Compartilhamento do risco tecnológico pelo Estado com a indústria, para se alcançar de 3 z 5% do PIB, é uma das sugestões
A redação da proposta para a retomada imediata do crescimento da indústria foi realizada na última 5ª feira, 27.11, durante a 12ª edição do ENITEC Encontro Nacional da Inovação Tecnológica, em São Paulo.
O documento utiliza medidas infralegais, ou seja, já previstas em Lei para induzir o investimento maciço em inovação tecnológica, além de propor o uso estratégico de normas e mecanismos jurídicos para melhorar o ambiente industrial e agregar valor aos produtos nacionais.
Entre os principais pontos da proposta está a reindustrialização do País em um curto prazo através do compartilhamento do risco tecnológico pelo Estado com a indústria em uma escala crescente de recursos para chegar ao volume de 3 a 5% do PIB industrial.
Além disso, o documento também aborda outros pontos essenciais para a indústria como o aporte de recursos para a inovação incremental, sustentabilidade industrial, busca de novos mercados, redução do Custo Brasil e carga tributária incidente sobre a produção, investimentos em infraestrutura e desoneração total dos investimentos produtivos, entre outros.
De acordo com Francelino Grando, ex-secretário de Inovação do MDIC e atual professor da Universidade Federal de São Carlos, existem muitas melhorias e iniciativas acumuladas nos últimos 15 anos com a criação de diversas Leis e com o fortalecimento de infraestruturas e serviços tecnológicos no País, entretanto falta o crescimento progressivo dos investimentos em inovação para que o Brasil se torne competitivo.
“Tudo o que foi feito é menos do que aconteceu de modificação positiva no parque industrial brasileiro porque falta escala nos investimentos. Essa é a palavra chave desse ENITEC. Escala para interromper a inércia que nos leva a desindustrialização face a mercados produtores e exportadores muito mais competitivos”,
comentou o professor durante o ENITEC.
Segundo Fabián Yaksic, gerente do departamento de tecnologia da ABINEE Associação Brasileira Indústria Elétrica Eletrônica, para o País frear o processo de desindustrialização não há outra alternativa diferente das propostas pelo documento. Para ele o governo tem que se conscientizar da necessidade de fazer investimentos urgentes para criar uma demanda e estimular a indústria a inovar.
“O Brasil não pode ficar na situação em que está. Temos que acelerar o processo. Esperamos contar com o novo governo para que entenda as coisas e possa colocar em prática aquilo que a indústria e o Brasil como um todo estão solicitando”,
destacou Yaksic.
Após a validação do texto final, o documento organizado pela Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica (Protec) e a ABINEEAssociação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, será entregue ao Governo Federal.