Grandes empresas terão que buscar alternativas ao BNDES, diz novo ministro do Desenvolvimento
Logo após seu anúncio como futuro ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, na semana passada, senador Armando Monteiro Neto (PTB-PE) indicou que o BNDES deve focar sua atuação no médio prazo para atender pequenas e médias empresas, acrescentando que até o final deste ano será definido o novo comando do banco. Ainda que não é plausível falar em corte de impostos neste momento, afirmou o futuro ministro
Reformas econômicas de reduzido impacto fiscal
O senador também defendeu "reformas microeconômicas de reduzido impacto fiscal" para melhorar o ambiente tributário e regulatório; uma política fiscal mais ativa que produza uma ampliação dos acordos comerciais do País.
Além disso, Monteiro defendeu renovação do parque fabril brasileiro; um novo arranjo institucional que estimule a inovação; e o estabelecimento de metas claras para medir o avanço da competitividade no País.
Câmbio
Ele evitou, porém, comentar qual seria a taxa de câmbio ideal para incentivar o aumento das exportações brasileiras.
Acesso ao crédito por pequenas e médias empresas
Monteiro disse que é necessária
"a adoção de um modelo de financiamento dos bancos públicos que viabilize, crescentemente, um maior acesso a recursos para pequenas e médias empresas",
discursou.
Questionado por jornalistas sobre qual seria papel do BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social no segundo mandato da presidente Dilma, Monteiro disse que o ideal é que o País
"estimule a criação de um mercado de financiamento a prazo longo com os agentes privados, porque evidentemente o BNDES não pode suportar sozinho toda a demanda de financiamento do País".
"Na perspectiva do novo modelo de financiamento que nós queremos ver implantando, precisa ampliar o acesso das médias e pequenas empresas a esses instrumentos de financiamento (público), o que significará que você poderá atender à demanda das grandes empresas crescentemente através de outros mecanismos de financiamento",
disse o senador a jornalistas no Palácio do Planalto.
Além do novo foco, Monteiro disse que o BNDES cumpriu um papel importante durante a política anticíclica adotada pelo Governo Federal para animar o investimento no País.
"Mas evidentemente que as políticas têm de ser sempre reavaliadas à luz das novas condições da economia brasileira",
argumentou, indicando que a instituição poderá rever seu papel no estímulo à economia.
"O BNDES em qualquer circunstância terá sempre um orçamento importante, porque o próprio retorno das operações ativas já garante ao banco um orçamento expressivo",
afirmou.
Questionado se isso significaria que os aportes do Tesouro no banco diminuiriam ou cessariam, o futuro ministro disse que isso ainda não está definido.
Monteiro afirmou ainda que está sendo analisada a possibilidade de mudança na presidência do BNDES.
"Nesse momento essa é uma questão (a sucessão no BNDES) que está sendo analisada. Essa questão será definida agora, ainda neste ano, mas não sei ainda qual será a solução",
disse ele.