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Investimentos

Sexta-Feira, Dia 31 de Março de 2023 as 00:13:52



GRUPO NATURA&CO - Resultado no 4º Trimestre/2022: FRACO


 
GRUPO NATURA&CO - Resultado no 4º Trimestre/2022
 
Resultado Misto; destaque para recuperação de margem na The Body Shop, apesar de um resultado consolidado ainda fraco
 
Por Georgia Jorge, CNPI-P
14.03.2023
 
O Grupo Natura&Co divulgou resultados mistos do 4T22, em nossa visão. Apesar das vendas no consolidado continuarem mornas – com um crescimento de 3,0% em moeda constante – e o expressivo prejuízo reportado ter ofuscado os avanços ocorridos, consideramos positiva a recuperação de margem EBITDA Ajustada nas divisões The Body Shop (+15,1 p.p.) e na Aesop (+11,8 p.p.) na comparação trimestral.
 
No caso da The Body Shop, a recuperação de margem deveu-se a medidas rígidas de contenção de custos com novas contratações de funcionários e gastos discricionários, combinadas com a primeira fase de redução de custos estruturais, incluindo dimensionamento da estrutura, redução da liderança e transformação de TI.
 
Já na Aesop, o ganho de margem operacional deveu-se ao incremento da receita, que permitiu a diluição dos investimentos realizados para aprimoramento de tecnologia e da cadeia de suprimentos visando à entrada na China.
 
Desempenho das Ações e Perspectivas.
 
Os papéis NTCO3 acumulam alta de 27,6% desde o início do ano até 13.03, acompanhando o forte rali de valorização que as ações de consumo tiveram no primeiro mês do ano.
 
Ao nosso ver, apesar de o resultado do 4T22 ainda ter vindo fraco, a melhoria operacional acima comentada nos sinaliza que o Grupo está avançando na execução do seu plano de recuperação das operações, com foco em rentabilidade e geração de caixa.
 
Contudo, entendemos que o cenário macroeconômico e as questões internas para recuperação de venda e rentabilidade seguem desafiadoras no curto prazo. Por essa razão, mantemos o nosso preço-alvo de R$ 14,30 para o final de 2023 e a recomendação de Venda.
 
Desempenho econômico-financeiro.
 
A receita líquida do Grupo somou R$ 10,4 bilhões, retração de 10,8% na comparação anual (-7,0% r/e) impactada, principalmente, pela depreciação da libra esterlina (GPD), do dólar australiano (AUS) e do peso argentino (ARS) em relação ao real. Em moeda constante, a receita líquida cresceu 3,0% a/a, beneficiada pelo forte desempenho da Natura&Co Latam (+10,6%) e da Aesop(+18,2%), enquanto a Avon International e a The Body Shop prejudicaram o desempenho consolidado, com queda de 9,9% e 8,4% da receita, respectivamente.
 
O lucro bruto, por sua vez, atingiu R$ 6,6 bilhões, o que implicou na redução de 1,4 p.p. a/a de margem bruta (-0,5 p.p. r/e). A única divisão de negócios que apresentou evolução de margem bruta na comparação anual foi a Avon International (+2,3 p.p. a/a), favorecida pelo aumento de preço e um mix de produtos favorável. As demais unidades, contudo, tiveram queda de margem bruta, impactadas pelos preços dos insumos e pela dinâmica cambial.
 
A queda de margem bruta foi intensificada pela perda de alavancagem operacional e pelo incremento de despesas em razão de pressões inflacionárias e maiores investimentos para suportar crescimento futuro.
 
Com isso, a margem EBITDA Ajustada da Natura&Co Latam caiu 3,4 p.p. a/a, a da Avon International -9,1 p.p. a/a e a da The Body Shop -4,1 p.p. a/a, enquanto a Aesop apresentou incremento de 1,6 p.p. a/a. No consolidado, o EBITDA Ajustado retraiu 29,7% a/a, o que levou a uma margem EBITDA Ajustada de 10,5% no trimestre (-2,8 p.p. a/a e +0,3 p.p. r/e).
 
A contração das margens operacionais combinada com a piora do resultado financeiro, a elevação das perdas decorrentes de operações descontinuadas e o impacto negativo de impairment de loja e goodwill de R$ 383 milhões levaram o Grupo a reportar um prejuízo de R$ 890 milhões no 4T22, ante um lucro líquido de R$ 695 milhões no 4T21.
 
A respeito da estrutura de capital do Grupo, observamos que o endividamento líquido totalizou R$ 7,4 bilhões ao final de 2022, incremento de R$ 1,5 bilhão a/a
 
Dada a redução de ~24% no EBITDA Ajustado no ano, a alavancagem financeira atingiu 3,5x o EBITDA dos últimos 12 meses, ante 1,5x ao final de 2021.
 
No trimestre, o fluxo de caixa livre (caixa das operações subtraído pelo consumo de caixa para investimentos) totalizou R$ 1,3 bilhão (+32,0% a/a). No acumulado do ano, contudo, o fluxo de caixa livre foi uma saída de R$ 1,7 bilhão, dada a queima de R$ 281,5 milhões no fluxo de caixa das operações somada ao consumo de R$ 1,4 bilhão em atividades de investimento.
 
Já a variação do saldo de caixa em 2022 foi positivo em R$ 188,5 milhões (versus consumo de R$ 1,8 bilhão em 2021), diante da entrada de R$ 1,9 bilhão decorrente das atividades de financiamento.
 
Por fim, no que se refere às atividades de investimentos, pontuamos que o Capex de 2022 totalizou R$ 1,1 bilhão, equivalente a 3,0% da receita líquida do período, ante 3,7% no ano anterior.
 
Confira no anexo a íntegra do relatório a respeito, elaborado por
GEORGIA JORGE, CNPI-P, analista senior do BB Investimentos

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: GEORGIA JORGE, CNPI-P, analista senior do BB Investimentos





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