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Investimentos

20 de Maio de 2023 as 21:06:35



PETROBRAS: Mudança na estratégia comercial: POSITIVO


 
PETROBRAS: Mudança na estratégia comercial
Maior flexibilidade e alívio ante outros possíveis cenários; positivo
 
Por Daniel Cobucci, CNPI
17.05.2023
 
A Petrobras anunciou em 16.05, a mudança mais relevante em sua política comercial desde a implementação da PPI (política de paridade de importação), ocorrida em 2016.
 
Cabe relembrar: a PPI instituiu como referência a paridade com o mercado internacional, incluindo custos como “frete de navios, custos internos de transporte e taxas portuárias”. Logo, entendemos que a atual mudança retira da composição do CPV elementos que não compõem de fato os custos da Companhia. 
 
Esperamos que a medida resulte em provável aumento na capacidade de utilização das refinarias e ganho de market share em determinadas regiões, já que aumenta a competitividade de seus produtos em relação a competidores como distribuidores de combustível e demais importadores.
 
De imediato, os preços devem ficar mais próximos da paridade, já que, de acordo com a Abicom, até 15/05/23 havia um prêmio de 17% na gasolina e de 12% no diesel, antes da nova redução nos preços.
 
As mudanças: a companhia passa a considerar dois principais fatores para composição do preço: 
 
1) O custo alternativo do cliente (CAC), que será “priorizado na precificação” e leva em conta principais as alternativas (de fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos); 
 
2) O valor marginal, “baseado no custo de oportunidade dadas as diversas alternativas para a companhia, dentre elas produção, importação e exportação do referido produto e/ou dos petróleos utilizados no refino”.
 
Em conferência para analistas, realizada na tarde de ontem, o CFO Sergio Caetano Leite apontou que a nova política não implica em abandono da referência internacional, mas sim uma estratégia que leve em conta aspectos nacionais, observando market share dentro da zona de influência de cada refinaria, de modo a maximizar a capacidade de utilização do parque de refino.
 
Ainda restam dúvidas sobre os impactos, principalmente em caso de forte alta nos preços de petróleo, mas entendemos que a implementação trouxe certo alívio em parte dos acionistas minoritários que tinham receio de mudanças mais repentinas e extremas na política de preços, como preços fixos e importações com prejuízo para abastecimento.
 
O executivo relata que utilização do CAC e do valor marginal como referências traz maior flexibilidade para a Petrobras, que irá utilizar os referidos valores como teto e piso dos preços, respectivamente. 
 
Além do preço, a companhia tem outros recursos para compor as condições comerciais, como prazos de pagamento e de entrega, que podem ser definidores para que o comprador opte pelos produtos da companhia em detrimento de uma eventual importação mais vantajosa, como ocorre neste momento com cargas de diesel oriundos da Rússia com preços mais baixos.
 
Em nossa opinião, a nova metodologia tem vantagens, mas embute uma certa falta da clareza para se compreender a composição do CAC e, assim, trazer maior possibilidade de acompanhamento e de previsibilidade para os demais agentes do mercado.
 
Outra mensagem relevante da conferência foi que a premissa de tal atuação deve levar a uma disputa de market share em determinadas regiões, mas que a atual gestão tem dois compromissos que pretende manter e que estão por traz da necessidade de se manter uma geração de caixa forte (logo, sem perda de margens): a manutenção da alavancagem em “patamar razoável” e, ao mesmo tempo a destinação de parte do CAPEX para transição energética.
 
Não ficou claro exatamente o que seria um patamar “razoável” de endividamento, e também preocupa o tamanho do CAPEX alocado em segmentos alheios à área de E&P, mas estes são elementos que podemos e iremos acompanhar, em especial quando da divulgação da revisão do plano estratégico.
 
Em suma, vemos o anúncio da mudança na estratégia como positivo, na medida em que trouxe critérios para uma mudança cuja ocorrência era dada como certa desde o final do ano passado, mas cujas expectativas eram de que ocorreriam de forma menos favorável aos minoritários.
 
Da forma como foi anunciada, sem modificações na lei das estatais (13.303/2016) ou no estatuto da companhia, que seguem como garantias formais para os acionistas minoritários, podemos esperar que os preços fiquem menores para o consumidor final, mas ainda em patamar competitivo para garantir boas margens e permitindo janela de importação por terceiros, que podem seguir fazendo preço médio em complemento às compras feitas com a Petrobras. 
 
Seguiremos monitorando esse tópico, pois caso os preços se descolem demais da referência internacional, existe risco de desabastecimento ou de prejuízo pela Petrobras na importação, e tal ocorrência, apesar de não estar em nosso cenário base, seria um gatilho para reduzir nossa recomendação e preço-alvo. 
 
O valuation da companhia segue bastante atrativo, com EV/EBITDA em 2,2x, ante pares em 3,7x (desconto de 40%) e Preço/Lucro em 3,0x, um desconto de 55% aos 6,7x dos pares, o que entendemos como uma relação risco-retorno favorável, justificando nossa recomendação compra. Entre as premissas que sustentam nossa visão mais construtiva para o papel estão: 
 
i)    a manutenção do foco no pré-sal; 
ii)   custos de extração (lifting cost) competitivos, especialmente no pré-sal; 
iii)  preços de petróleo em patamar elevado.
 
Entre os principais riscos, estão: 
 
i)    os retornos mais baixos em renováveis; 
ii)   preço de petróleo menor do que o esperado; 
iii)  eventual subsídio de preços de derivados para o mercado doméstico; 
iv)  atrasos na implementação das novas plataformas.
 
Confira no anexo a íntegra do relatório a respeito, elaborado por
DANIEL COBUCCI CNPI, analista do BB Investimentos

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: DANIEL COBUCCI. do BB INVESTIMENTOS





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