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Quarta-Feira, Dia 16 de Fevereiro de 2011 as 13h:50



Gestão do conhecimento na administração pública


Por Urbano Matos

Grandes estatais brasileiras são consideradas, na atualidade, como verdadeiras referências em Gestão do Conhecimento (GC). Não por coincidência, a maioria dessas organizações faz parte da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento (SBGC). Como é de conhecimento público, essas instituições detêm a maior fatia do PIB nacional. São as que mais geram riquezas ao País e as que têm melhor visibilidade do ponto de vista da economia internacional.

Isto significa que, mesmo sendo incipiente na administração direta, a Gestão do Conhecimento está cada vez mais presente nos planos estratégicos governamentais. Estudo realizado pelo IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada comprova que, quando as práticas de GC são bem aplicadas pelo poder público, não só cumprem a finalidade de melhorar o desempenho organizacional, mas também transformam o conhecimento em instrumento catalisador de inovação e produtividade.

O recurso também permite que pessoas em determinados cargos estratégicos ou operacionais deixem de ser rotuladas como insubstituíveis, ou, quando substituídas, seja minimizada a perda do conhecimento por elas gerado e ou gerenciado, já que a Gestão do Conhecimento organiza os saberes da instituição, com a finalidade de reproduzir e gerar novas competências. Com o conhecimento tácito registrado e disseminado é possível capacitar outros profissionais para a execução das mesmas tarefas e, inclusive, aprimorar os processos, já que todos podem colaborar com o conhecimento organizacional.

Na troca de governos, é comum a substituição de cargos de confiança, então o aprendizado da administração anterior costuma ser desperdiçado pelas novas esferas do poder. As informações acumuladas pelas gestões passadas são mal gerenciadas e os indivíduos detentores desses saberes se isolam em espécies de ilhas, de onde as trocas e a renovação do conhecimento adquirido não acontecem espontaneamente, matando o processo de inovação e o desenvolvimento dessas instituições.

Anos de experiência conquistados por especialistas bem capacitados se perdem pela inexistência de uma cultura administrativa de memória organizacional. Assim, ficam prejudicados: os processos de melhoria contínua, que na prática significam eficiência para as organizações; a sociedade, que perde a esperança de um futuro melhor e; até o servidor público que, por sua vez, fica estagnado, pela não valorização de seu conhecimento tácito e por consequente falta de autoconfiança.

As práticas de Gestão do Conhecimento independem de ideologias políticas e vêm quebrar o círculo vicioso ocasionado pelas sucessivas trocas de governos, a cada eleição. Sua principal característica é conferir o verdadeiro valor de cada informação, registrar e acompanhar os melhores processos para otimização dos recursos estratégicos e auxiliar o indivíduo a identificar as variáveis e fatores importantes, refletir e tomar decisões.

Os atuais governantes carecem de implementar políticas de GC e de incorporar as ferramentas baseadas em Tecnologia da Informação nos processos governamentais, a fim de aumentar a produtividade no setor público, promovendo melhor aproveitamento dos recursos e tratando adequadamente os seus desafios. Com a formação de Redes de Colaboração, os próprios cidadãos tendem a se tornar parceiros das autoridades democraticamente constituídas, sejam de partidos A, B ou C, para ajudar no desenvolvimento de medidas de inserção social e de melhoria da qualidade de vida, educação, cultura e segurança de todos os indivíduos, diminuindo assim as desigualdades sociais.

Outro instrumento útil ao Estado é a formação de Comunidades de Prática. Integradas por pesquisadores, técnicos e formadores de opinião, esses grupos apoiam projetos de pesquisa e gestão, recolhendo dados, armazenando conhecimentos e compartilhando informações de interesse público. Grandes organizações estatais já utilizam esse mecanismo, recurso que, certamente, pode ser estendido à administração direta.

A Inclusão Digital, que tem recebido fortes investimentos públicos e privados, é uma das ferramentas fundamentais para a disseminação das práticas de Gestão do Conhecimento, visto que a Internet é um veículo que facilita o acesso e a troca de informações. Obviamente, para que os instrumentos de Inclusão Digital tenham seu potencial maximizado, faz-se necessário o comprometimento e o investimento por parte dos governantes no real aproveitamento dos pontos de acesso criados e disponibilizados à população, de forma que sejam melhor utilizados para geração do conhecimento que agregue valor aos seus usuários, bem como, para funcionar como canal interativo da administração pública com a sociedade. Os benefícios são muitos, entre eles, o desenvolvimento social e econômico de nosso Brasil.

A vantagem das práticas de Gestão do Conhecimento é que podem ser aplicadas de acordo com o objetivo de cada instituição – acadêmica, de pesquisa, empresa privada ou de caráter público. Seu modelo é baseado no estímulo ao compartilhamento de experiências, competências e conhecimento de forma continuada. O armazenamento e a socialização de informações acumuladas passa a servir como um caldo estratégico nas tomadas de decisão, quer no cotidiano, em medidas econômicas ou em situações repentinas como desastres, catástrofes etc.

Se estimulada pelos atuais governos, a Gestão do Conhecimento pode até mesmo contribuir para tornar as instituições governamentais mais democráticas, mais participativas e com ampliação dos saberes no âmbito do indivíduo, da sociedade e da organização.

Por fim, cabe a todos nós que entendemos a importância da Gestão do Conhecimento para o desenvolvimento do País, instarmos, a todo instante, nossos agentes públicos a adotarem as práticas de GC; e torcermos para que a administração pública federal, que hora se inicia, aplique um choque de GC na sua área de atuação, e dê o exemplo aos demais poderes, iniciando a grande revolução da forma de lidar com a coisa pública no Brasil. Com a palavra nossa presidente Dilma Rousself.


* Urbano Matos é especialista em Marketing Corporativo e doutorando em Difusão do Conhecimento pela UFBA. Analista de sistemas, administrador de empresas, gestor de projetos, atualmente ocupa o cargo de diretor de Marketing da SBGC - Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento (www.sbgc.org.br).



Fonte: LINK Portal da Comunicação





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