36 caças novos não chegaram, mas sim outros 57 F-5 modenizados pela EMBRAER
O brigadeiro do ar, Juniti Saito, afirmou, na 3ª feira, 13.08, que espera a compra de 36 novos caças ainda este ano. Saito participou de audiência pública da Comissão de Relações Exteriores do Senado e falou que a decisão de qual aeronave comprar será feita “em curto prazo” pela presidenta Dilma Rousseff e que a demora “gera expectativa” no comando da Força Aérea.
O chamado Projeto FX-2 teve início em 2001. Aeronaves de três países disputam o contrato com o governo brasileiro, o Boeing F-18E/F Super Hornet, dos EUA; Dassault Rafale F3, da França e Saab Gripen NG, da Suécia.
O modelo escolhido substituirá os Mirage 2000, que serão aposentados em dezembro deste ano.
FAB já está recebendo 57 caças F-5 modernizados
A FAB Força Aérea Brasileira está recebendo, segundo o próprio comandante, 57 caças F-5 modernizados, que serão os responsáveis pela defesa aérea até que se defina qual empresa fornecerá as novas aeronaves que serão adquiridas pelo governo.
Saito explicou ainda que mesmo se a empresa fosse escolhida hoje, o contrato só seria assinado após período de oito meses a um ano e, após o contrato assinado, ainda seria necessário cerca de quatro a seis anos para receber as aeronaves. O comandante justificou a demora com o processo de transferência de tecnologia, parte das atribuições da empresa vencedora.
“No nosso requisito consta coisas que o fabricante tem que colocar e isso demanda tempo. Não é só pegar o equipamento e colocar no avião. É preciso integrar com outros que estão a bordo, é por isso que a demora é bastante razoável”.
Para o presidente da comissão, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), o fim do impasse está nas mãos da presidenta Dilma Rousseff.
“As informações apresentadas dão conta que o processo está concluído, as análises estão feitas e a aeronáutica cumpriu o seu papel. Nós estamos, praticamente, dependendo da decisão da Presidência da República”.
Opinião da Redação
A modernização de caças F-5 pela Embraer tem-lhe viabilizado a incorporação de tecnologia aeronautica de vanguarda. As condições econômicas de muitos países avançados e em desenvolvimento, como por exemplo a Grã-Bretanha, tem levado tais países a se desfazerem de seus arsenais de guerra. Isso tem permitido ao Brasil adquirir, aqui e ali, a preços bastante favoráveis, equipamentos aeronauticos modernos, e também da Marinha.
Como é sabido, a aquisição de caças dos EUA não propiciará aporte de tecnologia. Só porisso teria de ser descartada. Um segundo ponto seria que essa aquisição aos EUA faria cessar o processo em curso de incorporação de tecnologia aeronáutica de vanguarda, pela Embraer, para a modernização e, no futuro, fabricação autônoma dos equipamentos aeronáuticos no Brasil, segundo preconiza o Plano Nacional de Defesa. O terceiro ponto é a capacidade do governo norteamericano de interferir nas vendas de equipamentos militares por seus países aliados, como no caso concreto em que interferiu e impediu a venda, à Venezuela, de aviões brasileiros da Embraer Super-Tucano, por conta de serem equipados com turbinas norteamericanas produzidas pela General Electric. Na ocasião, a Venezuela equipou-se na Rússia, em um contrato bilionário, que incluiu 100.000 modernos fuzis modelo AK, dezenas de helicópteros e de aviões caças.
Sob esse quadro, parceria estratégica militar com os EUA não garantirá benefícios econômicos ao País, mas a continuidade de inaceitável subalternalidade tecnológica, militar e econômica.