vide posicionamento de outras grandes companhias integradas, que já vem fazendo aquisições e parcerias (vide página 5 do nosso último relatório sobre o plano de negócios 2023-2027). 
 
Entretanto, entendemos como pertinente a preocupação com mudanças que sejam muito desfavoráveis aos minoritários, notadamente na política de preços (PPI), pois, ainda que exista espaço para uma revisão que passe a considerar os preços domésticos no cálculo, uma mudança que passe a gerar prejuízos para a Petrobras, como aconteceu no passado, pode levar a retornos consideravelmente menores, o que mudaria a tese de investimentos da companhia.
 
O caso dos investimentos em renováveis também é fonte de preocupação de muitos investidores, dado que uma alocação que não traga sinergias, elevados retornos ou seja desproporcional ao tamanho da companhia e CAPEX usual, pode também reduzir os retornos. 
 
Porém, entendemos que tais riscos são inerentes a uma empresa de petróleo em tempos de transição energética, cuja necessidade de investir na perenidade do negócio traz riscos, mas também oportunidades. Mantemos nossa recomendação compra, com o preço-alvo de R$ 43,00 para 2023.
 
Desempenho financeiro.
 
A receita com derivados de petróleo teve uma redução de 11% t/t, em linha com a diminuição no preço do Brent no trimestre. Já no ano de 2022, o crescimento foi de 44% a/a, guiado por forte aumento nas receitas com diesel (+58% a/a) e gasolina (+30% a/a). A receita do mercado externo teve um aumento de 12% t/t, principalmente devido ao aumento nas exportações de petróleo cru (+46% t/t), já que havia exportações do 3T22 ainda em andamento, o que compensou a redução nas exportações de óleo combustível (-14% t/t). 
 
O CPV veio em linha com o 3T22 (-2% t/t), enquanto no ano houve aumento de 32% a/a, como reflexo de maior preço do Brent, refletindo nas compras e importações de petróleo e nas participações governamentais. As despesas com vendas e gerais e administrativas não trouxeram grandes surpresas, com incremento de 11% a/a, devido a maiores gastos logísticos (fretes) e gastos com serviços. 
 
Na categoria outras é que vemos a maior variação, com a ausência de ganhos com reversão de impairment (R$ 23,7 bilhões em 2021), entre outros, compensados parcialmente pelos ganhos com acordos de coparticipação nos campos de Sépia, Atapu e Búzios (+R$ 18,3 bilhões). 
 
Assim, vemos em 2022 um EBITDA ajustado 45% superior a/a, valor próximo ao aumento do Brent (+43%). O resultado financeiro trouxe uma redução de 35% nas despesas financeiras e de 70% na variação cambial, fazendo o resultado consolidado apresentar uma melhora de 68% a/a, passando de R$ -59 bilhões para R$ -19 bilhões. Com isso, o lucro líquido anual atingiu R$ 188,3 bilhões, alta de 77% a/a.
 
A Companhia anunciou como dividendos referentes ao 4T22um volume total de R$ 35,8 bilhões, o equivalente a R$ 2,75 por ação, resultando em um yield trimestral médio de 10,2%, com pagamento em duas parcelas, em 19/05/23 e 16/06/23.
 
Porém, como o dividendo proposto ultrapassa a fórmula da política atual de dividendos (que é de 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e o CAPEX), o conselho de administração recomendou a retenção de R$ 0,50 como reserva estatutária. 
 
Caso os acionistas não acatem em assembleia a constituição da reserva, a recomendação é que o pagamento desse valor seja feito em 27/12/2023, corrigido pela SELIC e deduzido do valor da segunda parcela de dividendos. Ou seja, cabe ao controlador, em assembleia, definir se: 
 
(i)   o pagamento seguirá a proposta original (de R$ 2,75 em duas parcelas); 
 
(ii)  aceitará a criação da reserva, o que reduziria o valor total para R$ 2,25, divididos em duas parcelas; 
 
(iii)  não aceita a criação da reserva, ou aceita um valor menor, o que levará a um pagamento menor da segunda parcela e respectiva diferença com pagamento em dezembro. Veja a explicação da companhia com mais detalhes sobre os dividendos. 
 
A data de corte é dia 27/04/23 para os detentores de ações negociadas na B3 e o record date será dia 01/05/23 para os detentores de ADRs negociadas na New York Stock Exchange (NYSE). No ano, o volume total distribuído em dividendos atingiu R$ 215,7 bilhões, o que indica um payout de 114,6% do lucro líquido, que atingiu R$ 188,3 bilhões em 2022.
 
Desempenho por segmento.
 
O segmento de E&P apresentou EBITDA de R$ 57,6 bilhões, -21% t/t, devido à redução de 12% no preço do petróleo tipo Brent maiores despesas operacionais, impairment e maiores gastos exploratórios. No ano, o EBITDA do segmento teve uma elevação de 34%, principalmente devido ao aumento de 43% no Brent. 
 
Já no segmento de refino, mesmo com um lucro bruto 21% superior t/t, vemos um EBITDA reduzido em 3% devido a maiores despesas operacionais. No ano, o EBITDA atingiu R$ 69 bilhões, um avanço de 53%, com maiores margens de comercialização no mercado interno e aumento no volume de exportações. 
 
Em 2022, o custo unitário de refino chegou a US$ 1,94/barril, +17% a/a, com maiores gastos para conservação dom parque de refino, o que foi compensado por uma maior taxa de utilização, de 88%, percentual recorde nos últimos cinco anos. 
 
Por fim, o segmento de gás e energia apresentou números fracos no trimestre, com redução de 20% no lucro bruto e de -33% no EBITDA ajustado, devido a operações não recorrentes. Porém, no ano, os resultados mostraram melhoria em margens de comercialização, fruto de contratos mais favoráveis, valorização do Brent e menor importação de GNL. Com isso, vemos um aumento de 71% a/a no lucro bruto e um EBITDA de R$ 1,1 bilhão, ante um valor negativo (R$ -33 milhões) em 2021.
 
Confira no anexo a íntegra do relatório a respeito, elaborado por DANIEL COBUCCI, CNPI, Analista Senior do BB Investimentos

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: DANIEL COBUCCI, analista senior do BB INVESTIMENTOS





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