MAGAZINE LUIZA - Resultado no 4º Trimestre2022
Positivo; contribuição positiva de todos os canais de Vendas
Por Georgia Jorge, CNPI-P
10.03.2023
O resultado do 4T22 da Magazine Luiza foi positivo, em nossa visão. O crescimento observado em todos os canais de vendas, acompanhado de melhora nas margens operacionais, redução da necessidade de capital de giro e geração de fluxo de caixa operacional foram mais do que suficientes para compensar o prejuízo reportado, que inclusive veio abaixo das nossas estimativas.
Desempenho das Ações.
As ações MGLU3 acumulam alta de 23,7% desde o inicio do ano (até ontem, 09) favorecidas por um forte desempenho observado no mês de janeiro (61,7%), época em que os problemas contábeis na Americanas foram divulgados ao mercado e levou os investidores a precificarem eventuais ganhos de participação de mercado em decorrência do vácuo que poderia ser deixado pela concorrente.
Em nossa opinião, o principal impedimento para que os papéis da companhia decolem reside no ambiente macroeconômico menos propício ao consumo de bens duráveis, o que implica em projeções de vendas mais conservadoras.
Contudo, a Magazine Luiza possui um ecossistema diversificado que tem permitido a entrega de bons resultados. No momento, mantemos nosso preço-alvo para o final de 2023 em R$ 3,50, mas alteramos nossa recomendação para Compra (antes Neutra).
Desempenho econômico-financeiro
Acompanhando o bom desempenho do lucro bruto, o EBITDA Ajustado também apresentou crescimento expressivo de 186,2% a/a (+9,4% r/e), o que permitiu o ganho de 3,5 p.p. a/a de margem EBITDA Ajustada, já esperado em nossas projeções diante dos trabalhos que a companhia vinha conduzindo para otimização de despesas operacionais em um cenário mais difícil para a venda de bens duráveis. No 4T22, o EBITDA Ajustado foi de R$ 659 milhões, o que correspondeu a uma margem de 5,9%.
Apesar da evolução no desempenho operacional da companhia, o crescimento das despesas financeiras em função da elevação da taxa de juros resultou em um prejuízo de R$ 36 milhões, ante um lucro de R$ 93 milhões no 4T21. Em nossas projeções, considerávamos um impacto ainda mais negativo decorrente do resultado financeiro líquido, o que implicaria em um prejuízo de R$ 106 milhões no período.
Em relação à alavancagem financeira da Magazine Luiza, pontuamos que seu endividamento bruto atingiu R$ 7,1 bilhões ao final de 2022, enquanto o caixa ajustado (contemplando recebíveis de cartões de crédito) foi de R$ 10,6 bilhões, o que permite à companhia ostentar uma posição de caixa líquido equivalente a 1,6x o EBITDA Ajustado dos últimos 12 meses (ante 3,8x no 4T21 e 1,1x no 3T22).
Vale destacar que o efeito sazonal do último trimestre do ano permite a geração de caixa operacional robusta. Nesse sentido, a necessidade de capital de giro ficou negativa em R$ 2,3 bilhões no 4T22, melhora de R$ 575 milhões em relação ao 4T21, fruto da redução do nível do nível de estoque, principalmente.
No ano, a companhia gerou fluxo de caixa nas atividades operacionais de R$ 827,5 milhões, em oposição ao consumo de R$ 1,9 bilhão em 2021. Apesar da geração de caixa operacional não ter sido suficiente para fazer frente aos investimentos do período (R$ 1 bilhão), consideramos a melhora observada no fluxo de caixa operacional muito positiva.
Por fim, em relação ao Capex despendido em 2022, que totalizou R$ 696,1 milhões ou 1,2% do GMV do período (ante 2,1% em 2021), este foi distribuído entre abertura (~5%) e reforma de lojas (~5%), TI (~63%), logística (~18%) e outros (~8%).
CONFIRA no anexo a íntegra do relatório a respeito, especialmente preparado por GEORDIA JORGE, CNPI-P, analista senior do BB Investimentos