Anunciado como novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), o senador Armando Monteiro (PTB-CE) avalia que o desafio central à frente do Ministério é promover a competitividade, reduzir custos sistêmicos e elevar a produtividade. Monteiro irá substituir Mauro Borges, o atual ministro.
O futuro ministro afirmou que sua pasta funcionará como um “polo” identificador de problemas, propondo medidas para superá-los. Senador e ex-deputado federal, Armando Monteiro conclamou o Congresso Nacional para um “diálogo permanente”.
“É papel primordial do Mdic realizar essa tarefa e colocar o tema da competitividade no centro da agenda política do País. O reequilíbrio macroeconômico é condição fundamental para a confiança dos agentes econômicos e a retomada de um crescimento mais vigoroso”,
declarou o futuro ministro.
Incentivos ao parque fabril e arranjos institucionais favoráveis à inovação
Armando Monteiro afirmou que não há como o País crescer sem que haja mais dinamismo na indústria e apontou como metas uma reforma microeconômica, com a finalidade de reduzir o impacto fiscal, sobretudo com a desburocratização dos processos tributários; uma política de comércio exterior mais “ativa”; incentivos para o parque fabril; arranjos institucionais que favoreçam a inovação; e aperfeiçoamento dos sistemas de governança.
“Nosso País ainda apresenta elevados custos, com sistema tributário complexo. Há um excesso de regulamentação e burocracia que desestimulam a atividade produtiva”,
afirmou o futuro ministro em entrevista no Palácio do Planalto.
Mercosul e UE
Armando Monteiro disse ainda que é possível concluir um acordo do Mercosul com a União Europeia de forma “satisfatória” nos próximos meses.
“Estamos avançando no sentido de remover alguns obstáculos”, afirmou o ministro indicado ao comentar sobre as perspectivas de acordos comerciais do Brasil com outros países e blocos econômicos. Entre os temas “sensíveis” com a União Europeia, como ele classificou, estão “ofertas de bens industriais e também do setor primário, bens agrícolas”.
Monteiro também defendeu um acordo entre o Mercosul e os países da Aliança do Pacífico – bloco que inclui, por exemplo, o Chile e a Colômbia.
“Temos oportunidade para avançar nessa área” de acordos comerciais, frisou o ministro indicado, que vai despachar junto com Borges na própria sede do Mdic e não no Palácio do Planalto como demais integrantes da transição do Governo.
Assimetrias e necessidade de ajustes no Mercosul
Ele ainda reconheceu que o Mercosul é “algo que representa uma construção feita ao longo do tempo”, mas “há sempre necessidade de ajustes”. Na avaliação de Monteiro, existem assimetrias entre os países que fazem parte do bloco.