BTG PACTUAL - Resultado no 2º Trimestre/2023
Positivo e com expectativa ainda melhor à frente
Por Rafael Reis, CNPI-P
09.08.2023
O BTG Pactual entregou no 2T23 um resultado que consideramos positivo, com lucro líquido recorrente de R$ 2,6 bilhões, equivalente a um ROAE trimestral anualizado de 22,7%. O resultado foi favorecido pela expansão de receitas em praticamente todas as frentes de negócio, que culminaram no registro de mais um trimestre de receitas e lucro líquido recordes, mesmo diante de um cenário ainda árido para o segmento Banco de Investimentos no período.
Momento.
Após as boas entregas no 1T23, com as receitas das diversas linhas de negócios compensando o fraco momento da parte de Banco de Investimentos, o BTG volta no 2T a apresentar seu agora tradicional combo de expansão com rentabilidade, se beneficiando parcialmente de um ligeiro aquecimento do mercado de capitais no apagar das luzes do primeiro semestre, dando a entender que o segundo semestre promete ser ainda melhor, em nossa visão. Os destaques, em nossa leitura, ficaram por conta das linhas:
(i) Corporate Lending (crédito PJ), que se expandiram 7% no trimestre e 46% no ano, incluindo uma carteira de crédito que escalou 7,3% t/t e 30,7% a/a;
(ii) Sales and Trading, que registrou recorde, beneficiada pela expansão de receitas de clientes e alocação eficiente de capital, além de
(iii) Asset e Wealth Management, que se expandiram não apenas graças às novas captações, mas à valorização do mercado no período, a despeito das baixas taxas de performance.
Quando olhamos para os custos, vemos que a expansão cobra seu preço, mas, apesar da alta de 23% das despesas no comparativo anual, incluindo aumento de quadro de colaboradores, vemos que o índice de eficiência permanece estável tanto no trimestre quanto no ano, em 39%.
Perspectivas.
Não decepcionando em sua posição como nossa Top Pick para 2023 no setor bancário, as ações do BTG finalmente reagiram e viram um salto desde a divulgação do resultado do 1T23, na esteira da melhoria do ambiente macro Brasil visto desde então, sendo que no ano sua variação já ultrapassa 40%.
É também verdade que o carro-chefe do BTG, a receita de Banco de Investimentos, ainda possui uma lacuna para retornar aos níveis vistos em tempos de mercado aquecido, e esperamos ver tal reação iniciando ao longo do segundo semestre, à medida que os desdobramentos das recentes reformas e descompressão do ambiente de juros elevados se manifestem. Esperamos que a cotação siga acompanhando tal melhoria, ao menos por mais um tempo.
Preço-alvo e recomendação.
Incorporamos novas premissas, baseadas nos resultados fortes dos últimos trimestres, e reduzimos o custo de capital próprio refletindo a melhora no ambiente macro vista recentemente, com impacto no valuation.
Com isso, apresentamos nosso novo preço-alvo em R$ 35,20 para o final de 2024, mantendo a recomendação de Compra graças ao potencial de valorização de 15,8% frente ao preço atual.
Confira no anexo a íntegra do relatório a respeito, elaborado por
RAFAEL REIS, CNPI-P, analista do BB Investimentos